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    Convidados, Geral

    Resultados das construtoras até o 1S2015 e a bolha imobiliária

    14 de setembro de 2015

    Post mais recente sobre a bolha imobiliária no Brasil: http://defendaseudinheiro.com.br/a-bolha-imobiliaria-no-brasil-e-a-economia

    Qual a relação entre as construtoras e a bolha imobiliária brasileira?

    Post 44 imagem 1 fluxo as construtoras e a bolha imobiliária

    Os dados de 12 construtoras com Ações na BOVESPA (lista em “Referências”) ajudarão a demonstrar o que consta acima. Nos próximos itens, os principais indicadores.

    Distratos:

    Post 44 imagem 2 distratos

    As construtoras que tem mais distratos trabalham com vendas na planta há décadas e apesar dos cancelamentos de vendas serem irrelevantes até 2010, já acumularam mais de R$ 20 bilhões só no período de 2011 a junho/2015, uma evidência clara das vendas falsas na planta.

    O volume real de distratos é muito maior do que consta acima: existem construtoras que omitem esta informação em seus relatórios (exemplos: Cyrela, Even, Helbor e outras), uma que não menciona os distratos se forem revendidos no mesmo trimestre em que o cancelamento ocorre (PDG), atrasos de mais de 1 ano para reconhecer distrato (exemplos: PDG, MRV), construtora dando desconto no ato do financiamento imobiliário para evitar o distrato (exemplo: Rossi), dentre outras ações para que esta anomalia não apareça na íntegra.

    Quais os efeitos para o mercado imobiliário como um todo? A partir do próximo item, as consequências desta anormalidade.

    Vendas, lançamentos e estoque de imóveis novos:

    Post 44 imagem 3 evolução do mercado imobiliário até 2014

    Os lançamentos caíram mais de 40% em 2012, como o tempo de construção é de 3 anos em média, os distratos em 2015 deveriam ter tido uma queda significativa e não subir 10% como observamos no primeiro semestre em gráfico mais acima. Este resultado só ocorreu porque o percentual de distratos relacionados a vendas na planta de 2012 aumentou muito, apesar de em 2012 já saberem os efeitos destrutivos e o quanto deveriam evitar as vendas falsas. Por que fizeram isto? Para encobrir os distratos de vendas falsas de anos anteriores (“pedaladas”).

    Como está sendo o ano de 2015 quanto a lançamentos e vendas?

    Post 44 imagem 4 vendas e lançamentos primeiro semestre

    O segmento imobiliário já vem prometendo desde 2012, que as reduções em lançamentos de imóveis levarão a um maior equilíbrio entre oferta e procura. Será que é verdade?

    Post 44 imagem 5 estoque de imóveis com construtoras

    Os dados das construtoras revelam exatamente o contrário do que elas dizem: apesar das reduções constantes nos lançamentos desde 2012, o desequilíbrio entre oferta e procura tem ficado cada vez maior. Esta é uma das características típicas de toda bolha imobiliária.

    Nos EUA, apesar de reduções em lançamentos, os cancelamentos de financiamentos em larga escala, combinados com quedas sensíveis nas vendas brutas em virtude dos preços incompatíveis com renda, geravam super-estoques, assim como ocorre aqui no Brasil, com os distratos daqui fazendo o papel da inadimplência bancária de lá.

    O desequilíbrio entre oferta e procura é ainda maior do que aquele que consta acima, pois temos os investidores em volume anormal (37% das vendas), as vendas de usados que tem despencado em todo o país combinada com cada vez mais pessoas interessadas em venderem seus imóveis e um crescente número de leilões de imóveis por bancos.

    As construtoras também diziam que o aumento dos preços tinha relação com a escassez de terrenos, será que é verdade?

    Post 44 imagem 6 estoque de terrenos com construtoras

    Nos EUA os bancos que mais concederam financiamentos que foram cancelados, ficaram não só com super-estoque de imóveis como também com alto endividamento. E no Brasil?

    Dívidas das construtoras:

    Post 44 imagem 7 dívidas das construtoras

    A DL/PL da Viver é do 1T15 porque no 2T15 fecharam com patrimônio liquido negativo e tal métrica ficaria prejudicada.

    A Viver já está sem lançar há mais de um ano, por falta de condições financeiras. Brookfield saindo da BOVESPA para tentar buscar um caminho para pagar suas dívidas. PDG e Rossi contrataram consultorias especializadas para cuidarem da reestruturação de suas dívidas, uma das últimas tentativas de se salvar, já a Tecnisa vem com distratos anormais nos últimos anos.

    Preços dos imóveis novos:

    A combinação de super estoques com alto endividamento forçou a redução mais sensível nos preços dos imóveis para os bancos nos EUA. E no Brasil? Como exemplo, vejamos o caso da PDG, a líder das vendas falsas na planta, com mais de R$ 4,7 bilhões em distratos só no período de janeiro/2011 a junho/2015:

    Post 44 imagem 8 PDG evolução margem de revenda dos distratos

    Vale a pena avaliarmos outras construtoras que, da mesma forma que a PDG, estão super-endividadas e ao mesmo tempo com estoque recorde, a tal ponto que não realizaram nenhum lançamento no 1S15. O que poderiam fazer para se livrarem destes estoques e ao mesmo tempo, buscarem caixa para pagarem suas dívidas?

    Post 44 imagem 9 preços Viver e Tecnisa 2T15

    Será que este impacto se reflete só em construtoras super-endividadas? Vejamos o resultado recente na cidade que tem a maior representatividade para o segmento imobiliário:

    Post 44 imagem 10 ticket imóveis novos por tipologia São PauloPost 44 imagem 11 ticket imóveis novos por metragemAs construtoras em São Paulo não só focaram nos imóveis de menor preço, como ainda fizeram uma redução sensível nos preços destes, tanto quando analisamos por tipologia, quanto por metro quadrado.

    O que consta acima, tanto dos relatórios das construtoras quanto do SECOVI SP, é uma reação natural: construtoras precisam vender para tentarem gerar caixa que pague suas contas, como os preços subiram de forma artificial e gerando super-estoques por terem ficado completamente díspares em relação à renda e capacidade de compra das famílias, a única saída eram reduções relevantes nos preços.

    Esta situação seria recente e apenas consequência da crise? Vamos relembrar evidências que tem se acumulado desde 2013 quanto a quedas de preços de imóveis novos, já como consequências de todo este processo de vendas falsas na planta e excesso de investidores:

    Post 44 imagem 12 quedas de preços anteriores

    Qual seria a tendência daqui pra frente?

    Apesar da redução constante em lançamentos e preços dos imóveis novos que já ocorrem há anos, o desequilíbrio entre oferta e procura tem piorado, o que significa que os preços ainda tem que cair muito até que possam voltar a se tornarem compatíveis com a renda.

    A tendência é que com menos lançamentos e a crise, cada vez mais as construtoras tenham dificuldade de fazer caixa para pagamento de suas dívidas, pois terão cada vez menos vendas falsas (dependem de lançamentos) e encontrarão cada vez menos compradores, em função de aumento no desemprego, queda da renda, dificuldades para obtenção do crédito imobiliário que está mais caro, etc., ou seja, será a necessidade das construtoras e a falta de compradores habilitados, ambos crescentes, que forçarão a intensificação na redução dos preços.

    Em outras palavras, comprar agora, mesmo que com grandes “descontos e promoções”, significará pagar mais caro do que adiar a compra.

    Referências:

    As 12 construtoras com Ações na BOVESPA utilizadas como referência para este estudo são aquelas que tem foco no segmento residencial: Cyrela, EzTec, MRV, Helbor, Even, Trisul, Gafisa, PDG, Brookfield, Rossi, Tecnisa, Viver. Informações extraídas dos relatórios trimestrais que constam nas páginas de Relação com Investidores dos sites destas empresas.

    Pesquisas do SECOVI SP utilizadas para cálculo da evolução de preços em São Paulo:

    http://www.secovi.com.br/pesquisas-e-indices/indicadores-do-mercado/

    http://www.secovi.com.br/files/Arquivos/pmi-maio-2015.pdf

    http://www.secovi.com.br/files/Arquivos/pmi-maio-2014.pdf

    http://www.secovi.com.br/files/Arquivos/pmi-abril-2015.pdf

    http://www.secovi.com.br/files/Arquivos/pmi-abril-2014.pdf

    Pesquisas sobre reduções de preços dos imóveis em 2013:

    Sobre pesquisa Geoimovel que apontou queda de 35,5% nos preços de lançamentos no DF: www1.folha.uol.com.br/mercado/2013/12/1391790-especulacao-leva-a-queda-de-preco-nos-lancamentos-de-imoveis-em-brasilia.shtml

    Notícia sobre queda de 30% nos preços dos imóveis entregues no DF em 2013: http://www.correiobraziliense.com.br/app/noticia/economia/2013/09/01/internas_economia,385651/especuladores-sao-penalizados-pela-retracao-do-mercado-imobiliario.shtml

    Quedas nos preços de lançamentos em São Paulo em 2013 – EMBRAESP: http://msn.revistaimoveis.zap.com.br/155982-precos-dos-imoveis-novos-caem-em-sao-paulo.html

    São José dos Campos: queda de 25% nos preços de imóveis novos em 2013: http://g1.globo.com/sp/vale-do-paraiba-regiao/noticia/2013/05/preco-dos-imoveis-cai-25-em-sao-jose-em-dois-anos-revela-creci.html

    Informação do segmento imobiliário de que infra ruim derrubou preços em Natal em 2013: http://jornaldehoje.com.br/infraestrutura-ruim-derruba-valor-dos-imoveis-em-natal/

    Informações de pesquisas, compradores, profissionais do segmento imobiliário e outros sobre quedas nos preços: http://defendaseudinheiro.com.br/a-bolha-imobiliaria-e-os-precos-dos-imoveis

    Até o próximo post!

    Convidados, Geral

    O oxigênio da bolha imobiliária brasileira, parte 2

    3 de junho de 2015

    Post mais recente sobre a bolha imobiliária no Brasil: http://defendaseudinheiro.com.br/a-bolha-imobiliaria-no-brasil-e-a-economia

    Para acessar a parte 1, sobre juros básico da economia, crédito imobiliário, emprego e renda: http://defendaseudinheiro.com.br/o-oxigenio-da-bolha-imobiliaria-brasileira-parte-1

    Nesta parte 2, ao contrário do planejado inicialmente e com a finalidade de ter volume expressivo de evidências, focarei na simulação de demanda aquecida em troca de super estoque futuro, deixando a especulação em volume anormal e desinformação para parte 3.

    SIMULAÇÃO DE DEMANDA AQUECIDA EM TROCA DE SUPER ESTOQUE NO FUTURO?

