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    Convidados, Geral

    A bolha imobiliária secou o crédito imobiliário

    1 de fevereiro de 2016

    E agora José, os 50% que não votaram na continuidade do desgoverno também serão penalizados juntos com os 50% que permitiram que a “rainha” continuasse no poder com seus súditos?

    A “nova classe média”, a qual está sendo demitida há anos em massa na construção civil, onde irão trabalhar para continuar consumindo e pagando as prestações dos bens que compraram nos afrouxamentos monetários e excesso de crédito?

    Casas feitas com nota de dinheiro - Simulação mostra o valor máximo de crédito que pode ser obtido na compra do imóvel em dez diferentes faixas de renda, de R$ 3 mil a R$ 40 mil

    A Exame encomendou uma pesquisa, Os imóveis que você pode financiar de acordo com a sua renda para o Canal do Crédito. Esta pesquisa demonstrou que o crédito imobiliário está mais caro e restrito devido à piora do cenário econômico. O valor máximo do imóvel que o brasileiro pode financiar de acordo com sua renda foi reduzido de 2% a 5% nos últimos oito meses. A queda é ainda maior se considerados os últimos 12 meses. Nesse período, o valor máximo que pode ser financiado chegou a ser reduzido em até 16% para quem tem renda familiar de 6 mil reais. Clique no link logo acima e confira a matéria na integra!

    Para quem quer entender um pouco mais sobre crise imobiliária nos EUA e no Brasil, não deixe de conferir:

    – The Big Short – A Grande Jogada

    – A bolha imobiliária no Brasil e a economia

    Até mais e não se esqueça:
    – A crise ainda vai piorar segundo 10 de 10 economistas e analistas do mercado financeiro.

    Parabéns Brasil, você merece!

    Convidados, Geral

    A evolução da bolha imobiliária PARTE 1

    29 de julho de 2014

    Post mais recente sobre a bolha imobiliária no Brasil: http://defendaseudinheiro.com.br/a-bolha-imobiliaria-no-brasil-e-a-economia

    A continuação deste trabalho, com dados de BH e sobre a relação entre nossa bolha imobiliária e a economia, se encontra em: http://defendaseudinheiro.com.br/a-evolucao-da-bolha-imobiliaria-parte-2/

    A parte final deste trabalho, com evidências da bolha imobiliária em Curitiba, São José dos Campos e outras cidades, além de 10 motivos para não comprar imóvel agora, pode ser encontrado no link: http://defendaseudinheiro.com.br/a-evolucao-da-bolha-imobiliaria-parte-3/

    A EVOLUÇÃO DA BOLHA IMOBILIÁRIA PARTE 1:

    Segue o estudo:

    Objetivo é demonstrar a evolução da bolha imobiliária do Brasil com dados sobre construtoras e cidades. Esta é a primeira parte deste trabalho, onde apresentarei o processo no Brasil, comparado aos EUA que é a referência do segmento imobiliário e dados de algumas cidades. Vejamos estas informações no diagrama abaixo:

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    Seguem links que evidenciam parte do que está colocado no diagrama logo acima:

    Link que demonstra que o índice de preços dos imóveis cresceu mais de 240% acima do índice de custos de construção no Brasil, enquanto nos EUA esta proporção foi de 56% no auge da bolha imobiliária de lá: http://liberzone.com.br/bolha-imobiliaria-no-brasil/

    Artigo que fala sobre o maior aumento de preços de imóveis do Mundo, no Brasil: http://super.abril.com.br/blogs/crash/pronto-ja-temos-a-maior-bolha-imobiliaria-da-historia/

    Complemento com dados dos relatórios trimestrais das próprias construtoras:

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    Cancelamento de mais de R$ 13 bilhões de 2.011 a 2.013, um mínimo de 20% até mais de 60% das vendas brutas destas empresas desde 2.012, é algo que não existia até antes de 2.011 e não existe para nenhum segmento de negócio, em nenhum lugar do Mundo! Esta é a consequência mais visível das vendas falsas na planta.

    No Brasil, as construtoras ao receberem os distratos, revendem por um preço maior do que o original, porque graças às próprias vendas falsas os preços foram inflados artificialmente. Nos EUA, uma pessoa contratava o crédito imobiliário por lá, mesmo sem ter renda para isto, depois fazia uma hipoteca em cascata sobre esta primeira, com valor maior, tendo como  garantia o aumento artificial de preços. Lá e cá, vemos como este sistema se retroalimenta.

    Outros resultados que podemos identificar relacionados a este tema, que ocorreram em 2.012: a PDG teve mais de R$ 1 bilhão de distratos, pelo segundo ano seguido, registrando prejuízo em 2.012 superior a R$ 1,7 bilhão, a Rossi teve R$ 1,4 bilhão em distratos e o primeiro prejuízo anual em toda sua história, Brookfield também registrou prejuízos elevados pelo mesmo motivo, assim como a Viver e a Gafisa (especialmente com o segmento Tenda).

    O impacto foi tão negativo para empresas acima, que elas ficaram com dívidas anormais e estoques exagerados, novamente resultado idêntico ao que tivemos para bancos que mais praticaram o subprime nos EUA. Tivemos ainda, mais de R$ 1 bilhão de prejuízo no resultado acumulado de todas as construtoras com Ações na BOVESPA em 2.012, algo também inédito, mais uma vez, graças a este volume anormal de distratos, sem contar que os estoques em unidades no total das construtoras mais do que dobrou neste ano, conforme link: http://g1.globo.com/economia/negocios/noticia/2013/04/construtoras-tem-prejuizo-e-estoque-de-imoveis-sobe-43-em-2012.html

    Sobre as líderes no subprime brasileiro: a Gafisa em 2.013 teve que vender 70% do segmento Alphaville para pagar suas dívidas geradas pelos distratos absurdos do segmento Tenda (imóveis populares), a Rossi abandonou o segmento popular também em virtude do elevadíssimo volume de distratos neste segmento e ainda foi forçada a fazer um downsizing radical, abandonando várias praças, o que foi o mesmo motivo da PDG cancelar 48 empreendimentos só em 2.013, sendo que a Brookfield decidiu sair da BOVESPA como reação a sua própria crise e a Viver vendeu seus Ativos para concorrentes em larga escala, para poder pagar parte de suas dívidas.

    Desde 2.012, as construtoras acima já prometiam redução de estoques e dívidas, afirmando que esta era uma situação temporária, além das promessas do mercado como um todo de redução nos distratos. Vamos observar agora, como foram os resultados em 2.013, olhando para alguns indicadores relacionados ao nosso subprime e comentados no diagrama que explica nossa bolha e consta no início deste trabalho:

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    Como podemos ver, os problemas foram se estendendo para outras construtoras, as promessas quanto a volta à normalidade não se cumpriram e o ciclo de distratos completamente anormais, alimentando super-estoques e dívidas muito elevadas, se manteve.

    Vamos agora observar uma informação importante sobre o primeiro trimestre de 2.014:

    http://economia.estadao.com.br/noticias/economia-geral,construtoras-cancelam-r-1-4-bilhao-em-vendas-de-imoveis-no-trimestre,185175,0.htm

    Segue um trecho da notícia acima: “Com o aumento do número de clientes que não conseguem financiamento, em função da análise mais rigorosa por parte dos bancos, total de contratos de venda cancelados pelas incorporadoras é 30% maior que no mesmo período de 2.013”.

    Em outras palavras, a situação que já existe desde 2.011 e é absolutamente anormal, sendo gravíssima quanto a alimentação de super-estoques e novos prejuízos a endividamento das construtoras, está se degradando de forma acelerada em 2.014!

    A justificativa que consta na notícia acima, de que esta situação ocorre principalmente pelo aumento do critério dos bancos é infundada e se comprova pelo próprio histórico: os distratos mais do que dobraram de 2.011 para 2.012 e na época não havia nenhuma restrição maior quanto ao crédito, aliás, os juros no Brasil estavam em sua mínima histórica e o Governo continuava com todo o interesse do mundo em facilitar cada vez mais o crédito, sendo que as justificativas do segmento imobiliário para esta anomalia na época, eram diferentes.

    Um item que ajuda e muito neste aumento relevante nos distratos, é que o recorde de lançamentos e vendas de lançamentos na planta foi em 2.011 e com isto, espera-se que o recorde de distratos seja em 2.014, uma vez que o prazo médio de entrega tem sido de 3 anos e ao que tudo indica, o recorde de vendas falsas na planta teria sido em 2.011.

    Ainda no primeiro trimestre de 2.014, a MRV bateu seu recorde histórico de distratos em um trimestre, passando de R$ 300 milhões. Com isto, é provável que em 2.014 ela bata o seu recorde anual de distratos que foi de mais de R$ 1 bilhão em 2.013.

