Inflação do estilo de vida
Geral

Inflação do estilo de vida

11 de novembro de 2014

Os brasileiros mais velhos conhecem muito bem esta palavrinha “inflação”. Os mais novos, da famosa “Geração Y”, “Geração Z”, não têm uma memória muito viva dos tempos “áureos” de hiperinflação, pois eram ainda pequenos ou nem nascidos quando veio o Plano Real que domou o dragão da inflação. Embora hoje em dia a inflação voltou a pauta com as eleições presidenciais 2014, principalmente no discurso da oposição, mas nada se compara com a época da redemocratização, anos 1980 a meados dos anos 1990.

Individualmente há pouco que possamos fazer para combater a inflação, no geral, mas podemos combater a nossa própria inflação, aquela atrelada ao nosso estilo de vida, o qual pode ser esbanjador, moderado ou econômico.

O termo “inflação do estilo de vida” é muito usado fora do Brasil, porém não é muito comum em nosso país. Apenas complementando o que já foi dito logo acima, este estilo nada mais é do que o hábito que muitos de nós temos de aumentar nosso nível de vida em proporção igual ou maior ao nosso aumento de renda. Ao passo que ganhamos mais, os nossos gostos tendem a ser mais exigentes, nossos objetivos ficam mais caros e complexos. Isto acaba resultando em não consegue acumular um patrimônio ou, ainda pior, fica-se no vermelho, perde-se a noção do quanto realmente agora deve gastar com o novo poder de renda.

Algo curioso no Brasil atual é que os salários sobem, a renda sobe, o endividamento das famílias sobe e a poupança interna diminui.

Não é fácil combater a inflação do estilo de vida, porém é possível implementar fazer algo para tentar pelo menos minimizá-la, conforme muito bem aponta André Massaro em artigo da Exame. Veja a seguir:

1- Pague-se primeiro:

Uma dica que já virou um clássico das finanças pessoais. Estabeleça uma regra para separar um montante fixo mensal (de preferência um percentual da renda) para constituição de uma reserva para emergências ou aposentadoria.

Usualmente, os especialistas em finanças recomendam algo em torno de 10% da renda por mês. Se puder ser mais que isso, melhor;

2- Tomar consciência:

Observar os efeitos da inflação do estilo de vida ajuda muito a “colocar um pouco de medo em nós mesmos”. Toda hora ouvimos alguma história de alguma celebridade, artista ou atleta profissional que veio de uma origem humilde, ganhou muito dinheiro rapidamente e adotou um estilo de vida extravagante e irresponsável, que acabou deixando essa pessoa em situação pior do que quando começou.

Às vezes, o exemplo negativo pode estar mais próximo, em nossa família ou círculo social. Devemos sempre lembrar histórias assim como exemplos daquilo que NÃO deve ser feito com o dinheiro.

3- Saiba do que realmente gosta:

O aumento da renda e do nosso poder financeiro muitas vezes acaba mexendo com nossa cabeça e acabamos adotando hábitos e costumes que nunca ambicionamos, mas vemos aquilo como algo “consistente” com o novo nível de vida e acabamos nos obrigando a fazer aquelas coisas. O sujeito nunca gostou de caviar (aliás, achava algo bem nojento…), mas, de repente, começa a consumir porque é “chique”.

Não há nada de errado em fazer ou ter aquilo de que gosta, mas pelo menos tenha certeza de que REALMENTE gosta daquilo antes de colocar seu dinheirinho suado naquela tranqueira hi-tech caríssima que você nunca quis realmente e está comprando apenas para impressionar alguém (ou a si mesmo).

4- Pressão social:

Um dos maiores (se não o maior) causadores da inflação do estilo de vida é a pressão social – as pessoas com quem a gente anda. Quando elevamos nosso padrão de vida, também temos a tendência de elevar o nível de nosso círculo social. Até aí tudo bem, temos que “andar para frente” e a renovação constante de nosso círculo social faz parte de nosso processo de evolução pessoal. Mas, nesse processo, acabamos nos deparando com gente que tem hábitos de consumo totalmente “destrambelhados” e, se não tomamos cuidado, acabamos nos deixando influenciar e “entramos na onda”. Quando nos damos conta, estamos torrando todo nosso dinheiro em restaurantes e programas caríssimos só para “ficar bem” com o grupo.