    Por que é requisito de toda bolha imobiliária a simulação de demanda aquecida em troca de super-estoque no futuro? Porque é esta simulação que faz com que as pessoas achem natural um aumento rápido e relevante nos preços dos imóveis, pois todos passam a acreditar que o preço está crescendo como um reflexo da lei de oferta e procura. Isto ajuda a atrair investidores especuladores que fazem com que o preço infle ainda mais e rapidamente.

    Fazendo uma analogia com outras bolhas imobiliárias: nos EUA foi fornecido crédito imobiliário para famílias que não teriam condições de manter os pagamentos ao longo dos anos (subprime), aceitando como garantia o próprio imóvel que tinha preço crescente, algo similar ao que ocorreu na Espanha. Na mesma época e nestes dois países, primeiro a simulação de demanda aquecida fez preços dispararem, mas quando a inadimplência cresceu, foram devolvidos muitos imóveis e formados os super-estoques, forçando a queda nos preços. Já na China, “empresas sombra”, não vinculadas diretamente aos bancos oficiais, cuidaram de fornecer os financiamentos sem critério e o Governo chinês estimulou a criação de cidades-fantasma em paralelo. Como isto ocorre no Brasil?

    Da mesma forma que ocorreu na China, pelo fato de antes a bolha imobiliária já ter explodido de forma mais visível tanto nos EUA quanto na Espanha, com todo o Mundo sabendo sobre os mecanismos que foram utilizados nestes países para inflar a bolha e o quanto ela era destrutiva para economia, era necessário um processo diferenciado no Brasil, caso contrário,  haveria uma mobilização contra a mesma. É importante lembrar, que à época tínhamos um grande orgulho quanto a segurança de nossos bancos em seus processos de concessão de crédito e dizíamos aos americanos que eles só tinham tido este problema do subprime por não ter um mercado bancário tão bem regulamentado quanto o nosso. Como fazer diferente no Brasil, para não chamar atenção e não depender dos bancos?

    No Brasil, tivemos a entrada de dois megainvestidores que tinham ampla experiência nas bolhas imobiliárias dos EUA e Espanha, que foram Sam Zell e Enrique Bañuelos, o primeiro veio para Gafisa e o segundo para a PDG. Ambos iniciaram sua participação nestas empresas em época bem próxima da abertura de Capital das mesmas. O que aconteceu a partir daí?

    Em 2.008, estas construtoras passaram a fazer um grande volume de vendas falsas na planta, para famílias que não teriam renda para adquirir o crédito imobiliário na entrega dos imóveis, utilizando como estratégia, parcelas muito baixas durante a construção, falta de informações sobre reajuste de INCC, falta de simulação da contratação do crédito imobiliário, etc. Com isto, foi gerada uma simulação de demanda com filas nos stands de imóveis na planta, que permitiu que os preços subissem de forma rápida e significativa.

    Três anos depois, quando os imóveis frutos destas vendas foram entregues, vimos um volume de cancelamento de vendas que não existe para nenhum segmento de negócio, em nenhum lugar do Mundo, que não existia no Brasil antes disto, apesar das vendas na planta existirem há muito tempo e destas construtoras terem longa experiência em vendas de imóveis, sendo que estes distratos anormais continuam até hoje. Sam Zell e Enrique Bañuelos saíram de PDG e Gafisa pouco antes destes distratos aparecerem (ver evidências em “Referências”).

    Quais as consequências do processo acima? No começo as construtoras revendiam os imóveis devolvidos por um preço maior, valorizados pela própria falsa demanda, no entanto, este processo foi se tornando extremamente destrutivo para o caixa das construtoras, pois implicava em atraso muito relevante na maior parcela das receitas a serem recebidas, que é no ato da entrega, além de parcelas muito baixas durante a construção que não cobriam os custos, tudo isto combinado com super-estoques gerados tanto pelo alto volume de distratos, quanto pela forte concorrência dos especuladores no ato da entrega dos imóveis, sendo que estes super estoques atrasavam as vendas, forçavam “descontos” relevantes e traziam assim novo impacto negativo no caixa destas construtoras. Assim como ocorreu com bancos dos EUA e Espanha que financiaram o subprime, estas construtoras que mais praticaram o esquema de vendas falsas na planta, acabaram ficando em péssima situação financeira, com endividamento recorde e impagável, combinado com super estoques.

    Vejamos algumas informações que subsidiam o que consta acima, considerando que na média, as entregas de imóveis ocorrem em prazo entre 2,5 anos e 3 anos dos lançamentos:

    Post 40 - Imagem 1 - Vendas e Distratos

    Importante: nos gráficos acima não temos todas as construtoras que tiveram distratos no período, considerei uma amostra com 12 construtoras de grande porte com Ações na BOVESPA (temos, por exemplo, a Direcional que tem declarado alto volume de distratos nos últimos anos e que não fez parte desta amostragem). Parte das construtoras declara ter distratos e informa sobre o crescimento contínuo dos mesmos, mas não os declara em seus relatórios oficiais, apenas os abate de suas vendas brutas (exemplos: Cyrella e Even). Finalmente, temos ações que maquiam os distratos: a partir de 2.014 a PDG só reconhece distrato se não tiver revenda no próprio trimestre e desde antes disto, tentava aprovar distratos só depois de achar comprador para o mesmo, chegando a demorar mais de um ano para “analisar” distratos, construtoras oferecem descontos para cliente não distratar, trocam imóvel que cliente quer devolver por outro menor e mais barato para caber no financiamento imobiliário, dentre outras ações para maquiar estes distratos e os danos gerados.

    Pelo que podemos observar, como esperado, PDG e Gafisa demonstraram o seu pioneirismo nas vendas falsas já em 2.008, simulando demanda aquecida e gerando crescimento de preços de forma artificial, com efeitos aparecendo em 2.011 via distratos bilionários. A Brookfield também teve alto volume de distratos já a partir de 2.011, mas vindos de um volume de vendas falsas na planta feitas em 2.009.

    Em 2.012, a Rossi passou a apresentar os mesmos efeitos junto com o grupo anterior e os distratos totais das construtoras, mais do que dobraram neste ano.

    Conforme explicado acima, estes distratos são altamente danosos para resultados das construtoras, sendo assim, o que pudemos perceber em 2.012, quando distratos dobraram?

    Gafisa, Rossi, PDG e Brookfield, que lideraram as vendas falsas, tiveram os piores resultados entre as construtoras com Ações na BOVESPA no ano de 2.012, com prejuízo liquido recorde. Elas ficaram com índice de dívida liquida sobre patrimônio liquido que superou 100%, sendo que o normal para o segmento é máximo de 60%. Estas construtoras apresentaram também os maiores percentuais de estoque de imóveis sem vender em relação às suas vendas recentes. Isto caracterizou, de forma muito clara, a troca de uma simulação de demanda por um super-estoque futuro mais destruição dos resultados financeiros destas empresas.

    Vejamos abaixo o resultado de uma pesquisa feita por empresa especializada, no ano de 2.012, falando sobre os resultados consolidados de 12 construtoras. Podemos constatar, que os efeitos danosos das vendas falsas tem um reflexo maior do que somente sobre as empresas que o praticaram, uma vez que as empresas que mais “cresceram” em suas vendas foram estas, logo isto acaba afetando o mercado como um todo. Link da notícia:

    http://g1.globo.com/economia/negocios/noticia/2013/04/construtoras-tem-prejuizo-e-estoque-de-imoveis-sobe-43-em-2012.html

    Trechos do link acima: “As vendas do conjunto de empresas também caíram mais de 20% em volume e em unidades.” ; “O estoque dobrou em unidades”. ; “No conjunto, esse grupo de construtoras reverteu o lucro obtido em 2011, de R$ 1,87 bilhão, para um prejuízo de R$ 1,42 bilhão em 2012.”

    Voltando às construtoras que lideraram as vendas falsas, o que aconteceu com elas a partir de 2.013, logo após os péssimos resultados financeiros e operacionais de 2.012?

    PDG: em 2.013 ela cancelou 48 empreendimentos para reduzir custos e estoques. Entre 2.013 e 2.014 teve que recorrer a empréstimos com condições “de pai para filho” vindos de CEF e BB (juros subsidiados, prazos de 18 e 24 meses para início de pagamento do principal), sendo que em 2.015 está tendo que apelar para aporte de Capital de controladores para pagar suas dívidas. Ao longo de 2.011 a 2.013 teve mais de R$ 1 bilhão em distratos por ano, sendo que estes distratos se “reduziram” para pouco mais de R$ 700 milhões em 2.014 graças a maquiagens e pedaladas junto a compradores desistentes, conforme explicado mais acima. Desde o ano de 2.013 realiza promoções com grandes descontos e entre 2.014 e 2.015 passou a vender parte de seus Ativos com preços reduzidos para outras empresas do segmento e fazer venda de imóveis no atacado com grandes descontos para grupos de investidores (exemplo: vendas para BTG), tudo para gerar caixa e ajudar a pagar parte das dívidas.

    Gafisa: em 2.013 teve que vender 70% de sua “galinha dos ovos de ouro”, o segmento Alphaville, só para conseguir pagar as dívidas geradas pela Tenda em função do volume anormal de distratos. Após isto, continuou tendo distratos relevantes, também superiores a R$ 1 bilhão por ano em 2.012 e 2.013, com número informado em 2.014 na ordem de R$ 500 milhões, reflexo da redução de lançamentos e vendas brutas em 2.011.

    Rossi: desde o segundo semestre de 2.012, quando os distratos acumularam mais de R$ 1,3 bilhão no total do ano, faz promoções para tentar diminuir estoques. Em 2.013 abandonou o segmento popular, uma vez que este concentrava a maior parte dos distratos, assim como deixou de atuar em diversas praças que claramente já possuíam super-oferta naquela época (acompanhada por PDG e outras construtoras). Vendeu grande número de terrenos para concorrentes por preços menores, para fazer caixa e conseguir ir pagando parcelas de suas dívidas, assim como realizou downsizing radical em sua estrutura. Teve distratos de mais de R$ 600 milhões em 2.013 e mais de R$ 1 bilhão em 2.014.

    Brookfield: passou a reduzir os lançamentos de forma radical ao longo dos anos, observando também um volume anormal de distratos de forma contínua e crescente, saindo de mais de R$ 400 milhões em 2.012 e chegando a mais de R$ 800 milhões em 2.014. Teve que se desfazer de diversos Ativos, vender terrenos e ainda, contar com forte apoio de controladores que colocaram mais de R$ 900 milhões na operação em 2.014.

    Como foram as vendas, lançamentos e estoques para um grupo de 12 construtoras (Viver, Eztec, Rossi, PDG, Gafisa, Brookfield, MRV, Tecnisa, Cyrella, Even, Helbor e Trisul), será que como nos EUA os impactos das vendas falsas foram mais abrangentes?