    Vejamos reportagem abaixo e informações de 4 das 5 maiores construtoras (ITC):

    http://brasileconomico.ig.com.br/negocios/2014-07-11/credito-restrito-eleva-distrato-de-imoveis.html

    Trecho 1: “…a mineira MRV Engenharia registrou alta de 41% nos distratos nos primeiros três meses de 2014.”

    Trecho 2: “… a Direcional — também apresentou aumento no montante de distratos. O total passou de R$ 31,1 milhões no primeiro trimestre do ano passado para R$ 75 milhões nos primeiros três meses de 2014, uma variação de 140,8%…”

    Trecho 3: “Já a Cyrela reconheceu que no primeiro trimestre ocorreu “aumento no número absoluto de distratos”.”

    Trecho 4: “Quinta maior construtora do país na lista da ITC, a Brookfield Incorporações registrou aumento de 85%, em termos de valor, nos distratos entre o primeiro trimestre do ano passado e o mesmo período de 2014.”

    Que outras situações já são percebidas para as construtoras em 2.014?

    http://g1.globo.com/economia/negocios/noticia/2014/05/construtoras-freiam-lancamentos-no-1-tri-mas-estoque-segue-em-alta.html

    Alguns trechos que constam no link acima:

    Trecho 1: “A análise conjunta dos resultados das dez construtoras mostra uma queda de 18% nas unidades vendidas (de 27.705 para 22.811)…”

    Trecho 2: “A velocidade de venda também caiu. Do total do estoque das dez construtoras, 34% foram vendidos no 1º trimestre de 2013, contra 26% neste ano, ou seja, apenas um quarto dos imóveis em estoque, aproximadamente, foram vendidos.”

    Trecho 3: “Com a redução nas negociações, as empresas diminuíram o número de lançamentos em 13%…”

    Devemos observar que desde 2.012 as construtoras já haviam reduzido muito os lançamentos e vendas na comparação com período imediatamente anterior e agora, temos novas reduções significativas, além do eterno aumento nos distratos e nos estoques.

    Com todo o cenário acima, como está a geração de emprego formal para construção civil? Vamos ver o que consta no link abaixo:

    http://www.cbicdados.com.br/menu/emprego/emprego-formal-caged

    Pelo link acima, concluímos que a geração de empregos formais da construção civil teve uma que de 36% no acumulado de Janeiro a Abril, na comparação de 2.013 para 2.014 (saiu de 101.687 contratações no acumulado de Jan/13 a Abr/13 para 65.199 de Jan/14 a Abr/14).

    Toda a situação demonstrada acima, envolvendo aumento relevante em distratos e estoques, com redução em vendas e lançamentos, acarretando redução na geração de empregos na construção civil, é sustentável? Seria “cíclica e normal”, como afirmam os representantes do segmento imobiliário? Vamos ver o artigo abaixo:

    http://www.cbic.org.br/sala-de-imprensa/noticia/economia-fraca-ja-respinga-nas-construtoras-menores

    Trecho que consta no link acima: “Hoje, cerca de 80% das construtoras são consideradas pequenas e médias, mas há uma perspectiva de que ao menos 10% delas precisem fechar suas portas”

    E como estão as expectativas dos próprios representantes da construção civil quanto a este quadro? Vamos agora ver o que consta na pesquisa da FGV a este respeito:

    http://www.infomoney.com.br/negocios/noticia/3364875/expectativa-setor-construcao-atinge-menor-nivel-desde-dezembro-2009

    O título da notícia acima fala por si só: “Expectativa do setor de construção atinge o menor nível desde dezembro/2009”.

    Como todo o cenário acima, acaba se refletindo nas cidades? Vamos agora, iniciar a avaliação deste ponto, com algumas cidades como “amostras” (estas amostras serão complementadas na Parte II deste trabalho, com dados de outras cidades):

    Salvador:

    Inicialmente, vamos ver a notícia abaixo de Agosto/2013 e alguns trechos da mesma:

    http://www.bahiatodahora.com.br/destaques-esquerda/noticia_destaque2/queda-nas-vendas-leva-construtoras-a-reduzir-o-ritmo-em-salvador-situacao-e-preocupante

    Trecho 1: “Com a queda nas vendas de imóveis novos nos últimos dois anos, as construtoras reduziram o número de lançamentos. Mesmo assim, sobram ofertas.” 

    Trecho 2: “Na capital baiana, se a indústria da construção civil parasse de construir hoje, seriam necessários dois anos para vender o estoque.” 

    Trecho 3:“O desconto pode chegar em alguns casos, em apartamento de alto padrão até 40%.”

    Trecho 4: “Desemprego – Em um ano, a construção civil perdeu 27 mil postos de trabalho na Região Metropolitana de Salvador (RMS), o que representou uma redução de 14% no volume total de empregos mantidos pela atividade.”

    Trecho 5:“A retração da atividade é apontada como a  principal responsável para o aumento do  desemprego em Salvador  e região metropolitana. A taxa atingiu, em agosto passado, 9,4% da população economicamente ativa. No mesmo mês de 2012, o índice  foi de 6,4%. Esta alta  é considerada  significativa pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), autor da pesquisa.”

    Além das informações acima, temos uma tabela que consta na notícia, relacionada a pesquisa Geoimoveis, informando que preço do M2 em Salvador subiu 91,63% de 2.008 a 2.013.

    Com a finalidade de compararmos se o crescimento da renda em Salvador acompanhou o crescimento dos preços dos imóveis, vamos agora, avaliar como variou o salário médio dos ocupados na região metropolitana de Salvador, utilizando para isto os dados do PED do DIEESE de Novembro/2008 e Novembro/2013 que constam nos links abaixo:

    http://portal.mte.gov.br/data/files/FF8080812BA5F4B7012BA61C88A12362/PED_RMS_anual_2009.pdf

    http://www.dieese.org.br/analiseped/2013/2013pedssa.pdf

    Pelo que consta nos links acima, tivemos uma variação no rendimento médio real em Salvador, que saiu de R$ 982,00 em Novembro/2008 para R$ 1.146,00 em Novembro/2013, ou seja, 16,70% neste período.

    Para darmos continuidade a nossa avaliação sobre evolução do mercado imobiliário, seguem abaixo informações mais recentes, relacionadas a preços, vendas, lançamentos e empregos para Salvador no início deste ano de 2.014, primeiro os links, depois trechos dos mesmos:

    http://www.correio24horas.com.br/detalhe/noticia/descontos-em-imoveis-chegam-a-ser-de-ate-r-80-mil-em-promocoes/?cHash=4f67727a643ac5057e1354a79606b958

    Trecho do link acima: “80 mil reais é o valor do desconto que alguns empreendimentos da construtora PDG estão sendo vendidos. 51 mil reais é o valor do desconto que está sendo oferecido pela construtora Gafisa. Além disso, ganha camarote.”

    http://www.sinduscon-ba.com.br/noticias/prg_not_exi.cfm/1FF801CD/construcao-civil-na-bahia-tem-fraco-desempenho-no-1-trimestre-do-ano

    Trecho do link acima: “Os primeiros números do setor indicam que o mesmo comportamento de 2013 deve se repetir em 2014 –  menor número de lançamentos e maior número de vendas de produtos já existentes, como forma de desovar o estoque de imóveis novos em Salvador, que é um dos mais altos do país. A redução do número de lançamentos é resultante também da queda da demanda e das incertezas que ainda permanecem no setor.”

    http://noticias.r7.com/economia/taxa-de-desemprego-em-salvador-destoa-avalia-ibge-17042014

    Pela notícia acima, durante o ano de 2.014, a taxa de desemprego de Salvador continuou destoando do restante do País e ficando acima do mesmo mês de ano anterior.

    A situação acima seria normal?

    Temos uma série de indicadores anormais, como o crescimento dos preços de imóveis que em 5 anos foi de 91,63%, mais de 5 vezes acima do crescimento da renda no mesmo período e muito acima do retorno de qualquer aplicação financeira, levando a uma queda relevante nas vendas e a um estoque muito elevado de imóveis novos, que em Agosto/2013 era equivalente a 25 meses de vendas só do que está em poder das construtoras. Depois disto, a confirmação de que em 2.014 estamos tendo nova queda nos lançamentos, sobre uma base que já era muito reduzida. Quanto ao desemprego, tivemos um aumento total na cidade que foi de 46,88% na comparação de Agosto/2012 (6,8%) para Agosto/2013 (9,8%), causado principalmente pela queda muito elevada nas construções de imóveis, sendo que o desemprego em 2.014 continua subindo em Salvador na comparação com mesmos meses de ano anterior. A ordem de grandeza destes números é absolutamente anormal, típica de bolha. Vejamos agora esta situação representada no diagrama abaixo:

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    Temos em Salvador uma situação similar a explosão da bolha imobiliária espanhola: pela insistência em disfarçar a queda de preços e tentar reduzir os lançamentos de forma radical, gera-se uma aumento anormalmente elevado no desemprego e vendas só pioram com isto.