Por essas e outras, é importante que procuremos nos socializar com pessoas que têm valores pessoais e práticas financeiras similares às nossas. Agindo dessa forma, nos livramos da pressão social negativa e também reforçamos em nós mesmos, através de uma pressão social positiva, hábitos financeiros mais saudáveis e responsáveis.
Fonte: exame.abril.com.br/rede-de-blogs/voce-e-o-dinheiro/2012/07/17/cuidado-com-a-inflacao-do-estilo-de-vida

Veja outros posts sobre inflação neste blog clicando aqui.

querida esconde o dinheiro do dragão da inflação

4 Comments

  • Reply Vilmar 25 de junho de 2015 at 20:06

    19h38- Paula Barra
    Pela 1ª vez desde 2006, CMN reduz teto da meta de inflação para 6% ao ano em 2017
    Ainda hoje, o CMN também decidiu elevar a TJLP de 6% para 6,5% para o terceiro trimestre deste ano

    SÃO PAULO – O CMN (Conselho Monetário Nacional) definiu nesta quinta-feira (25) a meta de inflação para 2017, mantendo-a em 4,5% ao ano. A mudança veio com a banda para acomodação de choque de preços, que passou de 2 pontos percentuais do centro para 1,5 p.p.. Ou seja, o teto da meta, que antes era de 6,5%, caiu para 6%.

    A meta de inflação de 4,5% com banda de 2 p.p. para cima ou para baixo vinha sendo adotada pelo governo brasileiro desde 2006, em decisão do CMN em 2004.

    O Banco Central terá de perseguir o centro da meta de 4,5% de inflação ao fim de 2017, decidiu hoje o CMN.

    Ainda hoje, o CMN também decidiu elevar a TJLP (Taxa de Juros de Longo Prazo) – praticamente um indexador com validade trimestral de todas as operações de financiamento concedidos pelo BNDES (Banco Central de Desenvolvimento Social e Econômico) – de 6% para 6,5% para o terceiro trimestre deste ano.

    http://m.infomoney.com.br/mercados/noticia/4124901/pela-vez-desde-2006-cmn-reduz-teto-meta-inflacao-para

  • Reply Vilmar 13 de abril de 2015 at 13:21

    Hoje às 10h40 – Atualizada hoje às 12h30
    Estimativa de inflação para 2015 cai para 8,13%, diz boletim Focus
    Este foi o primeiro recuo após 14 semanas seguidas de alta
    http://www.jb.com.br/economia/noticias/2015/04/13/estimativa-de-inflacao-para-2015-cai-para-813-diz-boletim-focus/

    Deflação no segundo semestre de 2015, aposto eu…. será????

  • Reply Vilmar 2 de março de 2015 at 17:45

    Veríssimo é simplesmente genial…

    Eu tomo um remédio para controlar a pressão.
    Cada dia que vou comprar o dito cujo, o preço aumenta.
    Controlar a pressão é mole. Quero ver é controlar o preção.
    Tô sofrendo de preção alto.
    O médico mandou cortar o sal. Comecei cortando o médico, já que a consulta era salgada demais.
    Para piorar, acho que tô ficando meio esquizofrênico. Sério!
    Não sei mais o que é real.
    Principalmente, quando abro a carteira ou pego extrato no banco.
    Não tem mais um Real.
    Sem falar na minha esclerose precoce. Comecei a esquecer as coisas:
    Sabe aquele carro? Esquece!
    Aquela viagem? Esquece!
    Tudo o que a presidente prometeu? Esquece!
    Podem dizer que sou hipocondríaco, mas acho que tô igual ao meu time:
    – nas últimas.
    Bem, e o que dizer do carioca? Já nem liga mais pra bala perdida…
    Entra por um ouvido e sai pelo outro.
    Faz diferença…
    “A diferença entre o Brasil e a República Checa é que a República Checa tem o governo em Praga e o Brasil tem essa praga no governo”
    ” Não tem nada pior do que ser hipocondríaco num país que não tem remédio” …
    .
    Luiz Fernando Veríssimo

  • Reply Vilmar 2 de fevereiro de 2015 at 12:14

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