    Post 40 - Imagem 2 - evolução de vendas lançamentos e estoques

    O gráfico acima, mais uma vez elaborado a partir das informações das construtoras que constam em seus relatórios trimestrais, demonstra que a partir de 2.012, tivemos uma queda significativa em lançamentos e vendas, ao mesmo tempo que o estoque nominal e em proporção a vendas aumentou muito. Isto é algo curioso, porque se os lançamentos tiveram uma queda de 41,62% de 2.011 para 2.012 (redução de R$ 14,8 bilhões em lançamentos), o mínimo que se poderia esperar, é que os estoques diminuíssem e não aumentassem. Qual a causa para esta situação tão anormal?

    As vendas brutas em 2.012 tiveram uma queda de mais de 19% na comparação com 2.011 (aproximadamente R$ 7 bilhões de queda), já como reflexo da subida de preços que não era compatível com capacidade de compra dos potencias compradores e junto com isto, tivemos o volume de distratos que mais do que dobrou na comparação com 2.011, tendo sido superior a R$ 4,5 bilhões em 2.012. Este comportamento de queda nos lançamentos, com queda nas vendas brutas e aumento em distratos tem se mantido desde então, até hoje.

    O que consta acima é um reflexo do mecanismo de vendas falsas, que ocorre no Brasil de forma similar ao que ocorreu em outros países: mesmo com reduções relevantes e contínuas em lançamentos de imóveis, a diminuição das vendas brutas combinadas com o aumento nos cancelamentos de vendas faz com que os estoques cresçam sem parar e sejam cada vez maiores em sua proporção quanto a vendas. Esta consequência das vendas falsas é o mecanismo de auto-destruição da mesma, que garante que os preços dos imóveis tenham que se reduzir, quando o super estoque e mega endividamento se tornam insuportáveis e as empresas são obrigadas a reduzirem os preços para pagarem suas dívidas. É graças a isto, combinado com os resultados da especulação e presença de investidores em volume anormal, que já a partir do segundo semestre de 2.012 temos visto promoções e descontos por parte das construtoras, que não terminam com o passar dos anos, ao contrário, se intensificam, ao mesmo tempo que temos pesquisas feitas com base em preços reais, negociados, que também apontam quedas nos preços já a partir de 2.013 (evidências constarão na parte 3).

    O ideal para o segmento imobiliário, é que os estoques sejam o equivalente a 6 meses de vendas, ou no máximo 12 meses, o que percebemos, é que o estoque desde 2.012 tem sido superior a 1 ano de vendas em função dos distratos em patamares muito elevados e anormais que foram apresentados anteriormente, mais as quedas nas vendas brutas.

    Para termos uma melhor visualização quanto ao crescimento anormal dos estoques em sua proporção quanto a vendas, segue abaixo um gráfico que demonstra qual a duração do estoque em meses. Cálculo com base no estoque a valor de mercado em dezembro daquele ano, dividido pelas vendas liquidas de distratos do mesmo ano e depois multiplicado por 12, para termos o número de meses de vendas para liquidar aquele estoque.

    Post 40 - imagem 3 - estoque de imóveis ao longo dos anos

    Como exemplo, na somatória das 12 construtoras acima, se não tivéssemos tido R$ 17,6 bilhões de distratos entre 2.011 e 2.014, teríamos um estoque em dezembro de 2.014 equivalente a R$ 14,8 bilhões contra vendas liquidas de distratos em 2.014 de R$ 24,3 bilhões, ou seja, o estoque ao final de 2.014 seria o suficiente para aproximadamente  7 meses de vendas, bem próximo do que o segmento imobiliário considera ideal (6 meses de vendas). Na realidade, em virtude dos distratos absurdos, ao final de 2.014 a proporção entre estoque e vendas liquidas de distratos foi o equivalente a 21 meses de vendas, ou seja, mais que o triplo do número que pode ser considerado ideal pelo segmento imobiliário.

    Através dos números acima, é possível concluir que tivemos uma troca entre a simulação de vendas praticada pelas empresas que mais “cresceram” e super estoque de imóveis no futuro.

    Como ficou a situação das empresas que praticaram as vendas falsas ao final de 2.014? Vamos avaliar primeiro quanto a estoques, para verificarmos se, como esperado, elas apresentam números anormais em consequência deste esquema de vendas falsas:

    Post 40 - imagem 4 - meses de estoque 4 construtoras

    Selecionei as 4 empresas acima como amostra, dentre aquelas que praticaram vendas falsas, porque os controladores e administradores adotaram diferentes ações, que geraram resultados também diferentes, mas todos eles ainda anormais. Vejamos mais informações:

    No resultado destas 4 construtoras percebemos que todas ficaram muito acima do que seria o limite máximo aceitável para o segmento imobiliário (12 meses), puxando o super estoque do mercado que avaliamos anteriormente (todas no mesmo patamar ou acima da média para 12 empresas do segmento).

    Viver: a administração da Viver decidiu não fazer nenhum lançamento em 2.014 e vender aquilo que possuía em estoque. Apesar de uma ação tão radical, a proporção entre estoque e vendas piorou e nunca esteve tão ruim. Por que isto aconteceu? Grande parte das vendas depende de lançamentos, até porque as vendas falsas são em sua grande maioria em até 6 meses depois do lançamento. Ao “zerar” os lançamentos, as vendas caem vertiginosamente e quando combinamos isto com distratos em volumes elevados e vindos de uma época em que se “vendia” na planta em volume muito maior, estes distratos “naturalmente” alimentam fortemente o estoque e pioram a proporção entre estoques e vendas. Curiosidade: a Viver teve “vendas negativas” no 4T14, ou seja, o volume de distratos registrados foi superior às vendas brutas realizadas. Em outras palavras, a Viver “parou de pedalar e a bicicleta caiu”.

    PDG: reduziu em 32% os lançamentos de 2.013 para 2.014, mas os mesmos ainda foram elevados e com isto, superiores a R$ 1,3 bilhão. Se a PDG já tinha super estoques há anos e não resolveu este problema mesmo com o cancelamento de 48 empreendimentos (cada um com “N” prédios) em 2.013, qual a finalidade de ainda manter um volume elevado de lançamentos em 2.014? O objetivo da PDG foi o de “pedalar a bicicleta”, de forma a não deixar que ela caísse como aconteceu com a Viver, ou seja, a PDG fez um volume ainda elevado de lançamentos, para ter uma quantidade suficiente de vendas falsas na planta e assim, além de simular que a queda em vendas e resultados não era tão relevante, ela ainda encobria o volume muito relevante de distratos no ano. Como a PDG ainda conseguiu “fôlego para pedalar”? Ela obteve aqueles empréstimos de pai para filho de BB e CEF que mencionei acima, o que subsidiou o capital de giro para continuar fazendo lançamentos em volume elevado.

    Brookfield: reduziu em 55% os lançamentos de 2.013 para 2.014, sendo que os mesmos ficaram em R$ 560 milhões. Apesar desta ação, não conseguiu obter a normalidade na proporção entre estoque e vendas, pois como já observamos no resultado consolidado, as vendas são muito dependentes dos lançamentos, uma vez que as vendas falsas na planta ocorrem na maioria das vezes em até 6 meses após os lançamentos e os distratos de 2.014 vem de época de lançamentos e vendas muito maiores que os atuais. Como a Brookfield ainda conseguiu “fôlego para pedalar”, mesmo que em ritmo mais reduzido? Em 2.014, ela obteve mais de R$ 900 milhões de aporte de controladores, como mencionei mais acima.

    Rossi: reduziu seus lançamentos em 36% e apesar de ter o pior resultado na proporção entre estoque e vendas, ainda assim ela melhorou ligeiramente este indicador na comparação com 2.013. Ela ainda conseguiu lançar mais de R$ 600 milhões em 2.014, apesar de já estar com um estoque absolutamente absurdo em 2.013 e o pior de todo o segmento. Porque a Rossi não radicalizou na redução dos lançamentos em 2.014? Basicamente ela não queria que a “bicicleta parasse e ela caísse”, como aconteceu com a Viver. A Rossi conseguiu renegociar suas dívidas, continuou vendendo seus terrenos para concorrentes abaixo do preço de mercado, dentre outras ações para continuar com algum fôlego para continuar “pedalando”.

    Como ficou o endividamento das empresas acima?

    Post 40 - imagem 5 - dívida liquida por patrimonio liquido

    As 4 construtoras acima são as que estão sob o maior risco de insolvência, exatamente pela prática intensa das vendas falsas, conforme demonstrado aqui. Lembrando que a Gafisa só escapou graças à venda de 70% do segmento Alphaville. Caso não ocorram novos aportes vultosos, estas empresas não sejam adquiridas ou não tenhamos outra intervenção externa, dificilmente sobreviverão até meados de 2.016, pois o arsenal de ações apelativas para garantir a sobrevivência está se encerrando e se complica com o cenário de crise econômica.

    Será que além dos resultados consolidados de 12 empresas e da análise mais detalhada quanto a 4 delas, teríamos ainda outras evidências de que as construtoras estão “pedalando” e mantendo lançamentos relativamente elevados apesar de estarem com super estoques, apenas para maquiar os distratos vindos das vendas falsas do passado e não deixar aparecer que as quedas reais nos resultados financeiros e operacionais são ainda piores? Vamos agora observar um fato curioso que ocorreu durante o ano de 2.014 para a cidade de São Paulo, que é aquela que é a mais relevante para o segmento imobiliário no Brasil, em termos de volumes e assim, muitas vezes serve de referência para outras praças:

    Post 40 - imagem 6 - vendas lançamentos e estoque Sâo Paulo

    A situação acima é mais uma confirmação de como as construtoras estão pedalando via vendas falsas na planta para disfarçar distratos e a queda real das vendas. O que podemos constatar acima, é que se antes o aumento em lançamentos garantia um bom aumento em vendas falsas e os super estoques só seriam percebidos anos depois, no ato da entrega, agora este modelo de simulação de demanda não está mais funcionando, pois os super estoques estão sendo gerados de imediato! É um indicativo claro da dificuldade até mesmo para se obter incautos que se disponham a assinar os contratos de compra e venda sem terem renda para adquirir o imóvel, além de demonstrar o esgotamento desta “estratégia”.

    Quais as informações mais recentes, sobre o primeiro trimestre de 2.015 e expectativas?