    Brasília:

    Vamos iniciar, trazendo algumas informações sobre o mercado imobiliário em Brasília:

    Notícia de 2.011: “Metro quadrado pode chegar a R$ 25 mil nas áreas mais nobres de Brasília”

    http://www.correiobraziliense.com.br/app/noticia/cidades/2011/12/28/interna_cidadesdf,284326/metro-quadrado-pode-chegar-a-r-25-mil-nas-areas-mais-nobres-de-brasilia.shtml

    Agora, vejamos algumas notícias de 2.013, para sabermos como esta situação evoluiu:

    www1.folha.uol.com.br/mercado/2013/12/1391790-especulacao-leva-a-queda-de-preco-nos-lancamentos-de-imoveis-em-brasilia.shtml

    Trecho da notícia acima, que é de 31/Dezembro/2013: “…os preços dos imóveis lançados em Brasília apresentaram uma forte queda neste ano, com redução de 35,5% na comparação com os valores cobrados em 2.012…”

    http://www.correiobraziliense.com.br/app/noticia/economia/2013/09/01/internas_economia,385651/especuladores-sao-penalizados-pela-retracao-do-mercado-imobiliario.shtml

    Trecho da notícia acima: “Queda na procura impõe perdas de até 30% a quem comprou casas e apartamentos com a intenção de revender o ágio e obter lucro a curto prazo.”

    http://g1.globo.com/distrito-federal/noticia/2013/12/construtoras-queimam-estoque-de-imoveis-no-df-dizem-corretores.html

    Trecho 1: “O estoque de imóveis está 30% maior que o de 2 anos atrás e corresponde a ‘aproximadamente a 15 meses de vendas.”

    Trecho 2: “Segundo ele, o DF deve fechar o ano com 19 grandes empreendimentos lançados este ano, volume 50% menor que o de 2012.”

    Agora, uma notícia de Março de 2.014:

    http://www.correiobraziliense.com.br/app/noticia/economia/2014/03/09/internas_economia,416485/desaquecimento-do-setor-imobiliario-faz-profissionais-abandonarem-carreira.shtml

    Trecho do último link, sobre corretores: “O encanto e a euforia deram lugar às dívidas.”.

    Como foi a evolução dos preços de imóveis novos em Brasília versus crescimento da renda?

    No primeiro link para cidade de Salvador, na tabela Geoimoveis comparando várias cidades, temos que de 2.008 a 2.013, os preços em Brasília cresceram 87,43%, já considerando a queda de 35,5% que consta mais acima e que ocorreu em 2.013, uma vez que ambas as pesquisas foram feitas pela mesma empresa (Geoimoveis), em épocas próximas ao final do ano de 2.013. Isto significa que até 2.012, preço havia subido 135,5% [cálculo: (87,43% / (100% – 35,5%)].

    Sobre o crescimento da renda:

    http://portal.mte.gov.br/data/files/FF8080812BA5F4B7012BA627C11F3DBE/PED_DF_anual_2009.pdf

    http://www.codeplan.df.gov.br/images/CODEPLAN/PDF/Pesquisas%20Socioecon%C3%B4micas/PED/2013/Boletim%20PED-DF%20setembro%202013.pdf

    Na página 6 do primeiro anexo, temos que em 2.008 o rendimento médio real em Brasília era de R$ 1.798,00. Na página 4 do segundo anexo, temos que o rendimento médio real em Brasília em Agosto/2013 foi de R$ 2.347,00. Com estas informações, concluímos que a variação da renda média em Brasília de 2.008 a 2.013 foi de 30,53%.

    Pelas informações acima, a situação do mercado imobiliário em Brasília seria normal?

    Temos uma série de indicadores anormais, como o preço exagerado do M2 que foi “prometido” pelo segmento imobiliário (R$ 25 mil o M2) como forma de atrair o máximo de especuladores possível, um crescimento dos preços de imóveis que em 4 anos (de 2.008 a 2.012) foi de mais de 135% em virtude desta mega-especulação, sendo que este crescimento dos preços foi mais de quatro vezes o crescimento da renda em Brasília (isto porque Brasília tem uma das maiores rendas do País e teve uma das variações mais relevantes neste período) ou ainda, variação de preços dos imóveis que foi muito maior do que qualquer aplicação financeira no mesmo período. Esta situação levou os preços a ficarem inacessíveis para os compradores finais, gerando uma queda acentuada nas vendas, quedas relevantes de preços de 35,5% nos lançamentos e 30% na entrega, apenas na variação de 2.012 para 2.013  e mesmo com uma redução tão elevada nos preços e com os lançamentos caindo 50% em unidades de 2.012 para 2.013, ainda assim terminaram o ano com um estoque acima do normal, equivalente a 15 meses de vendas somente do que está em poder das construtoras.

    Outro problema é que a própria redução de preços, que foi muito elevada, tornou inviável a revenda por especuladores e isto gerou uma avalanche de distratos na cidade, o que explica como o estoque terminou tão elevado após redução relevante em preços e lançamentos. Depois disto, depoimentos de corretores em 2.014 revelando que mercado imobiliário continuou imobilizado. Para entendermos melhor, vejamos abaixo:

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    Está claro que mesmo com a queda de 35,5% nos preços e com o aumento acumulado de 2.008 para 2.013 tendo ficado “só” em 87,43% após esta queda, isto ainda é muito superior aos 30,53% de aumento na renda que ocorreu no mesmo período (quase 3 vezes) e este é um dos motivos pelos quais, apesar da redução de 50% em lançamentos e da redução elevada nos preços, ainda terminaram o ano com estoques muito acima do normal, equivalente a 15 meses de vendas. Em outras palavras, a tendência é que a queda nos preços se intensifique.

    Considerações finais sobre a parte 1:

    Reforçando sobre os motivos pelos quais a tendência é que a explosão da bolha imobiliária no Brasil se torne cada vez mais abrangente e visível:

    1) Crédito mais restrito: o aumento de preços de imóveis seguiu a lógica da “parcelinha” barata com preço total abusivo, só que este esquema tem seus dias contados. Já em 2.014, a CEF, que é quem oferece os menores juros do crédito imobiliário, já desacelerou sua oferta de crédito, em virtude de problemas fiscais do Governo e isto, junto com os aumentos da SELIC em 2.013, já fez com que o juro médio do crédito imobiliário subisse muito e consequentemente, o valor médio das “parcelinhas” também. O crescimento acelerado da concessão do crédito pela CEF é que escondia a inadimplência bancária nos financiamentos imobiliários (como a base cresce muito e nas primeiras parcelas não tem inadimplência, o percentual apresenta uma normalidade enganosa). Com a desaceleração já percebemos um aumento discreto na inadimplência, que tende a crescer quando olhamos demais fatores abaixo, isto fará com que o juros suba ainda mais juntamente com “parcelinhas”, ou seja, cada vez menos negócios poderão ser concluídos, dentro dos preços atuais, fora da realidade ;

    2) Situação da economia: inflação no topo da meta, faz com que a parcela da renda da população que sobra para pagar “parcelinhas” seja cada vez menor, inviabilizando muitas vendas. Lembrando que aumento muito elevado de preços de imóveis e alugueis foram repassados para preços de produtos e serviços ao longo dos anos, o que combinado com construções que cresceram de forma abrupta com base nas vendas falsas, gerando crescimento de empregos sem ganhos de produtividade, ajudaram muito no aumento da inflação e sua manutenção em patamar exageradamente elevado. Este é um mecanismo auto-destrutivo de toda bolha imobiliária, aliás não só pela inflação e o quanto ela destrói da capacidade de consumo individualmente, mas também porque é ela que obriga os aumentos de juros que também prejudicam crescimento da economia e ajudam a inviabilizar vendas dos imóveis (ver item 1). Agora vemos que inflação e juros estão cobrando seu preço e com tendência de piorar, uma vez que o Governo tem cada vez menos espaço de manobra para “maquiar” a inflação ou protelá-la via contenção de tarifas públicas e outros mecanismos heterodoxos e ineficientes no médio e longo prazo (= eleitoreiros) e ainda, existe uma série de outras ações do Governo que são equivocadas e causam amplificação relevante nos danos (exemplos: eleger os “campeões nacionais”, benefícios setoriais ineficientes, aumento incessante nos gastos públicos sem estimular aumento de produtividade, etc., etc., etc…) ;

    3)  Recorde de entrega de imóveis em 2.014: como o esquema de venda falsa na planta explode na entrega dos imóveis, tivemos recorde de lançamentos em 2.011 com prazo médio de construção de 3 anos e recorde de entregas em 2.014, já estamos vendo recorde de distratos, que fazem com que os super-estoques cresçam ainda mais junto com os problemas de caixa das construtoras, fazendo com que os “descontos” se tornem cada vez maiores, chamando ainda mais a atenção daqueles que já percebem nossa bolha imobiliária ;

    4) Empregos e renda:  os aumentos de emprego e renda estão entre os pilares para o preço abusivo, mas ambos desacelerando e com forte ameaça de redução neste e nos próximos anos, em virtude da crise na economia ;

    5) Visibilidade da bolha imobiliária: o número crescente de evidências da bolha imobiliária, além de sua gravidade, fazem com que fique cada vez mais difícil escondê-la, mesmo com todo o apoio que a imprensa dá a seus principais anunciantes, o segmento imobiliário.