    “Incorporadoras lucram 97% menos no primeiro trimestre”: http://veja.abril.com.br/noticia/economia/incorporadoras-lucram-97-menos-no-1-trimestre/

    “Fuga da caderneta pode gerar um subprime”: http://www.valor.com.br/valor-investe/casa-das-caldeiras/4040216/fuga-da-caderneta-pode-criar-um-%25E2%2580%2598subprime%25E2%2580%2599

    “Setor imobiliário vive tempestade perfeita, avaliam especialistas: http://economia.estadao.com.br/noticias/geral,setor-imobiliario-vive-tempestade-perfeita-avaliam-especialistas,1669770

    “Incorporadoras tentam estancar perdas”: http://economia.estadao.com.br/noticias/geral,incorporadoras-tentam-estancar-perdas,1693434

    Resumindo o que consta nas notícias acima: construtoras com Ações na BOVESPA tiveram queda de 97,9% do lucro no 1T15 comparado ao 1T14, estão reduzindo sensivelmente os lançamentos (cerca de 60% de redução), com estoques muito elevados, temos expectativa que os distratos possam alcançar até R$ 7 bilhões em 2.015 (previsão da Fitch, que analisa rating das construtoras), o que combinado com vendas brutas que vem sofrendo forte queda, será péssimo para o segmento imobiliário. Em destaque negativo quanto a endividamento e estoques, as empresas mencionadas neste trabalho como líderes no esquema de vendas falsas na planta. Bancos começam a falar abertamente sobre “risco de subprime” e cada vez mais agentes falando sobre quedas em preços que já estão ocorrendo e podem se intensificar.

    É importante observar, que a redução dos lançamentos que pode ser de mais de 60% sobre 2.014 (lembrando que já tiveram queda significativa em 2.012 e continuaram em queda até 2.014) neste ano de 2.015, é fatal para o esquema de vendas falsas na planta (param de “pedalar a bicicleta e ela cai”, como aconteceu com o Governo que com a interrupção das pedaladas levou a uma crise na economia), pois a maioria das vendas falsas é feita em até 6 meses do lançamento e além disto, apesar de 4 anos seguidos de reduções em lançamentos (já contando com números do início de 2.015), observamos que as vendas não param de cair e os estoques não param de crescer, com isto, o prazo para vender o estoque é cada vez maior, o que exerce uma pressão de custos cada vez mais forte nas construtoras.

    Concluímos que esta parte do oxigênio de nossa bolha está escassa.

    COMENTÁRIOS FINAIS:

    Tivemos recentemente um “pacote” de ações do Governo para tentar garantir o crédito imobiliário disponível e assim evitar uma derrocada das construtoras que leve à maior desemprego neste setor, vamos avaliar:

    O Governo, através de seus representantes no conselho curador do FGTS, garantiu mais R$ 4,9 bilhões disponíveis para empréstimos imobiliários, reduzindo o limite de preço do imóvel de R$ 750 mil nos grandes centros ou R$ 650 mil nos demais, para R$ 400 mil. Tivemos ainda a liberação de aproximadamente R$ 22,5 bilhões do compulsório da poupança para ser utilizado em empréstimos imobiliários. Governo impediu que bancos privados continuem usando subterfúgios para utilizar a poupança para outros fins que não o financiamento da casa própria (utilizavam cerca de 29% do saldo da poupança em títulos relacionados a imóveis comerciais). LCA e LCI passaram a ter menor liquidez inicial, de forma a tentar impedir a sangria da poupança e preservar este recurso para o financiamento imobiliário.

    As ações acima são boas para a economia como um todo? São coerentes com demais ações do Governo? Estas ações são o que podemos chamar de “pedalada usando o sistema”. Sistema é o termo utilizado por Levy para definir recursos do funding atual ou do sistema financeiro como um todo ao invés de recursos do Tesouro ou apenas dos bancos públicos. Neste sentido foi uma “evolução”, pois antes, as pedaladas do Governo envolviam maquiagens, transações pouco convencionais entre empresas do Governo e Tesouro, etc. De qualquer forma, continua sendo uma “pedalada”, uma ação visando estender uma anomalia acreditando que com o tempo o impacto poderá ser menor, quando na realidade, como sabemos das demais pedaladas do Governo e seus efeitos sobre a economia, é exatamente o contrário. Neste caso, enquanto o Governo por um lado adota diversas medidas contracionistas, através destas ações estimula exatamente o contrário, o aumento do crédito concedido, o que é contraproducente quanto a controles da inflação e quebra a confiabilidade na capacidade do Governo quanto a se manter fiel a seu plano de ajustes, o que gera insegurança e pode até desestimular investimentos das empresas, como já acontecia no passado com demais pedaladas “desenvolvimentistas” setoriais. Para piorar, o Governo estimula o crédito ao mesmo tempo que temos aumento no desemprego, inflação e juros em seu nível recorde, dívidas e inadimplência geral das famílias (SERASA) próximas de seus patamares máximos, ou seja, este é o caminho para se estimular a piora na inadimplência ainda mais, fazendo ainda com que se contamine para os bancos e afete todo o sistema financeiro, se funcionar. Por fim, o Governo está roubando segurança do próprio sistema ao consumir mais recursos de FGTS e diminuir o compulsório, é como se ele reduzisse o tamanho do seguro e ainda usasse este dinheiro para aumentar o risco que é coberto por aquele seguro.

    E quanto à efetividade, será que apesar de todos os prejuízos acima, estas ações emergenciais e apelativas que o segmento da construção civil exigiu de seu parceiro Governo, “valem a pena”? É possível que o total de ações sirva para cobrir o rombo da poupança, pois embora o FGTS e compulsório colaborem com pouco mais de 50% do saque esperado da poupança, no cenário mais otimista, foi tirado dos bancos privados o subterfúgio que eles usavam para não emprestarem mais com saldo de poupança já existente (29% do saldo total era desviado para títulos ligados a imóveis comerciais) e os desestímulos a outras aplicações para tentar preservar a poupança também deve colaborar, mas há um ponto essencial a ser avaliado: conforme demonstrado neste documento e na parte 1, as quedas em vendas brutas, lançamentos, crédito imobiliário concedido e o aumento em distratos que já vem ocorrendo desde 2.012 não tem nenhuma relação com a disponibilidade de crédito imobiliário que cresceu de forma relevante ao longo destes anos, além disto, com a queda na economia sendo mais perceptível em 2.015 e afetando diretamente as finanças das famílias, tudo isto deverá continuar e se intensificar, agravado pelos efeitos colaterais destas novas pedaladas.

    Referências:

    Notícias sobre investidores imobiliários dos EUA e Espanha que vieram para o Brasil entre 2.005 e 2.007 (Sam Zell e Enrique Bañuelos) apostando nas empresas Gafisa e PDG e saíram destas empresas em 2.010 e 2.011 respectivamente:

    http://economia.estadao.com.br/noticias/geral,sam-zell-vende-participacoes-na-gafisa-e-br-malls-imp-,619804

    Megainvestidor Enrique Bañuelos diz ‘adiós’ ao Brasil

    Até o próximo post!

    Convidados, Geral

    Caixa cortará fatia de imóvel usado financiada

    27 de abril de 2015

    Post mais recente sobre a bolha imobiliária no Brasil: http://defendaseudinheiro.com.br/a-bolha-imobiliaria-no-brasil-e-a-economia

    Notícia relevante:

    http://www.valor.com.br/financas/4021786/caixa-cortara-fatia-de-imovel-usado-financiada

    Trechos do link acima:

    Caixa cortará fatia de imóvel usado financiada

    A Caixa Econômica Federal vai reduzir, a partir de 4 de maio, a fatia que pode ser financiada de um imóvel usado com recursos do Sistema Financeiro de Poupança e Empréstimo (SBPE), segundo o Valor apurou.

    A cota máxima para imóveis residenciais e comerciais enquadrados no Sistema Financeiro da Habitação (SFH) passa a ser de até 50% no Sistema de Amortização Constante (SAC) e de até 40% na tabela Price. Para imóveis que se encaixam no Sistema Financeiro Imobiliário (SFI), a parcela a ser financiada não poderá ultrapassar 40% nas modalidades SAC e Price.

    A Caixa informou aos correspondentes bancários que não estão previstas regras de transição.

    Para as incorporadoras, a notícia é positiva, à medida que contribui para reduzir a concorrência do financiamento de imóveis usados com os novos.

    Há duas semana, o banco público anunciou o segundo aumento de juros para financiamento habitacional do ano. A fatia de imóveis financiados pela SAC caiu de 90% para 80% e pela Price, de 90% para 50%.

    A Caixa enfrenta escassez da sua principal fonte para financiar a habitação, a poupança e tem usado instrumentos alternativos de “funding” e por isso teve que ajustar seus preços na ponta.

     

    Para quem não sabe, a CEF responde por mais de 70% de todo o crédito imobiliário no Brasil e nos últimos meses, ela tem concedido mais de 90% de todo o crédito imobiliário, sendo que suas taxas no SFH são imbatíveis e servem de referência para outros bancos (quando a CEF aumenta a taxa ou restrições, os outros bancos a seguem).

    Já é fato comprovado e admitido pela CEF e Governo que a CEF não terá mais a mesma verba para crescer com o financiamento imobiliário neste ano como fez em anos anteriores e nem há o menor espaço para o Tesouro aportar mais dinheiro, nem outras fontes disponíveis para cobertura, em função da grave situação fiscal do Governo.

    O Governo e a CEF falam sobre desaceleração significativa na comparação com 2.014 (crescer muito menos, mas ainda crescer), mas temos todas as evidências de que será uma queda mesmo, a começar pela falta de verba da poupança, diminuição de verba do FGTS em função do aumento no desemprego que já está acontecendo (os dois alimentam o SFH), passando pela crise na economia que reduz os candidatos potenciais a crédito imobiliário e principalmente avaliando as ações que a própria CEF adotou em 2.015, onde tivemos 2 aumentos nos juros do crédito imobiliário (2 aumentos e estamos só em abril !) e o percentual financiável de imóvel novo caiu de 90% para 80%, ações típicas de quem pretende reduzir a concessão do crédito imobiliário e precisa criar critérios que sirvam de “filtro” para isto.

    Considerando todos os pontos acima, acho que vale a pena fazer um exercício sobre as intenções por trás disto e os possíveis efeitos do Governo aumentar muito a entrada para compra de imóvel usado, até para tentarmos entender se estas informações fazem sentido dentro do contexto atual (em outras palavras, o que o Governo ganharia com isto) e quais suas possíveis consequências:

    Por que o Governo faria isto? Além das questões acima sobre falta de verba da CEF para financiamento imobiliário, temos ainda um super estoque em poder das construtoras e se não houver nenhuma tentativa do Governo de ajudar a escoar estes estoques, os lançamentos tendem a zerar e isto aumentará em muito o desemprego na construção civil, que já é o setor que lidera o desemprego no Brasil neste ano, em função de uma combinação de efeitos, como as consequências da operação Lava Jato (algumas grandes construtoras em recuperação judicial, paralisação / cancelamento de obras da Petrobrás em várias cidades, etc.), o “término” das obras da Copa do Mundo e a própria redução de lançamentos do segmento imobiliário para imóveis residenciais e comerciais que já tem ocorrido há anos. É óbvio que o Governo não quer ter mais um motivo para aumento no desemprego e mesmo com toda a situação fiscal quer achar algum caminho para ajudar as construtoras, até porque o Governo está desesperado para tentar melhorar sua imagem perante a população.

    Por que a ação do Governo de aumentar a entrada para financiamento de imóveis usados ajudaria as construtoras? Na medida em que o Governo dificultasse muito mais o financiamento para imóveis usados do que para novos, acabaria desviando uma parcela dos potenciais compradores de usados para que comprassem imóveis novos. Se tivermos, por exemplo, um imóvel novo anunciado por R$ 700 mil e outro usado anunciado pelo mesmo preço, no caso do usado a pessoa precisaria de uma entrada de R$ 350 mil e para o novo, “apenas” R$ 140 mil, logo, se a pessoa tiver condição de pagar a entrada do novo e mantiver seu interesse de compra de imóvel após estas mudanças, ela compraria o novo ao invés do usado.

    Será que a “solução” acima é tão fácil assim e seria o esquema mirabolante que “garantiria” a salvação das construtoras? Vamos avaliar alguns efeitos colaterais desta ação:

    1) Quem já comprou novo na planta contando em vender seu usado para pagar parte relevante ou quitar o saldo no ato da entrega: neste caso, a pessoa não conseguirá mais vender seu imóvel usado pelo preço que almejava / precisava e o motivo é simples, teremos uma redução muito relevante nos potenciais compradores de usados, porque muitos não terão o dinheiro suficiente para entrada (lembrando que em 2.014 já foi o pior ano da série histórica em vendas de usados e em 2.015 no primeiro trimestre já foi pior ainda), sendo que o preço de venda real dos usados já vinha em queda, como demonstrado por pesquisas recentes do CRECI SP. Sem encontrar compradores para seu imóvel usado pelo preço almejado, o mais provável é que o comprador do imóvel novo na planta desista do negócio no ato da entrega do imóvel e com isto, mais um aumento no número de distratos que já tem sido absurdo, acrescentando de novo no estoque das construtoras ;

    2) No caso de imóveis novos prestes a serem entregues e já prontos que ainda não tiveram o financiamento imobiliário avaliado, não podemos esquecer que o Governo já aumentou o percentual de entrada de 10% para 20%. Isto tem dois efeitos: o primeiro é que muitas construtoras faziam promoções onde o cliente tinha que pagar uma entrada de 10% até a entrega, contando com a “eterna manutenção deste percentual” e muitas vendas aprovadas estavam “no limite”, ou seja, cliente vai chegar na entrega do imóvel e com novo percentual de entrada não vai conseguir fazer o financiamento e cancelará a compra (aumentando distratos / estoques) ou a construtora vai dar descontos adicionais no preço do imóvel para viabilizar o financiamento (novas reduções nos preços reais praticados). Outra consequência esperada, é que os imóveis novos já prontos em estoque também terão muito mais dificuldade para venda, uma vez que o valor da entrada requerida dobrou, sendo que neste caso, se o comprador potencial tiver que vender seu usado para poder efetivar o negócio, também não será possível dentro deste novo cenário ;

    3) Investidores em imóveis na planta: Percebendo o cenário descrito acima e mais as situações que constam abaixo, os novos investidores em imóveis na planta se reduzirão e muito em relação aos percentuais atuais, aumentando também o número de distratos por estes investidores e em ambos os casos, novamente mantendo muito elevados os estoques das construtoras. Considerar que já tivemos uma queda de 40% para 20% no total de investidores na planta a partir do segundo semestre de 2.014. Com este contexto e mais a situação da economia, este percentual de investidores na planta poderia se reduzir para 5% ou menos ;

    4) Compradores de imóveis na planta para moradia: ao saberem que os percentuais de entrada e juros da CEF tem aumentado, será gerada uma insegurança nestes compradores, uma vez que saberão que novos aumentos poderão acontecer no futuro e ele não terá condição de contrair o financiamento imobiliário no ato da entrega. Claro que antes esta insegurança já poderia existir, mas agora está acontecendo de fato e isto levará parte dos compradores na planta a desistir. Mesmo com toda a falta de informação que é típica dos compradores de imóveis na planta, é esperado que pelo menos uma parcela dos mesmos perceba esta situação ;

    5) Reação dos vendedores de imóveis usados e impacto sobre os novos: em São Paulo (Capital), só no período de junho/2014 a fevereiro/2015, já tivemos uma redução superior a 32% no preço médio dos imóveis usados, segundo apurado pelo CRECI SP. Isto aconteceu porque as vendas despencaram e sempre temos os vendedores que realmente PRECISAM vender, por isto baixam os preços. Na medida em que as vendas dos usados cairão muito mais e a necessidade de venda aumentará muito em função da piora na situação da economia, sendo que os vendedores de usados serão pressionados pelos próprios corretores para reduzirem os preços e não verão outra alternativa (a farsa da eterna valorização terá que ser desmontada, ou estes corretores passarão fome), teremos quedas ainda maiores nos preços dos imóveis usados. Com isto, aqueles clientes que teriam dinheiro para compra à vista, farão o movimento inverso, de desistir de um imóvel novo e partir para um imóvel usado, com isto, novamente reduzindo vendas de novos e garantindo a manutenção de super estoques dos mesmos ;

    6) Super estoque de imóveis em poder das construtoras: o estoque de imóveis em poder das construtoras equivale a anos de vendas, mesmo que ao balancearmos todos os pontos acima ainda assim tenhamos um pequeno ganho na venda de novos, ainda assim será absolutamente insuficiente para restabelecer o equilíbrio entre oferta e procura ou mesmo a garantia de sobrevivência de algumas construtoras de grande porte que já estão em situação muito crítica.

    CONCLUSÃO:

    Por tudo que consta acima, não existe “solução mirabolante” que irá salvar o segmento imobiliário ou sequer permitir um “soft landing”. Além de tentarem salvar os empregos da construção civil, o Governo poderia estar planejando alegar no caso de usados que a queda maior se deu em função de uma especulação onde ele “não teve culpa” e que os preços dos imóveis novos tiveram queda em função da situação da economia, mas que a queda não foi tão relevante quanto no caso dos usados e que seria temporário, depois se recuperaria (vindo junto com o famoso discurso do “agora é a melhor hora para comprar”), não configurando uma bolha imobiliária. Embora estas sejam as intenções do Governo, a análise acima indica que poderemos ter um contexto muito menos favorável do que o esperado por eles, com quedas relevantes tanto no preço de novos quanto usados, mas no fundo esta seria uma das poucas tentativas que ainda restam ao Governo para tentar mascarar nossa bolha imobiliária.

    Além de todas as situações descritas acima, a piora na situação econômica está apenas no começo e quando combinamos isto com a insegurança geral das famílias em adquirirem imóveis financiados, a diminuição natural das famílias que seriam clientes potenciais para compras de imóveis e as maiores dificuldades na obtenção de crédito imobiliário a partir de agora, é natural concluir que as possíveis ações da CEF que constam acima, no cenário mais otimista para o segmento imobiliário, farão com que os preços dos usados despenquem e que os dos novos tenham uma queda menor, mas em ambos os casos em termos nominais e ainda no ano de 2.015, sendo que se o segmento imobiliário não conseguir mais enganar as pessoas simulando o eterno crescimento de preços e a desinformação ficar “desarmada”, o impacto poderá ser ainda maior (efeito manada de vendedores reduzindo preço e de compradores adiando a compra).

    Convidados, Geral

    A bolha imobiliária e os preços dos imóveis

    23 de fevereiro de 2015

    Post mais recente sobre a bolha imobiliária no Brasil: http://defendaseudinheiro.com.br/a-bolha-imobiliaria-no-brasil-e-a-economia

    A bolha imobiliária e os preços dos imóveis:

    O objetivo deste documento é avaliarmos frases constantemente repetidas nos últimos meses por agentes (*) que temem a visibilidade da explosão da bolha imobiliária: “o preço dos imóveis não vai cair”, ou ainda: “a lei da oferta e procura não vai se manifestar”.

    (*) Segmento imobiliário teme que deterioração dos preços de imóveis fique visível e com isto o preço volte a patamar normal com algumas construtoras ficando inviáveis operacionalmente, juntamente com reduções ainda mais relevantes em vendas e comissões. Bancos temem que o valor do imóvel que financiaram ao se degradar não cubra o valor de garantia associado ao crédito concedido ao mutuário, o que com o esperado aumento na inadimplência poderia gerar prejuízos relevantes, além de risco nos empréstimos concedidos a construtoras. A imprensa teme perder renda de um de seus principais anunciantes.

    Neste documento apresentarei pesquisas feitas pelo segmento imobiliário ou por empresas especializadas contratadas por ele, além de notícias, depoimentos de corretores e de investidores em imóveis na planta.  Apresentarei os dados por cidade. Seguem as informações:

    Lei de oferta e procura caso 1: São José dos Campos (SJC):

    Vejamos algumas informações do CRECI (Conselho Regional dos Corretores de Imóveis) sobre o mercado imobiliário de SJC:

    http://g1.globo.com/sp/vale-do-paraiba-regiao/noticia/2013/05/preco-dos-imoveis-cai-25-em-sao-jose-em-dois-anos-revela-creci.html

    Trechos do link acima, que é de maio/13:

    Trecho 1: “Preço dos imóveis cai 25% em São José em dois anos, revela Creci”

    Trecho 2: “Valor máximo de apartamento de luxo caiu de R$ 530 mil para R$ 400 mil. Pesquisa leva em consideração os negócios fechados no mercado.”

    Trecho 3: “Segundo o coordenador de pesquisa do Creci no Vale, André Turci, a tendência é o que o valor continue a cair.”

    http://www.reclameaqui.com.br/6948247/alphaville-urbanismo/alphaville-sao-jose-dos-campos/

    Trecho do link acima, de novembro/13:

    “O alphaville Sao Jose dos Campos me vendeu lotes por 720,00 o metro. Mas “queima”lotes ate hoje por 650,00 o metro. O Lancamento foi em Outubro de 2011 …se colocamos a inflacao deveria estar no minimo a 740 o metro.”

    http://www.digitalflip.com.br/ovale/flip/Classificados/01024%3D07-07-2013/44.PDF

    Trecho do link acima, de julho/13:“São José tem aumento de 300% na oferta de locação”

    http://g1.globo.com/sp/vale-do-paraiba-regiao/noticia/2014/09/valor-do-aluguel-de-imoveis-cai-em-sao-jose-dos-campos-sp.html

    Trecho do link acima, de setembro/14:

    “Levantamento aponta queda entre 8 e 10% no valor do aluguel.”

    Conclusões quanto a SJC: o excesso de oferta em São José dos Campos levou a uma redução de 25% nos preços de venda. Os investidores na planta, observando o prejuízo elevado e inviabilidade de repassarem o ágio, colocaram seus imóveis para alugar, gerando uma super oferta para aluguel (aumentou a oferta de imóveis para alugar em 300% sobre base criada ao longo de anos), o que gerou uma queda de preços de aluguel entre 8% e 10%. Em outras palavras, claríssima demonstração da lei de oferta e procura em ação.