    Referências adicionais:

    Sobre evidências da bolha imobiliária em São Paulo, mencionadas no diagrama do início deste trabalho: http://defendaseudinheiro.com.br/a-evolucao-da-bolha-imobiliaria-em-sao-paulo

    Sobre informações de São José dos Campos que constam no início deste trabalho:

    http://g1.globo.com/sp/vale-do-paraiba-regiao/noticia/2013/05/preco-dos-imoveis-cai-25-em-sao-jose-em-dois-anos-revela-creci.html

    http://www.aconvap.com.br/noticias/sao-jose-tem-aumento-de-300-na-oferta-de-locacao/3599.html

    Até o próximo post!

    Convidados, Geral

    Desenhando a bolha imobiliária brasileira

    8 de outubro de 2013

    Post mais recente sobre a bolha imobiliária no Brasil: http://defendaseudinheiro.com.br/a-bolha-imobiliaria-no-brasil-e-a-economia

    O objetivo deste trabalho é o de “desenhar” a bolha imobiliária brasileira, no sentido de detalhá-la, apresentando algumas evidências relacionadas à mesma, iniciando pela cidade de São Paulo, por ser o mercado individualmente mais relevante para o segmento imobiliário no Brasil e também por estar sendo usado em “artigos” nos jornais, como “demonstração de recuperação”. Na sequencia, ainda dentro deste trabalho, apresentarei dados consolidados do Brasil e evidências de situações anormais causadas pela bolha imobiliária nas mais diversas cidades e regiões do País.

    DESENHANDO A BOLHA IMOBILIÁRIA BRASILEIRA:

    Estarei abordando temas como subprime brasileiro, discrepância entre renda e preços dos imóveis, super-estoques, quedas em vendas e em preços de imóveis e outros diretamente relacionados.

    Como base, utilizarei o material apresentado no “Bolha imobiliária à brasileira, você acredita?”, da parte 9 a 14, aproveitando para atualizar e complementar algumas informações e análises.

    Ao final deste trabalho, constarão todas as referências e ainda, complementos, com diversas outras ocorrências que tem relação com a bolha imobiliária brasileira. Objetivo de não incluí-las diretamente no estudo e coloca-las dentro do item “Referências”, é que complementem o volume de evidências apresentadas, sem tornar o “desenho” mais poluído. Para aqueles que não tem acompanhado este assunto, recomendo sua leitura, pois dá uma clara visão de quão espalhada já está a nossa bolha imobiliária brasileira.

    Segue o estudo:

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    REFERÊNCIAS:

    Tópicos anteriores que serviram de referência para este trabalho (Bolha imobiliária à brasileira, você acredita?):

    Parte 9: http://defendaseudinheiro.com.br/?p=1534 Infográfico mercado imobiliário brasileiro

    Parte 10: http://defendaseudinheiro.com.br/?p=1640 Infográfico Economia VS mercado imobiliário brasileiro

    Parte 11: http://defendaseudinheiro.com.br/?p=1707 Infográfico subprime brasileiro

    Parte 12: http://defendaseudinheiro.com.br/?p=1829 Imóveis usados São Paulo & FIPE ZAP

    Parte 13: http://defendaseudinheiro.com.br/?p=2247 Subprime brasileiro fase II

    Parte 14: http://defendaseudinheiro.com.br/?p=2287 Especulação imobiliária em São Paulo

    Notícias sobre quedas em preços de imóveis no Brasil:

    Em São José dos Campos, o exagero na oferta de imóveis e principalmente nos preços, fez com que o preço do imóvel novo caísse 25% e ficasse inferior aos preços de 2.010. Isto gerou revolta para quem comprou “na planta” e pagou muito mais caro, que só percebeu que preço caiu tarde demais… Como mesmo assim os “investidores” não conseguiam vender, a disponibilidade de imóveis para aluguel aumentou 300% nos últimos 24 meses, ou seja, hoje tem 4 vezes a quantidade de imóveis para alugar que tinha até 2 anos atrás… Não precisa de mágica para saber que a única consequência possível desta situação absurda, é preços caírem ainda mais, tanto para venda, quanto aluguel. Seguem os links com as notícias:

    http://g1.globo.com/sp/vale-do-paraiba-regiao/noticia/2013/05/preco-dos-imoveis-cai-25-em-sao-jose-em-dois-anos-revela-creci.html

    http://www.aconvap.com.br/noticias/sao-jose-tem-aumento-de-300-na-oferta-de-locacao/3599.html

    Em Natal, também teve queda de 25% nos preços dos imóveis novos, fazendo com que os mesmos voltassem a patamar anterior a 2.010 (idem a São José dos Campos) e gerando revolta nos compradores que “investiram” na planta e ficaram com prejuízo. A “justificativa” para quedas nos preços, é que as melhoras em infra-estrutura não ocorreram (especularam o preço com base em melhorias que não ocorreram, falsas promessas)…

    http://jornaldehoje.com.br/infraestrutura-ruim-derruba-valor-dos-imoveis-em-natal/

    Queda elevada de preços no Noroeste de Brasilia porque melhorias em infra não aconteceram:

    http://videos.r7.com/mercado-imobiliario-esta-em-baixa-no-df/idmedia/51e881010cf279513cafb732.html

    Segue notícia sobre queda de 15% nos preços de imóveis em Goiânia, após fortes quedas em vendas:

    http://www.opopular.com.br/editorias/economia/queda-nas-vendas-faz-pre%C3%A7os-de-im%C3%B3veis-recuarem-1.307413

    Abaixo, notícia sobre a terceira queda consecutiva de preços de imóveis em Recife:

    http://www.diariodepernambuco.com.br/app/noticia/economia/2013/04/03/internas_economia,432110/precos-dos-imoveis-no-recife-apresentam-terceira-queda-consecutiva.shtml

    Notícia sobre quedas de preços em 7 capitais durante o segundo semestre de 2.012:

    http://classificados.folha.uol.com.br/imoveis/1228412-mercado-imobiliario-tem-retracao-nas-principais-cidades-do-pais-em-2012.shtml

    Seguem abaixo 4 notícias sobre quedas de preços de imóveis em São Paulo, são situações diferentes umas das outras quanto a número de dormitórios, período, novo ou usado, etc. (tem muito mais que isto disponível na mídia, tem sido uma constante para São Paulo):

    http://classificados.folha.uol.com.br/imoveis/2013/05/1285907-preco-de-imovel-usado-de-um-dormitorio-cai-23-na-cidade-de-sp.shtml

    http://classificados.folha.uol.com.br/imoveis/2013/05/1276973-venda-preco-e-locacao-de-imoveis-usados-despencam-em-sp.shtml

    http://economia.estadao.com.br/noticias/economia-geral,preco-de-imovel-novo-recua-pela-1-vez-em-quatro-anos,152741,0.htm

    http://msn.revistaimoveis.zap.com.br/155982-precos-dos-imoveis-novos-caem-em-sao-paulo.html

    Notícias sobre reduções elevadas em vendas e super-estoque de imóveis sem vender:

    Notícia da Globo, dando conta que estoque de imóveis novos sem vender, simplesmente DOBROU em unidades em apenas 1 ano, com base em levantamento dos balanços de todas as construtoras com Ações na Bolsa. Detalhe: o prejuízo consolidado destas construtoras em 2.012 foi de mais de R$ 1 bilhão.

    http://g1.globo.com/economia/negocios/noticia/2013/04/construtoras-tem-prejuizo-e-estoque-de-imoveis-sobe-43-em-2012.html

    Alphavile de SP: 40% dos imóveis comerciais estão vagos, sem locação! Veja link abaixo:

    http://folhadealphaville.uol.com.br/artigo/?id=17399

    Pelas amostras da reportagem abaixo, observe que número de imóveis disponíveis para alugar em Pernambuco, mais que dobrou em curto prazo, porque preço era inviável:

    http://m.jconline.ne10.uol.com.br/t320/noticia/economia/pernambuco/noticia/2013/04/28/81174

    O título da notícia do jornal de Londrina já diz tudo: “preço de imóveis atinge teto com estoque recorde”. Atinge teto = daí pra frente, só tende a diminuir o preço real negociado.