    Lei de oferta e procura caso 2: Brasília:

    Vejamos inicialmente, notícia abaixo sobre pesquisa feita pela empresa Geoimoveis, que tem mais de 10 anos de experiência em estudos relacionados ao segmento imobiliário:

    www1.folha.uol.com.br/mercado/2013/12/1391790-especulacao-leva-a-queda-de-preco-nos-lancamentos-de-imoveis-em-brasilia.shtml

    Trecho do link acima, de dezembro/13: “…os preços dos imóveis lançados em Brasília apresentaram uma forte queda neste ano, com redução de 35,5% na comparação com os valores cobrados em 2.012…”

    Outras informações relacionadas ao mercado imobiliário em Brasília:

    http://www.correiobraziliense.com.br/app/noticia/economia/2013/09/01/internas_economia,385651/especuladores-sao-penalizados-pela-retracao-do-mercado-imobiliario.shtml

    Trecho do link acima, de setembro/13: “Queda na procura impõe perdas de até 30% a quem comprou casas e apartamentos com a intenção de revender o ágio e obter lucro a curto prazo.”

    http://g1.globo.com/distrito-federal/noticia/2013/12/construtoras-queimam-estoque-de-imoveis-no-df-dizem-corretores.html

    Trechos do link acima, de setembro/13:

    Trecho 1: “O estoque de imóveis está 30% maior que o de 2 anos atrás e corresponde a ‘aproximadamente a 15 meses de vendas.”

    Trecho 2: “Segundo ele, o DF deve fechar o ano com 19 grandes empreendimentos lançados este ano, volume 50% menor que o de 2012.”

    http://www.reclameaqui.com.br/6767862/joao-fortes-engenharia-s-a/distrato/

    Trecho do link acima, de outubro/13:

    “Não é um bom negócio?! A própria João Fortes lançou um novo empreendimento do mesmo porte que o meu 30% mais barato.”

    http://www.reclameaqui.com.br/8132076/brookfield-incorporacoes/problemas-em-distratar-com-a-brookfield

    Trecho do link acima, de março/2014:

    “Estou tentando receber de volta o valor que paguei para a Brookfield, pois vejo que foi o pior investimento que já fiz na minha vida, já que hoje quase 3 anos depois de comprar, a mesma unidade está sendo vendida 20 mil reais mais barato que quando comprei e atualizando o meu saldo devedor, estou perdendo 60 mil reais.”

    Conclusões quanto a Brasília: a super oferta em Brasília levou a uma queda de 35,5% nos preços de lançamentos de imóveis segundo apurado pela Geoimoveis, o que combina com depoimento de corretores e investidores de imóveis na planta sobre quedas nos preços. Apesar da queda significativa em lançamentos e preços, terminam o ano de 2.013 com super estoques, por preços ainda estarem incompatíveis com renda das famílias. Novamente, tudo típico das consequências da lei de oferta e procura.

    Lei de oferta e procura caso 3 – Curitiba:

    Seguem links com informações fornecidas sobre o segmento imobiliário em Curitiba quanto a vendas, estoques e descontos nos preços dos imóveis, de 2.013 até 2.014:

    http://www.gazetadopovo.com.br/economia/conteudo.phtml?id=1347279

    http://www.gazetadopovo.com.br/economia/conteudo.phtml?tl=1&id=1426349&tit=Gigantes-do-setor-saem-de-fininho

    http://www.parana-online.com.br/editoria/cidades/news/823803/?noticia=MOMENTO+E+BOM+PARA+CONSEGUIR+DESCONTO+NA+COMPRA+DE+IMOVEIS

    Com base nas informações acima, vejamos como evoluiu o mercado imobiliário em Curitiba:

    Post 37 imagem 1 Curitiba estoque e preços de imóveis

    Para quem quiser entender os cálculos acima, acesse: http://www.bolhaimobiliariabrasil.com/2014/10/14/a-evolucao-da-bolha-imobiliaria-parte-3-ca/

    Conclusões quanto a Curitiba: quanto maiores os estoques, maiores os descontos, situação típica de quando a lei de oferta e procura está se manifestando.

    Lei de oferta e procura caso 4 – Salvador:

    http://www.bahiatodahora.com.br/destaques-esquerda/noticia_destaque2/queda-nas-vendas-leva-construtoras-a-reduzir-o-ritmo-em-salvador-situacao-e-preocupante

    Trecho 1: “Com a queda nas vendas de imóveis novos nos últimos dois anos, as construtoras reduziram o número de lançamentos. Mesmo assim, sobram ofertas.” 

    Trecho 2: “Na capital baiana, se a indústria da construção civil parasse de construir hoje, seriam necessários dois anos para vender o estoque.” 

    Trecho 3:“O desconto pode chegar em alguns casos, em apartamento de alto padrão até 40%.”

    Conclusões quanto a Salvador: os super estoques identificados pela pesquisa da Geoimoveis levaram a quedas relevantes nos preços dos imóveis, em especial os de alto padrão.

    Lei de oferta e procura caso 5 – Natal:

    http://jornaldehoje.com.br/infraestrutura-ruim-derruba-valor-dos-imoveis-em-natal/

    Trechos do link acima, de abril/13:

    Trecho 1: “Não há números exatos desse encalhe – mas o que se nota é um aumento expressivo das “promoções”, indicando uma velocidade de vendas bastante reduzida.”

    Trecho 2: “Hoje, segundo corretores ouvidos pelo JORNAL DE HOJE, é comum encontrar clientes revoltados com o fato de terem adquirido um imóvel quatro ou cinco anos atrás e descobrir uma unidade no mesmo bloco sendo negociadas a preços iguais ou mesmo ligeiramente inferiores à época em que ele fechou o negócio.”

    Conclusão quanto a Natal: o excesso de oferta levou a uma redução sensível nos preços dos imóveis novos no ato da entrega, que ficaram em patamar inferior ao de uma unidade adquirida 4 ou 5 anos antes. De novo, fácil de constatar os efeitos da lei de oferta e procura.

    Lei de oferta e procura caso 6 – Goiânia:

    http://www.reclameaqui.com.br/2968382/rossi-residencial-s-a/impossivel-rescindir-contrato/

    Trecho do link acima, de Maio/12

    “…a Toctao Rossi estava vendendo hoje apartamento idêntico ao que eu comprei há 02 (dois) anos atrás aproximadamente R$ 40.000,00 (quarenta mil reais) mais barato!!!!!!!!!!!!!”

    http://www.opopular.com.br/editorias/economia/queda-nas-vendas-faz-pre%C3%A7os-de-im%C3%B3veis-recuarem-1.307413

    Trecho da notícia acima, de abril/13:

    “Imóveis novos e usados vendidos com descontos de até 15%, redução que pode ser bem maior no caso de imóveis de alto padrão. Essa é a realidade atual do mercado imobiliário em Goiânia, depois que as vendas desaceleraram nos últimos meses.”

    Conclusão quanto a Goiânia: a notícia acima é auto-explicativa como evidência da lei de oferta e procura nesta cidade, complementada ainda por depoimento de comprador na planta.

    Lei de oferta e procura caso 7 – Santos:

    http://www.reclameaqui.com.br/6695928/pdg-incorporacoes/desorganizacao-e-falta-de-comprometimento-com-o-cliente

    Trecho do link acima, de outubro/13: “Promoverem feirões de queima de estoque vendendo unidades á preços com desconto maiores, dificultando á rentabilidade dos investidores, em meu caso, estou tentando vendar á unidade adquirida com prejuízo de 10 á 15 %, sem sucesso.”

    http://www.elitelancamentos.com.br/noticias/mercado-santista-desaquece-e-tem-estoque-elevado-81.html

    Trecho do link acima, de janeiro/15: “Pesquisa da consultoria Robert Michel Zarif Assessoria Econômica mostra que a cidade encerrou 2013 com um estoque acumulado de unidades remanescentes que chega a 31,7% do universo lançado nos últimos anos – pronto ou em construção.”

    Conclusão quanto a Santos: Os super estoques provocando reduções em preços já podiam ser detectados em 2.013 conforme depoimento de investidor na planta, sendo que a situação foi ficando ainda mais visível, até não poder mais ser omitida, como consta na notícia de jan/15.

    Lei de oferta e procura caso 8 – Camboriu:

    http://exame.abril.com.br/blogs/primeiro-lugar/2014/11/25/bolha-imobiliaria-estoura-em-camboriu/

    Trecho do link acima: “Com o excesso de oferta, os preços caíram 20% no ano.” 

    Conclusão quanto a Camboriu: auto explicativo quanto a lei de oferta e procura.

    Lei de oferta e procura caso 9 – Grande Florianópolis:

    Segue abaixo um link de janeiro/15 com pesquisa feita pela FECOMERCIO em conjunto com o SECOVI SC, referente a preços de vendas e aluguéis de imóveis na grande Florianópolis. Logo depois, coloco tabela extraída desta pesquisa com alguns itens que destaco.

    http://www.fecomercio-sc.com.br/produtos-servicos/pesquisas-ver.html?id=382

    Post 37 imagem 2 Florianópolis preços de venda

    Conclusão sobre a Grande Florianópolis: a queda de preços apurada pela pesquisa, mais uma vez demonstrou que os preços dos imóveis não são imunes a lei de oferta e procura.

    Lei de oferta e procura caso 10 – Campo Grande:

    http://www.correiodoestado.com.br/economia/mercado-faz-ajustes-e-precos-de-imoveis-caem-ate-30-na/237935/

    Trecho do link acima, de janeiro/15: “Mercado faz ajustes e preços de imóveis caem até 30%”

    Conclusão quanto a Campo Grande: A queda relatada pelo presidente do Sindimóveis de até 30% nos preços dos imóveis para quem quiser vender e com base no histórico recente da cidade, mais uma vez é relevante quanto aos efeitos da lei de oferta e procura.

    Lei de oferta e procura caso 11 – Porto Alegre:

    http://polibiobraga.blogspot.com.br/2015/01/colnaghi-aconselha-reducao-de-10-15-nos.html

    Trechos do link acima, de janeiro/15:

    Trecho 1: “Neste ano, a Colnaghi Imóveis já reuniu os seus clientes para atualizá-los em relação às perspectivas de compra e venda. A conseqüência vem sendo os ajustes nos preços dos semi-novos, com reduções que variam de 10% a 15% em relação a 2014”.

    Trecho 2: “Da carteira de clientes da empresa, 30% já aceitaram o atual cenário e readequaram os seus valores, considerando o grande volume de oferta disponível para poucos compradores”

    Conclusão quanto a Porto Alegre: os próprios corretores desta cidade, ao perceberem que não poderiam vender imóveis pelos preços atuais, decidiram convencer seus clientes a oferecerem descontos, de forma a tentar amortizar a queda de vendas e super oferta, novamente, típico efeito da lei de oferta e procura.

    Lei de oferta e procura caso 12 – São Paulo (Capital):

    http://msn.revistaimoveis.zap.com.br/155982-precos-dos-imoveis-novos-caem-em-sao-paulo.html

    Trechos do link acima:

    Trecho 1: “Segundo levantamento da Embraesp (Empresa Brasileira de Estudos de Patrimônio), obtido com exclusividade pelo ZAP Imóveis, os preços dos lançamentos no primeiro bimestre de 2013 tiveram queda de 9,4% em relação ao mesmo período do ano passado.”

    Trecho 2: “A tipologia de três dormitórios foi a que mais contribuiu para esta redução geral dos valores, com queda de 17,6% nos valores cobrados.”

    Vejamos agora como estava o estoque de imóveis novos no primeiro bimestre de 2.013:

    Link: http://www.secovi.com.br/pesquisas-e-indices/indicadores-do-mercado/

    Post 37 imagem 3 São Paulo estoque imóveis novos primeiro bimestre

    Pelo que podemos constatar pelas informações acima, o estoque médio de imóveis novos no primeiro bimestre de 2.013 bateu seu recorde histórico, o que foi a causa para a redução de preços do M2 para imóveis novos que foi apurado pela pesquisa da EMBRAESP neste período.

    Será que teríamos outra consequência possível desta super oferta de imóveis novos em São Paulo Capital? Percebemos que o preço que teve maior queda foi exatamente o de imóvel de 3 dormitórios, como o segmento imobiliário poderia reagir a esta situação?

    Utilizando novamente os dados do SECOVI SP, vejamos os resultados de lançamentos e vendas do primeiro semestre de 2.013:

    Post 37 imagem 4 São Paulo lançamentos e vendas de 1 dormitório no 1S13

    Como podemos observar pelas informações acima, em virtude dos super estoques no primeiro bimestre e queda mais acentuada de preços para imóveis de 3 dormitórios, o segmento imobiliário decidiu apostar fortemente em imóveis de 1 dormitório. Como conseguiram o recorde histórico de vendas em imóveis de 1 dormitório? Vejamos a explicação abaixo:

    http://classificados.folha.uol.com.br/imoveis/2013/10/1355571-apartamento-de-um-dormitorio-torna-se-nicho-de-investidores.shtml

    Pela reportagem acima, percebemos que o segmento imobiliário contou com alto volume de investidores para alavancar os lançamentos e vendas de imóveis de 1 dormitório (80% das vendas para investidores). Será que isto pode ter algum outro efeito, quando olhamos para a lei de oferta e procura? Vejamos abaixo:

    http://classificados.folha.uol.com.br/imoveis/2013/05/1285907-preco-de-imovel-usado-de-um-dormitorio-cai-23-na-cidade-de-sp.shtml

    Trecho do link acima, de maio/13:

    “Preço de imóvel usado de um dormitório cai 23% na cidade de São Paulo”.

    A super oferta de imóveis novos de 1 dormitório no primeiro semestre de 2.013 roubou os clientes dos imóveis usados desta tipologia. Qual a consequência? Os vendedores de imóveis usados de 1 dormitório tiveram que reduzir os preços em 23% para conseguirem vender, mais uma vez, evidência da lei de oferta e procura direcionando quedas em preços em São Paulo.

    Vejamos agora, mais informações sobre  o mercado imobiliário em São Paulo:

    http://www.crecisp.gov.br/arquivos/pesquisas/capital/2014/pesquisa_capital_dezembro_2014.pdf

    Post 37 imagem 5 São Paulo queda de preços imóveis usados

    Vejamos agora informações sobre vendas e aluguéis em São Paulo em 2.014, mais uma vez obtidas através das pesquisas disponibilizadas pelo CRECI SP:

    Post 37 imagem 6 vendas de imóveis usados em São Paulo 2008 a 2014

     

    Post 37 imagem 7 alugueis de imóveis usados em São Paulo 2010 a 2014

    Pelas informações acima, mais uma vez comprovamos que foram as quedas recorde em vendas em aluguéis na cidade de São Paulo que levaram a uma queda recorde nos preços de ambos no caso de imóveis usados.

    Vejamos ainda esta notícia recente, creio que o título e sub-título da mesma já dizem tudo:

    http://g1.globo.com/jornal-hoje/noticia/2015/02/sp-fecha-2014-com-estoque-recorde-de-imoveis-encalhados.html

    Trechos do link acima, que é de fevereiro/2015:

    Trecho 1: “SP fecha 2014 com estoque recorde de imóveis encalhados”

    Trecho 2: “Construtoras tentam seduzir os clientes para ampliar as vendas.”

    Trecho 3: “Setor dá descontos de até 30% em casas e apartamentos.”

    Como evidência adicional sobre a evolução real nos preços dos imóveis em São Paulo, alguns depoimentos de 2.013, de quem comprou imóvel na planta nesta cidade:

    http://www.reclameaqui.com.br/4575633/gafisa/imoveis-com-a-gafisa-nunca-mais/

    Trecho do link acima, de fevereiro/13:

    “porém para nossa surpresa a Gafisa lançou o Mistral com 2 metros quadrados a mais que o nosso e ainda por cima mais barato que o nosso”

    http://www.reclameaqui.com.br/6228471/even-construtora-e-incorporadora-s-a/nao-compre-imovel-com-a-even-construtora-villagio-nova-carr/

    Trecho do link acima, de agosto/13:

    “Atualização de Preço do Imóvel para Revenda segundo Extrato que de Pagtos fornecidos pelo site da Even R$ 324.000,00. Preço atual praticado por seus corretores em tabela promocional R$ 295.200,00.”

    http://www.reclameaqui.com.br/6798190/pdg-incorporacoes/xag/

    Trecho do link acima, de outubro/13:

     “…e no fim de tudo acompanhar a enchurradas de unidades oferecidas por eles tres anos depois mais barato do que juntando meu fluxo e saldo devedor”

    Conclusões quanto a São Paulo: esta cidade possui o recorde nacional de evidências do quanto à lei de oferta e procura tem se manifestado através de reduções em preços de imóveis como reação quanto à super oferta.

    COMENTÁRIOS FINAIS:

    Pesquisas de empresas como CRECI, EMBRAESP, Geoimoveis e FECOMERCIO demonstraram claramente que a queda do preço M2 médio para venda já tem ocorrido desde 2.013, no mínimo, em diferentes cidades. Adicionalmente, depoimentos de representantes do segmento imobiliário e investidores em imóveis na planta complementam estas evidências. Também pudemos demonstrar que estas quedas de preços que já ocorreram, sempre estiveram vinculadas à lei de oferta e procura, mais especificamente, nos 12 casos apresentados acima pudemos comprovar que as quedas de preços estavam sempre vinculadas a super oferta.

    Por que tivemos tantas ocorrências de quedas de preços, se tanto as construtoras quanto os proprietários particulares de imóveis nunca desejam que isto aconteça? A explicação é simples, tanto no caso de construtoras quanto proprietários, é a necessidade que os força a conceder estas reduções, para pagarem suas contas. Se não conseguem vender e precisam de dinheiro, a única saída é esta. O mesmo é aplicável para corretores que influenciam seus clientes.

    Alguns pontos importantes para considerarmos:

    1) Mesmo com todas as reduções de preços que já ocorreram e foram demonstradas com as devidas evidências neste trabalho, temos hoje um recorde histórico de imóveis sem vender. Isto significa que estas quedas de preços ainda não foram o suficiente para restabelecer o equilíbrio entre oferta e procura, o que indica que novas reduções de preços deverão ocorrer ;

    2) Para 2.015, a expectativa mais otimista, dentre aquelas que podemos chamar de realistas, é de uma queda de 0,50% no PIB. Na expectativa mais negativa, que inclui no cenário a possibilidade de apagão e falta de água em regiões-chave da região da Sudeste, poderíamos chegar a uma queda de 2% no PIB, ou até mais. Como sabemos, o segmento imobiliário é muito dependente do crescimento da economia e tal expectativa negativa para economia, fará com que cada vez mais as construtoras e as pessoas tenham a necessidade de reduzirem seus preços para poderem vender seus imóveis, de forma ainda mais intensa do que já aconteceu até aqui e foi demonstrado neste trabalho, na medida em que terão cada vez menos compradores com capacidade de comprarem seus imóveis com preços que ainda estão fora da realidade de renda das famílias.

    Por que temos expectativas tão negativas para economia e segmento imobiliário em 2.015?

    Como parte daquilo que esperamos para 2.015, teremos crescimento no desemprego, em especial na construção civil e setor automobilístico, com nova desaceleração da participação da CEF na concessão de empréstimos imobiliários. Como se isto não fosse o suficiente, é importante lembrar que os bancos privados já demonstraram estar fugindo desta modalidade de crédito. Adicionalmente temos hoje famílias super endividadas e com recorde de inadimplência (SERASA), que serão fortemente afetadas pela situação da economia, inclusive em virtude da inflação que está batendo recorde no início deste ano, os juros elevados, dentre outros fatores. Tudo isto sem contar as ameaças externas como a redução de consumo de commodities da China ou a possibilidade de aumento de juros nos EUA, os efeitos da operação Lava Jato sobre um segmento que é responsável por 11% dos investimentos no país e sofrerá fortes restrições (algumas empresas deste segmento poderão vir a fechar) e perda de confiabilidade quanto à disponibilidade de energia (prejudica investimentos), dentre outras diversas ameaças à nossa economia.

    Até o próximo post!

    Convidados, Geral

    A história da bolha imobiliária brasileira PARTE 2

    31 de outubro de 2014

    Post mais recente sobre a bolha imobiliária no Brasil: http://defendaseudinheiro.com.br/a-bolha-imobiliaria-no-brasil-e-a-economia

    A HISTÓRIA DA BOLHA IMOBILIÁRIA BRASILEIRA PARTE 2:

    Objetivo deste trabalho é continuar as explicações sobre a história da bolha imobiliária brasileira, no formato de Infográficos que facilitem sua compreensão. Recomendo a leitura da parte 1 antes, para quem ainda não tiver lido, encontra-se neste mesmo site e foi publicado recentemente. Segue o documento:

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    REFERÊNCIAS:

    Informações relacionadas a construtoras foram extraídas das páginas de investidores de cada uma delas, mais especificamente dos relatórios trimestrais oficiais, disponíveis com dados até o segundo trimestre de 2014.