    http://www.jornaldelondrina.com.br/economia/conteudo.phtml?tl=1&id=1364606&tit=preco-de-imoveis-atinge-teto-com-estoque-recorde

    Reportagem da Gazeta do Povo de Curitiba, dando conta que estoque de imóveis sem vender aumentou demais e que precisam de 2 anos para “tentarem” voltar a equilibrar a oferta e procura:

    http://www.gazetadopovo.com.br/economia/conteudo.phtml?id=1347279

    Na Bahia, curiosamente, o estoque de imóveis sem vender é o dobro de Curitiba, mas a diferença na quantidade de pessoas não é tão grande, ou seja, esta pior que Curitiba… Note ainda, pela notícia anterior, que Curitiba estava em situação crítica quanto à sobra de imóveis sem vender, logo, no caso de Salvador…

    http://www.bahiaeconomica.com.br/noticia/51663,mercado-imobiliario-bahia-tem-20-mil-imoveis-novos-sem-comprador.html

    Queda de 75% nas vendas de imóveis em BH, no mês de Maio/2013, o pior resultado em toda a história de vendas de imóveis na cidade. De novo, só para variar, a causa é preço fora da realidade da renda…

    http://www.hojeemdia.com.br/noticias/economia-e-negocios/venda-de-imoveis-na-capital-mineira-cai-75-em-maio-1.148301

    Notícia que contém a tabela com o estoque de imóveis sem vender nas Capitais brasileiras:

    http://www.bahiatodahora.com.br/destaques-esquerda/noticia_destaque2/queda-nas-vendas-leva-construtoras-a-reduzir-o-ritmo-em-salvador-situacao-e-preocupante

    Notícia sobre 5 construtoras que estão entre as 9 empresas com maior risco de insolvência (quebra) no Brasil:

    http://exame.abril.com.br/mercados/noticias/9-empresas-listadas-com-maior-risco-de-liquidez-no-brasil

    Informações sobre o movimento especulativo na cidade de São Paulo:

    As informações sobre vendas de imóveis novos em São Paulo e comentário sobre “empreendedores e imóveis de 1 dormitório” foram extraídas do relatório do SECOVI abaixo:

    http://www.secovi.com.br/files/Arquivos/balancomercado2-2013.pdf

    Seguem abaixo, os links sobre notícias da “revitalização do centro de São Paulo” por prefeitura e  venda de prédio c/ unidades entre 29 M2 e 41 M2 em 24 horas na Avenida Ipiranga, no centro de São Paulo (típica ação combinada entre construtores e especuladores):

    http://exame.abril.com.br/brasil/noticias/misto-de-parceria-promete-solucionar-o-centro-de-sao-paulo

    http://www1.folha.uol.com.br/fsp/imoveis/124537-venda-de-imoveis-cresce-com-estoque-e-lancamentos.shtml

    11 pontos de alagamento na Barra Funda e “promessas da prefeitura” para melhorias:

    http://classificados.folha.uol.com.br/imoveis/1161356-regiao-tem-11-pontos-de-alagamento.shtml

    Outras referências utilizadas neste trabalho:

    Notícia sobre 20% de inadimplência do MCMV 1 na CEF:

    http://veja.abril.com.br/noticia/brasil/divida-sufoca-familias-do-minha-casa-minha-vida

    Rebaixamento do rating da CEF pela Moody´s:

    http://brasileconomico.ig.com.br/noticias/moodys-rebaixa-ratings-da-caixa-bndes-e-bndespar_130046.html

    IBGE – renda familiar: acessar site do IBGE, página Banco de Dados, Cidade de São Paulo e depois Censo 2.010. Dados foram agrupados para viabilizar apresentação gráfica e compreensão.

    Informação de que mais de 72% das famílias já possuem imóveis próprios vem de pesquisa do IBGE (PNAD) . Para facilitar a compreensão, segue link com reportagem que fala a este respeito: http://ultimosegundo.ig.com.br/brasil/2012-09-21/casa-propria-ja-nao-e-so-sonho-75-no-brasil-sao-donos-do-imovel-onde-vivem.html

    ZAP – preços de imóveis: consultar www.zap.com.br, selecionar o ícone de índice de preços FIPE ZAP, em seguida, efetuar consulta para cidade de São Paulo. Os dados deste trabalho foram consultados em 29/Setembro/2013, considerando a somatória apenas de “Apartamento padrão” e “Casa Padrão”, consultas feitas em outra data ou com parâmetros que não estes apresentarão diferenças.

    Preço do M2 do CRECI SP é resultado de pesquisa que já é realizada há muitos anos pelo CRECI SP, envolvendo mais de 400 imobiliárias da cidade de São Paulo. Este preço de M2 é o preço já negociado, ou preço final. A tabela utilizada acima, com a variação dos últimos 12 meses findos em junho de 2.013, consta na página 23 da pesquisa de Junho/2013 do CRECI SP, segue o link para acesso: http://www.crecisp.gov.br/arquivos/pesquisas/capital/2013/pesquisa_capital_junho_2013.pdf

    As informações sobre volume de vendas de imóveis usados em São Paulo foram extraídas de relatórios do CRECI SP desde 2.008. Não capturei dados anteriores, pois em Janeiro/2008 existe observação sobre mudança nos critérios da pesquisa, informações anteriores não seriam comparáveis.  ATENÇÃO: a pesquisa do CRECI SP e as informações divulgadas em jornais, são relativas à variação de um mês para o mês seguinte. A melhor avaliação, que respeita sazonalidade e compara meses com mesmo comportamento, é a comparação entre um mês e o mesmo mês de ano anterior (exemplo: Junho/2013, comparar com Junho/2012), que foi a base para os resultados apresentados neste estudo.

    Vendas liquidas de distratos, lançamentos, estoques, endividamento liquido sobre patrimônio liquido e demais informações de 12 construtoras com Ações na BOVESPA: a fonte foram os balanços publicados pelas construtoras ao longo dos anos, que estão disponíveis nos sites das construtoras, em página de “Relação com Investidores (RI)”. As construtoras consideradas, foram as que tem maior foco no segmento residencial e que tem maior representatividade no segmento e/ou tiveram papel muito relevante no subprime brasileiro e portanto precisam ser evidenciadas. Lista de construtoras: Rossi, Brookfield, PDG, Viver, Gafisa, Tecnisa, Cyrella, MRV, EzTec, Hellbor, Trisul e Even.

    Geral

    Bolha imobiliária à brasileira, você acredita? Parte 13

    22 de setembro de 2013

    Desta vez abrirei uma exceção e ao invés de dar continuidade ao jogo dos 7 erros do mercado imobiliário, lançarei um tópico complementar ao Quinto erro. No decorrer da semana, divulgarei o “Sétimo erro do mercado imobiliário’.

    Para facilitar acesso a outros textos, seguem links com resumo e logo depois a PARTE 13.

    Parte 1: http://defendaseudinheiro.com.br/?p=1123 – visão geral sobre conceito de bolha imobiliária ;

    Parte 2: http://defendaseudinheiro.com.br/?p=1335  Bolhas imobiliárias – EUA, Espanha e Flats

    Parte 3: http://defendaseudinheiro.com.br/?p=1337 Mercado imobiliário Brasil – 2.007 a 2.010

    Parte 4: http://defendaseudinheiro.com.br/?p=1339 Mercado Imobiliário Brasil – 2.011 a 2.013

    Parte 5: http://defendaseudinheiro.com.br/?p=1378 Reflexões sobre preços de imóveis

    Parte 6: http://defendaseudinheiro.com.br/?p=1394 Bolha imobiliária + protestos

    Parte 7: http://defendaseudinheiro.com.br/?p=1448 Preço de imóveis, valorização futura

    Parte 8: http://defendaseudinheiro.com.br/?p=1506 Vendas imóveis em SP no 1T2013

    Parte 9: http://defendaseudinheiro.com.br/?p=1534 Infográfico mercado imobiliário brasileiro

    Parte 10: http://defendaseudinheiro.com.br/?p=1640 Infográfico Economia VS mercado imobiliário brasileiro

    Parte 11: http://defendaseudinheiro.com.br/?p=1707 Infográfico subprime brasileiro

    Parte 12: http://defendaseudinheiro.com.br/?p=1829 Imóveis usados São Paulo & FIPE ZAP

    Parte 13: http://defendaseudinheiro.com.br/?p=2247 Subprime brasileiro fase II

    Parte 14: http://defendaseudinheiro.com.br/?p=2287 Especulação imobiliária em São Paulo

    Nova série de trabalhos: http://defendaseudinheiro.com.br/?p=2366 Desenhando a bolha imobiliária brasileira

    PARTE 13:

    Em tópico anterior em que falei sobre o subprime brasileiro “Quinto erro do mercado imobiliário – subprime brasileiro”, havia concluído com o seguinte comentário, para qual acrescento apenas um negrito nas duas últimas palavras:

    “Como ainda não temos as consequências visíveis quanto a inadimplência nos bancos que pudesse subsidiar uma análise mais detalhada sobre o subprime brasileiro fase II, restringi este trabalho a fase I, mas do meu ponto de vista, temos alto risco de observarmos os efeitos da fase II em breve…”

    O trabalho sobre o subprime fase I foi publicado no final de Agosto/2013 e menos de 1 mês depois, temos notícia da Veja, falando sobre a confirmação do subprime brasileiro Fase II. Realmente, foi “em breve”, como havia sido previsto. Destaco um trecho desta reportagem da Veja, colocando em negrito os pontos mais importante:

    Dados obtidos por veja revelam que o índice de inadimplência na faixa de financiamento que inclui participantes com renda mensal mais baixa, até 1600 reais, está em 20%. É um número dez vezes maior que a média dos financiamentos imobiliários no Brasil e 4 pontos mais alto que a porcentagem de atrasos em pagamento de hipoteca nos Estados Unidos em 2007, quando se acentuou a crise que serviu de gatilho para a pior recessão desde o fim da II Guerra Mundial. O programa de habitação do governo tem 270.000 famílias na faixa de renda mais baixa”

    Colocarei, como referência ao final deste texto, a reportagem completa da Veja, que já está disponível nas bancas de jornais. Segue abaixo um link para quem quiser ler agora:

    http://veja.abril.com.br/noticia/brasil/divida-sufoca-familias-do-minha-casa-minha-vida

    É importante entendermos, que esta informação sobre o subprime fase II e o altíssimo nível de inadimplência junto a bancos, que segundo mencionado pela Veja no trecho destacado mais acima, foi até maior do que no subprime americano, com o subprime fase I, que diz respeito a elevadíssimo volume de distratos junto a construtoras, por clientes que não tinham condições de adquirir financiamento bancário no ato da entrega do imóvel, formam a confirmação de que o subprime foi algo “estratégico” para o segmento imobiliário brasileiro, pois com ele, foi possível simular uma “falsa demanda” em alta escala, o que levou a um crescimento artificial no preço dos imóveis, não baseado na lei de oferta e procura REAL, algo que no começo e por alguns anos, foi altamente lucrativo para este segmento.

    Apenas para lembrar o que detalhei no estudo anterior sobre o subprime brasileiro fase I, tivemos quase R$ 7 bilhões em distratos, somente para 5 construtoras e somente no período do 1T2012 até o final do 1S2013. As demais construtoras omitem o valor dos distratos, no máximo encontramos para uma ou outra e não para todos os períodos, da mesma forma que a CEF omitia a informação sobre a inadimplência de 20% e só revelou mediante ação na justiça pela Veja. É muito fácil de entender porque tamanha omissão: se revelassem a verdade, deixariam muito explicito para todos, tanto no Brasil quanto no Exterior, que temos uma bolha imobiliária aqui.

    Devemos ainda, observar que no caso do subprime fase I, tivemos também forte concentração no segmento econômico, da mesma forma que já apurado e divulgado pela Veja quanto ao subprime fase II com a CEF. Para se ter uma ideia da gravidade desta situação, a Rossi simplesmente abandonou o segmento econômico em virtude do elevadíssimo volume de distratos neste segmento, a Gafisa suspendeu lançamentos da sua unidade de negócios Tenda, que era focada neste segmento, durante todo o ano de 2.012, a PDG teve um prejuízo recorde superior a R$ 1,7 bilhões em 2.012, em grande parte em virtude disto. Esta situação levou estas empresas e outras, a terem um endividamento superior a 100% de seu patrimônio. Para aqueles que ainda não leram, recomendo a leitura do “Quinto erro do mercado imobiliário”, que contém mais detalhes quanto a estes impactos.

    Agora, complementando o raciocínio acima, como fica a situação de construtoras como a MRV, Cyrela e outras, que se aproveitando da péssima situação financeira de Rossi, PDG e Gafisa/Tenda resolveram aumentar ainda mais suas vendas no segmento MCMV e econômico, “ocupando o espaço deixado”? A MRV, Cyrela e outras que ocuparam este espaço, não divulgam o quanto elas tem de distratos. Como agora sabemos que o volume de inadimplência do MCMV para faixa de renda de até R$ 1.600 chega a assustadores 20% só na CEF e ainda tivemos altíssimo volume de distratos com as construtoras que antes focavam boa parte de suas vendas para este público, quanto será o distrato para MRV, Cyrela e outras quanto a este segmento? A resposta a estas questões, certamente nos ajudará a entender porque estas empresas estão crescendo com seus lançamentos e vendas, no caso da Cyrela e com suas  vendas no caso da MRV, mesmo com todo o nível absurdo de distratos e inadimplência que ocorre no segmento imobiliário: elas precisam de um alto volume de lançamentos e vendas, para que isto encubra o quanto possuem de distratos e assim não chamem ainda mais a atenção do mercado para os graves problemas da bolha imobiliária brasileira!

    Apenas como referência adicional, além das informações já fornecidas no “Quinto erro do mercado imobiliário – subprime brasileiro”, seguem mais alguns dados extraídos de relatório oficial da Rossi:

    Distratos Rossi

    Conclusões:

    1) Podemos afirmar que os preços absurdos de hoje, sem sombra de dúvidas, não tiveram nenhum fundamento, pois os aumentos foram baseados em uma demanda produzida artificialmente. Tudo isto nos leva a constatação de que, como todo aumento produzido artificialmente, o mesmo será destruído de forma natural, tendo que voltar ao patamar de normalidade e que reflita a real relação entre oferta e demanda ;

    2) Construtoras que hoje assumiram a posição de liderarem lançamentos e vendas para segmentos MCMV e Econômico, tem seus resultados divulgados sob altíssima suspeita, em especial porque estas construtoras não divulgam de forma clara o volume de distratos. Mais do que isto: temos fortíssima suspeita que o aumento de lançamentos e vendas por estas construtoras, que ocuparam o espaço deixado por Rossi, PDG e Gafisa/Tenda, devem ter a finalidade de ajudar a encobrir o alto volume de distratos que devem estar sofrendo com o segmento MCMV / Econômico. Tudo isto, apenas agrava cada vez mais as consequências da bolha imobiliária brasileira ;

    3) O fato de tanto a CEF quanto a maioria das construtoras omitirem informações sobre inadimplência e distratos respectivamente, é apenas mais uma confirmação de que esta estratégia foi proposital e não acidental, visando fazer com que fosse criada uma falsa demanda que permitisse crescimento artificial nos preços dos imóveis

    Referência:

    Notícia da revista VEJA edição 2340 de 25 de setembro de 2013.

    Ele foi planejado para ser a mais vistosa vitrine eleitoral da gestão Dilma Rousseff – a resposta do governo para o sonho da casa própria. Lançado em 2009, o programa Minha Casa Minha Vida consumiu 134,5 bilhões de reais para fazer 2,1 milhões de casas populares. O primeiro milhão já foi distribuído. A presidente Dilma já percorreu seis estados brasileiros neste ano para providenciar ela mesma a entrega, O potencial de dividendos eleitorais da iniciativa é tamanho que ela é tratada como uma espécie de Bolsa Família da área urbana.

    Programa subsidiado, o Minha Casa minha Vida prevê que o governo arque com uma parte das prestações e o beneficiado banque o restante. O valor das parcelas é calculado com base na rende da cada família. No papel, tudo certo. Na realidade, tudo mais ou menos. Dados obtidos por veja revelam que o índice de inadimplência na faixa de financiamento que inclui participantes com renda mensal mais baixa, até 1600 reais, está em 20%. É um número dez vezes maior que a média dos financiamentos imobiliários no Brasil e 4 pontos mais alto que a porcentagem de atrasos em pagamento de hipoteca nos Estados Unidos em 2007, quando se acentuou a crise que serviu de gatilho para a pior recessão desde o fim da II Guerra Mundial. O programa de habitação do governo tem 270 000 famílias na faixa de renda mais baixa e 1 milhão nas duas faixas seguintes. Nas duas últimas, a taxa de inadimplência está na média do mercado. A Caixa só divulgou estes dados depois de a reportagem de Veja entrar com recurso junto à Controladoria-Geral da União. Antes disso, o pedido, feito com base na Lei de Aceso à Informação, havia sido negado duas vezes.

    O fato de uma porcentagem tão extraordinariamente alta de participantes do programa não estar conseguindo pagar as prestações significa que sua capacidade de pagamento foi mal avaliada. Se essa má avaliação ocorreu por incompetência ou estratégia é difícil saber. Cinco de seis moradores ouvidos por veja em dois conjuntos habitacionais do Minha Casa Minha Vida em São Paulo contaram que não tiveram nenhuma dificuldade para serem aceitos pelo programa, ainda que não tivessem emprego fixo e não pudessem apresentam comprovante de renda. Todos disseram ter sido incluídos depois de aprovados com base no mesmo método: apresentaram uma “estimativa” de quanto ganhavam e a prestação foi fixada em 10% desse valor declarado. Todos estão inadimplentes há pelo menos 10 meses.

    Essa arquitetura financeira ruinosa obriga o setor produtivo a bancar a conta para manter o programa em pé. Na última quarta-feira, em votação no Congresso, o governo conseguiu manter a multa adicional de 10% do Fundo de Garantia de Tempo de Serviço (FGTS) paga pelas empresas nas demissões sem justa causa. O dinheiro será usado exclusivamente para financiar o minha Casa Minha Vida. É o processo que o ex-presidente do Banco Central Affonso Celso Pastore descreveu bem: o governo “compra” o eleitor à vista e obriga a sociedade a pagar por ele a prazo. O valor dos financiamentos do Minha Casa Minha Vida com atraso superior a noventa dias já beira os 2 bilhões de reais na faixa mais baixa de renda, o equivalente a tudo que o governo repassou para as universidades federais no ano passado.

    Mas os beneficiários inadimplentes do programa não correm o risco de perder o imóvel. A reintegração de posse não está enre as medidas do governo para evitar os calotes. “Como se trata de política habitacional para a população de baixo poder aquisitivo, o monitoramento da inadimplência nesta faixa tem por objetivo principal auxiliar o beneficiário a encontrar soluções para manter a posse do imóvel”, informaram a Caixa e o ministério das Cidades. O resultado desta estratégia é mais inadimplência, como explica o consultor em assuntos bancários Roberto Troster, ex-economista-chefe da Federação Brasileira de Bancos (Febraban); “Se um em cada cinco fica sem pagar e nada acontece, isso vira um incentivo para que outros façam o mesmo. Ninguém é contra um sistema habitacional. Mas ele precisa de boa execução, e existem mecanismos para incentivar a responsabilidade financeira”.

    Além de não cobrar a dívida para valer, o governo vem se esforçando para piorar o endividamento das famílias. Em junho, lançou o Minha Casa Melhor, uma linha de crédito de te 5000 reais para a compra de móveis e eletrodomésticos dos participantes do Minha Casa Minha Vida. Até agora, a Caixa já distribuiu mais de 1 bilhão de reais, aparentemente, com o mesmo grau de rigor que usou no programa de habitação: não é preciso comprovar renda para ter acesso à nova linha de crédito. O governo poderia simplificar as coisas e jogar dinheiro direto do alto de um avião. Sairia mais barato para o contribuinte.

    Convidados, Geral

    Bolha imobiliária à brasileira, você acredita? Parte 11

    31 de agosto de 2013

    Falarei aqui sobre o subprime brasileiro, incluindo informações quanto a evolução de vendas, lançamentos e estoques de imóveis novos, bem como as construtoras com maior risco de insolvência.

    Para facilitar acesso a texto específico, seguem links com resumo e logo depois a PARTE 11.

    Parte 1: http://defendaseudinheiro.com.br/?p=1123 – visão geral sobre conceito de bolha imobiliária ;

    Parte 2: http://defendaseudinheiro.com.br/?p=1335  Bolhas imobiliárias – EUA, Espanha e Flats

    Parte 3: http://defendaseudinheiro.com.br/?p=1337 Mercado imobiliário Brasil – 2.007 a 2.010

    Parte 4: http://defendaseudinheiro.com.br/?p=1339 Mercado Imobiliário Brasil – 2.011 a 2.013

    Parte 5: http://defendaseudinheiro.com.br/?p=1378 Reflexões sobre preços de imóveis

    Parte 6: http://defendaseudinheiro.com.br/?p=1394 Bolha imobiliária + protestos

    Parte 7: http://defendaseudinheiro.com.br/?p=1448 Preço de imóveis, valorização futura

    Parte 8: http://defendaseudinheiro.com.br/?p=1506 Vendas imóveis em SP no 1T2013

    Parte 9: http://defendaseudinheiro.com.br/?p=1534 Infográfico mercado imobiliário brasileiro

    Parte 10: http://defendaseudinheiro.com.br/?p=1640 Infográfico Economia VS mercado imobiliário brasileiro

    Parte 11: http://defendaseudinheiro.com.br/?p=1707 Infográfico subprime brasileiro

    Parte 12: http://defendaseudinheiro.com.br/?p=1829 Imóveis usados São Paulo & FIPE ZAP

    Parte 13: http://defendaseudinheiro.com.br/?p=2247 Subprime brasileiro fase II

    Parte 14: http://defendaseudinheiro.com.br/?p=2287 Especulação imobiliária em São Paulo

    Nova série de trabalhos: http://defendaseudinheiro.com.br/?p=2366 Desenhando a bolha imobiliária brasileira

    PARTE 11:

    Dando continuidade ao jogo dos 7 erros do mercado imobiliário brasileiro, falarei agora sobre o quinto erro, mantendo o padrão apresentado anteriormente, primeiro mencionando o que o mercado imobiliário informa e depois, os fatos por trás das notícias.

    CENA 5 – “O Subprime brasileiro”

    Imagem 5A – O que os representantes do segmento imobiliário dizem:

    Há tempos, o segmento imobiliário tem divulgado que não temos subprime no Brasil, que o percentual de crédito imobiliário sobre o PIB é muito pequeno quando comparado a outros países, que temos bancos muito mais criteriosos e que garantem a segurança do financiamento imobiliário, mitigando assim o risco de elevados índices de inadimplência no futuro.

    Imagem 5B – Os fatos por trás das notícias:

    Em primeiro lugar, falarei sobre o subprime dentro do modelo adotado no Brasil, em sua “primeira fase”. Temos uma segunda fase, que ainda não teve as suas consequências visíveis e que, para não estender demais o assunto, não abordarei em detalhes neste trabalho, apenas fornecerei um resumo no item “Conclusões”.  Vamos ao processo da 1ª fase do subprime brasileiro:

    Post 11 imagem 1 esquema subprime

    No subprime americano, os bancos faziam empréstimos a pessoas que não tinham condição de pagar pelo financiamento, tendo como garantia, imóveis que não paravam de valorizar devido à baixa recorde de juros, trauma recente com bolsa de valores e uma demanda artificial por imóveis / financiamentos. Os agentes que se beneficiavam disto, em especial, eram os executivos dos bancos, que ganhavam elevados bônus pelo volume de empréstimos realizados, o Governo americano que via um crescimento relevante na economia (que ajudava para fins eleitorais) e inicialmente, os próprios bancos e a economia como um todo, que viam seus resultados crescerem, além é claro das construtoras. Quando o subprime explodiu, sabemos das consequências: a economia americana entrou em crise, arrastando o resto do mundo (em parte porque o subprime foi “exportado” para outros países mediante mecanismos financeiros criativos).

    No subprime brasileiro, construtoras fazem vendas para pessoas que não tem condições de contrair financiamento bancário, com isto, foi gerada uma “falsa demanda”, que vem inflando artificialmente os preços de imóveis. É importante considerar que tivemos ainda, uma redução recorde nos juros e extensão no prazo de financiamento, que fizeram com que as parcelas coubessem nos orçamentos das pessoas, o que se tornou outro atrativo para aquisição de imóveis. Aqui os grandes beneficiados da primeira fase foram  construtoras (resultados iniciais muito positivos), corretores (comissões), executivos das construtoras (bônus por “resultados”), o governo para fins eleitorais e os bancos (financiamentos de valores maiores), todos usufruindo de resultados financeiros muito superiores aos anteriores, no primeiro momento. No Brasil, as construtoras estão fazendo o mesmo papel que os bancos fizeram nos EUA e já estão começando a sofrer as mesmas consequências, apresentadas no diagrama acima.

    Vamos visualizar agora, quais as ações das construtoras para esconderem o subprime brasileiro:

    Post 11 imagem 2 disfarçando subprime

    Embora as táticas acima tenham tido bom efeito e servido como uma excelente “cortina de fumaça”, cada vez mais podemos observar as consequências de nosso subprime, basta começarmos a analisar as informações que são disponibilizadas pelo próprio segmento imobiliário.

    Para termos demonstração destas consequências, vamos iniciar observando o que aconteceu quanto a vendas, distratos, lançamentos e estoques, analisando estas informações quanto a imóveis novos no Brasil, incluindo os dados mais recentes (informações sobre resultados do 2T2013 que foram divulgadas em Agosto/2013).

    Post 11 imagem 3 gráfico vendas liquidas de distratos

    Pelo que está demonstrado acima, o alto volume de distratos (quase R$ 7 bilhões em 1,5 anos, só das 5 construtoras que divulgam informação) foi o grande responsável pela queda nas vendas a partir de 2.012 (no total das 12 construtoras acima, queda de mais de 23% nas vendas em R$, de 2.011 para 2.012), sendo que o VSO (Vendas Sobre Oferta), ficou em seu pior patamar, o que significa demora muito mais elevada para vender um imóvel, excesso de oferta, dentre outras consequências.

    No primeiro semestre de 2.013, tivemos novas quedas de vendas, também demonstrado acima, quando comparado a mesmo período de 2.012. Embora tenha sido uma pequena queda (4%), é importante lembrar que 2.012 foi um péssimo ano. Quanto aos estoques de imóveis sem vender, reduziram apenas 3%, o que significa que ainda estão em patamares muito acima do razoável, principalmente porque vendas também caíram.

    O detalhe importante, é que ainda teremos, nos próximos trimestres, muitas entregas referentes a este  mesmo período de lançamentos (2.009 a 2.011) em que, comprovadamente, tivemos altíssimo volume de “falsa demanda”. Se considerarmos a piora no cenário econômico, com aumento de juros, redução em projeções do PIB, aumento do desemprego, endividamento das famílias em patamar recorde, dentre outros, a expectativa é que estes distratos poderão aumentar ainda mais.

    Complementando as informações acima, temos observado, desde o segundo semestre de 2.012, um crescente volume de “promoções” por parte das construtoras. No 2º semestre de 2.012, o “desconto” concedido ficava na faixa de 15%, no 1T2013 em torno de 25%, no 2T2013 e 3T2013, entre 35% e 40% (Rossi e Even). Além disto, começamos a ter muitas notícias sobre reduções de preços e sobra de estoque de imóveis novos sem vender, como no caso de São José dos Campos, onde tivemos redução de 25% no preço de imóvel novo e aumento de 300% na disponibilidade de imóveis para alugar, Natal e Noroeste de Brasilia onde observamos retorno a preços anteriores ao do lançamento dos imóveis (alguns anos atrás), dentre diversas outras ocorrências que listei no “Quarto erro do mercado imobiliário”.

    Vamos agora, falar um pouco sobre endividamento de algumas construtoras, também em linha com o que é esperado como consequência do subprime brasileiro:

    Post 11 imagem 4 EL PL construtoras

    Comprovando a grave consequência desta “falsa demanda”, olhando agora para o endividamento liquido sobre  patrimônio liquido (EL/PL) que foi apresentado acima, observamos algo absolutamente anormal: 6 empresas do segmento imobiliário que tem EL / PL que varia de 96% a 191%. Creio que, neste século, outro fenômeno tão anormal quanto este, só foi visto com relação aos bancos nos EUA, durante o evento da explosão do subprime americano ou quando da explosão das “.com” no início do século. São muitas empresas do mesmo segmento em situação gravíssima e ao mesmo tempo. Pior que isto: algumas com dívidas de curtíssimo prazo e sem sequer uma pista de como conseguirão pagar (vencimento em 2.013), a maioria com quedas sucessivas de vendas a cada trimestre e que vem apresentando aumento em prejuízos líquidos ou redução em lucros, com exceção de uma delas que aparentemente estaria buscando uma recuperação via aumento de lançamentos (apenas renovando o subprime brasileiro via novas experiências de “demanda falsa”?).

    A questão é que estas empresas construíram suas dívidas em época em que tinham vendas muito maiores, mesmo que fictícias e baseadas em “falsa demanda”, mas agora, elas tem receitas muito menores e a dívida, está completamente desproporcional, representando alguns anos de receitas liquidas de cada uma, ou seja, olhando sob qualquer ângulo, tudo indica que estas dívidas não poderão ser pagas. As construtoras que possuem maior endividamento, também são as que possuem o maior volume de estoques em relação ao seu patamar de vendas atual, ou seja, da mesma forma que no caso dos bancos nos EUA, são as construtoras que amargam o pior comprometimento quanto a caixas e estoque de imóveis sem vender.  No item “Referências” mais abaixo, indicarei material auxiliar de leitura para outras informações a este respeito.

    O ponto mais curioso, é que apesar da absoluta anormalidade e gravidade da situação acima, em especial quanto a situação financeira (EL/PL) das 6 construtoras mencionadas, que demonstra que algo muito errado vem acontecendo no segmento imobiliário, não vemos nenhuma notícia de destaque a este respeito nos meios de comunicação. Ao contrário, vemos os jornais fazendo “reportagens” para explicarem que não temos subprime no Brasil, porque os bancos estão saudáveis… Será que esta total omissão em relação a uma situação tão absurda, seria apenas um caso de “cegueira coletiva” dos meios de comunicação? Será que a estratégia do segmento imobiliário, de distrair o público com táticas mencionadas no início deste trabalho, é tão efetiva assim, ou simplesmente esta tática vai muito além e como principais anunciantes, garantem que só será divulgado aquilo que é conveniente?

    Conclusões:

    1) Temos acima, evidências suficientes para demonstrarmos que o Brasil tem o seu próprio subprime fase I, dentro da sua “Bolha imobiliária à brasileira”. É natural que representantes do mercado imobiliário tentem negar isto ao máximo e sempre associem o tema subprime a bancos e financeiras, no entanto, se as próprias construtoras tem exercido o papel de financiamento inicial dos clientes e tem feito de forma tão irresponsável quanto os bancos americanos durante a bolha imobiliária de lá, é natural que nosso subprime acabe “explodindo” primeiro sobre estas construtoras, como já está acontecendo.

    2) Para finalizar, gostaria de mencionar que o fato de termos todas as evidências quanto ao subprime brasileiro fase I, não significa que não passaremos pela fase II, ao contrário, é apenas mais um indicador que estamos no caminho de termos um subprime fase II, que será ainda mais parecido com o modelo de outros países.

    Explico: pressionadas, as construtoras muito provavelmente já vem tentando ao máximo aprovarem o crédito de seus clientes junto a bancos e não temos como garantir se o sistema de avaliação é realmente seguro, em especial quanto a bancos públicos. Como exemplo, podemos ter algumas pessoas indicadas para aprovação de crédito que não auxiliarão nos pagamentos das parcelas, podemos ter simulação de rendimento informal, baseado em depósitos e retiradas em mesma conta corrente e ainda, uma infinidade de mecanismos criativos para fazer com que a “segurança” e “confiança” que depositamos em nossos bancos seja perdida, daí sim caminhando para um subprime ainda mais similar ao observado em outros países.

    É importante entendermos o contexto por trás destas inferências sobre a fase II: o Governo brasileiro tem todo o interesse do mundo em não deixar que a explosão da bolha imobiliária se torne visível antes das eleições de 2.014, pois isto destruiria as chances de se manter no poder, neste sentido, hoje temos fortíssima concentração de empréstimo imobiliário em bancos públicos (CEF e BB com papel muito similar ao de Freddie Mac e Fanny Mae nos EUA durante a bolha imobiliária americana), associado à pressão do Governo para concessão de crédito, até para tentar “estimular” a economia.

    Em paralelo aos fatos acima, temos aumento da SELIC que pressiona o aumento de juros para crédito imobiliário e TR para maioria dos contratos feitos, piora no cenário econômico de forma geral, incluindo aumento no desemprego, tudo isto aliado com patamar recorde de endividamento das famílias e assim, maior pressão para aumento de insolvência no crédito imobiliário.

    Como ainda não temos as consequências visíveis quanto a inadimplência nos bancos que pudesse subsidiar uma análise mais detalhada sobre o subprime brasileiro fase II, restringi este trabalho a fase I, mas do meu ponto de vista, temos alto risco de observarmos os efeitos da fase II em breve…

    Referências:

    Vendas liquidas de distratos, lançamentos, estoques, endividamento liquido sobre patrimônio liquido e demais informações de 12 construtoras com Ações na BOVESPA: a fonte foram os balanços publicados pelas construtoras ao longo dos anos, que estão disponíveis nos sites das construtoras, em página de “Relação com Investidores (RI)”. As construtoras consideradas, foram as que tem maior foco no segmento residencial e que tem maior representatividade no segmento e/ou tiveram papel muito relevante no subprime brasileiro e portanto precisam ser evidenciadas. Lista de construtoras: Rossi, Brookfield, PDG, Viver, Gafisa, Tecnisa, Cyrella, MRV, EzTec, Hellbor, Trisul e Even. Para mais informações sobre construtoras que tem maiores riscos de insolvência sugiro leitura de material publicado em tópico anterior, nos comentários, com avaliações sobre balanços destas no 2T2013.

    Para mais detalhes sobre a bolha imobiliária americana ver parte 2 do “Bolha imobiliária à brasileira, você acredita?”, também pulicado neste blog.

    Sobre referências quanto a quedas de vendas e preços de imóveis por todo o Brasil, sugiro a leitura do “Quarto erro do mercado imobiliário”, em seu item “Referências”, que contém uma série de resumos e links sobre estas notícias.