    Pesquisa feita por consultoria especializada com 12 construtoras demonstrando prejuízo acumulado de mais de R$ 1 BILHÃO, com queda relevante em lançamentos e vendas, além de estoque de imóveis em unidades que dobrou: http://g1.globo.com/economia/negocios/noticia/2013/04/construtoras-tem-prejuizo-e-estoque-de-imoveis-sobe-43-em-2012.html

    Brasil: maior aumento de preços de imóveis do Mundo: http://super.abril.com.br/blogs/crash/pronto-ja-temos-a-maior-bolha-imobiliaria-da-historia/

    A bolha imobiliária brasileira que teve crescimento do índice de preços 240% acima do índice de custos, contra uma diferença de apenas 56% no auge da bolha americana: http://liberzone.com.br/bolha-imobiliaria-no-brasil/

    Informação de que os distratos (cancelamento de vendas) cresceram 30% no primeiro trimestre de 2.014 comparado a mesmo período de 2.013: http://noticias.uol.com.br/opiniao/coluna/2014/09/09/construtoras-aplicam-golpe-em-quem-desiste-da-compra-do-imovel.htm

    Informação de que os distratos (cancelamento de vendas) cresceram 40% no segundo trimestre de 2.014 comparado a mesmo período de 2.013: http://oglobo.globo.com/economia/imoveis/negocios-desfeitos-no-pais-cresce-numero-de-devolucoes-de-imoveis-comprados-na-planta-14213036

    Informação de que o setor imobiliário tem o maior nível de estoques em 10 anos: http://www1.folha.uol.com.br/mercado/2014/09/1522343-setor-imobiliario-tem-maior-nivel-de-estoque-em-dez-anos-saiba-onde-estao-as-oportunidades.shtml

    Segundo pesquisa da Geoimóveis, o estoque de imóveis novos em Salvador equivale a 25 meses de vendas, o recorde do Brasil naquela época: http://www.bahiatodahora.com.br/destaques-esquerda/noticia_destaque2/queda-nas-vendas-leva-construtoras-a-reduzir-o-ritmo-em-salvador-situacao-e-preocupante

    Informação de que o estoque de imóveis novos em Curitiba corresponde a quase 7 anos de vendas em 2.014, só do que está com construtoras, vem do estudo que consta neste endereço, que também contém todos os links para pesquisas utilizadas: http://www.defendaseudinheiro.com.br/a-evolucao-da-bolha-imobiliaria-parte-3

    Notícia de Dez/2013 – em Brasília, estoque 30% maior que 2 anos atrás, apesar de queda de 50% nos lançamentos de 2.012 para 2.013 e de descontos de até R$ 300 mil em imóveis prontos: http://g1.globo.com/distrito-federal/noticia/2013/12/construtoras-queimam-estoque-de-imoveis-no-df-dizem-corretores.html

    Informação de que em São José dos Campos, a oferta de imóveis para alugar cresceu 300%:  http://www.aconvap.com.br/noticias/sao-jose-tem-aumento-de-300-na-oferta-de-locacao/3599.html

    Na notícia a seguir, a informação de que imóveis novos em BH tem tido inadimplência de condomínio de até 50% causada por investidores que compraram na planta sem ter condições financeiras de contrair empréstimo no ato da entrega do imóvel e sequer conseguem pagar condomínio. Super-oferta na mão de investidores novamente: http://www.hojeemdia.com.br/noticias/economia-e-negocios/atraso-no-pagamento-de-condominio-chega-a-10-em-belo-horizonte-1.219820

    Para entender a super-oferta de imóveis de 1 dormitório em São Paulo, com links para pesquisas e notícias relacionadas, ver o trabalho anterior: www.defendaseudinheiro.com.br/a-bolha-imobiliaria-em-sao-paulo

    Sobre a informação de que temos estoque de imóveis em São Paulo para 3 e 4 dormitórios que é equivalente a mais de 11 anos de vendas de novos MAIS usados, segue endereço que tem todos os cálculos e links das pesquisas utilizadas: http://www.defendaseudinheiro.com.br/a-evolucao-da-bolha-imobiliaria-em-sao-paulo

    Nesta notícia, a informação que o número de imóveis vagos aguardando locação mais do que dobrou: http://m.jconline.ne10.uol.com.br/t320/noticia/economia/pernambuco/noticia/2013/04/28/81174

    Aumento de 600% na oferta de imóveis comerciais em Curitiba: http://www.gazetadopovo.com.br/economia/conteudo.phtml?tl=1&id=1424276&tit=O-grande-salto-dos-imoveis-corporativos

    Aqui temos as informações sobre super-oferta de imóveis para alugar na cidade de Florianópolis e nos Estados do RS, SP e PR: http://www.ndonline.com.br/florianopolis/noticias/141217-oferta-de-imoveis-para-locacao-cresce-50-na-grande-florianopolis.html

    Neste artigo, o NRE (Núcleo Real Estate) da Poli-USP, informa a existência de super-estoques de imóveis novos para vender em algumas cidades do país, incluindo Manaus e Vitória, mencionados neste item do trabalho: https://www.consorciodeimoveis.com.br/noticias/mercado-imobiliario-2014-confira-algumas-perspectivas

    Nesta reportagem da edição impressa da Exame, a confirmação textual quanto a bolha imobiliária dos imóveis comerciais, através de diversas evidências quanto a super-oferta: http://exame.abril.com.br/revista-exame/edicoes/1060/

    Em Brasília, queda de 35,5% nos preços de lançamentos na comparação de 2.013 com 2.012, além de outra notícia falando sobre queda de até 30% no preço dos imóveis no ato da entrega e uma terceira que comenta sobre “descontos” de até R$ 300 mil:

    www1.folha.uol.com.br/mercado/2013/12/1391790-especulacao-leva-a-queda-de-preco-nos-lancamentos-de-imoveis-em-brasilia.shtml

    http://www.correiobraziliense.com.br/app/noticia/economia/2013/09/01/internas_economia,385651/especuladores-sao-penalizados-pela-retracao-do-mercado-imobiliario.shtml

    http://g1.globo.com/distrito-federal/noticia/2013/12/construtoras-queimam-estoque-de-imoveis-no-df-dizem-corretores.html

    Queda de 25% nos preços de imóveis novos no ato da entrega em São José dos Campos: http://g1.globo.com/sp/vale-do-paraiba-regiao/noticia/2013/05/preco-dos-imoveis-cai-25-em-sao-jose-em-dois-anos-revela-creci.html

    Queda relevante de preços de imóveis novos em Natal, na entrega mais barato que na planta: http://jornaldehoje.com.br/infraestrutura-ruim-derruba-valor-dos-imoveis-em-natal/

    Em Curitiba, três notícias sobre “descontos” praticados por construtoras, que subiram de 30% em Fev/2013 para 35% em Nov/2013, chegando a 50% em Ago/14:

    http://www.gazetadopovo.com.br/economia/conteudo.phtml?id=1347279

    http://www.gazetadopovo.com.br/economia/conteudo.phtml?tl=1&id=1426349&tit=Gigantes-do-setor-saem-de-fininho

    http://www.parana-online.com.br/editoria/cidades/news/823803/?noticia=MOMENTO+E+BOM+PARA+CONSEGUIR+DESCONTO+NA+COMPRA+DE+IMOVEIS

    Segue notícia sobre queda de 15% nos preços de imóveis em Goiânia, após fortes quedas em vendas: http://www.opopular.com.br/editorias/economia/queda-nas-vendas-faz-pre%C3%A7os-de-im%C3%B3veis-recuarem-1.307413

    Abaixo, notícia sobre a terceira queda consecutiva de preços de imóveis em Recife: http://www.diariodepernambuco.com.br/app/noticia/economia/2013/04/03/internas_economia,432110/precos-dos-imoveis-no-recife-apresentam-terceira-queda-consecutiva.shtml

    Notícia sobre quedas de preços em 7 capitais durante o segundo semestre de 2.012: http://classificados.folha.uol.com.br/imoveis/1228412-mercado-imobiliario-tem-retracao-nas-principais-cidades-do-pais-em-2012.shtml

    Seguem abaixo 4 notícias sobre quedas de preços de imóveis em São Paulo, são situações diferentes umas das outras quanto a número de dormitórios, período, novo ou usado, etc. (tem muito mais que isto disponível na mídia, tem sido uma constante para São Paulo):

    http://classificados.folha.uol.com.br/imoveis/2013/05/1285907-preco-de-imovel-usado-de-um-dormitorio-cai-23-na-cidade-de-sp.shtml

    http://classificados.folha.uol.com.br/imoveis/2013/05/1276973-venda-preco-e-locacao-de-imoveis-usados-despencam-em-sp.shtml

    http://economia.estadao.com.br/noticias/economia-geral,preco-de-imovel-novo-recua-pela-1-vez-em-quatro-anos,152741,0.htm

    http://msn.revistaimoveis.zap.com.br/155982-precos-dos-imoveis-novos-caem-em-sao-paulo.html

    Sobre preços de vendas e aluguel caindo no Rio de Janeiro: http://vejario.abril.com.br/materia/cidade/mercado-imobiliario-imoveis-precos-venda-aluguel

    Descontos de até 30% nas vendas de imóveis usados no Rio de Janeiro: http://noticias.r7.com/economia/imoveis-usados-sao-vendidos-com-valor-ate-30-menor-que-o-anunciado-05092014

    “Descontos” de até R$ 80 mil em Salvador: http://www.correio24horas.com.br/detalhe/noticia/descontos-em-imoveis-chegam-a-ser-de-ate-r-80-mil-em-promocoes/?cHash=4f67727a643ac5057e1354a79606b958

    No Espirito Santo, imóveis com “descontos” de até R$ 400 mil: http://webclipping.mile4.com.br/webclipping/visualiza.php?cd=17370

    “Liquidação” nos preços dos imóveis em Belo Horizonte. Matéria do jornal impresso “O tempo”, segue link que contém esta notícia: http://observadordomercado.blogspot.com.br/2014/03/estouro-da-bolha-provoca-fenomeno.html

    Segue abaixo link com uma lista de depoimentos do ReclameAqui, onde compradores de imóveis viram as construtoras vendendo no ato da entrega do imóvel, mais barato do que eles pagaram na planta. Estes depoimentos incluem diversas cidades e construtoras, imóveis residenciais (grande maioria), comerciais e terrenos: www.defendaseudinheiro.com.br/comprar-imovel-em-tempos-de-bolha-imobiliaria

    Queda nos preços de alugueis de imóveis comerciais em São Paulo e outras cidades: http://www.estadao.com.br/noticias/impresso,aluguel-de-escritorio-em-sp-caiu-pela-1-vez-em-quase-dez-anos,1128094,0.htm

    Notícia de que as quedas em vendas e paralisação da construção, causada por super-estoque de imóveis equivalente a 25 meses de vendas, levou a aumento de quase 50% no desemprego em Salvador, que saiu de 6,4% em Ago/12 para 9,4% em Ago/13 segundo o IBGE: http://www.bahiatodahora.com.br/destaques-esquerda/noticia_destaque2/queda-nas-vendas-leva-construtoras-a-reduzir-o-ritmo-em-salvador-situacao-e-preocupante

    Pela sequencia de notícias abaixo, vemos que primeiro o preço dos imóveis novos entregues em São José dos Campos despencou 25%, depois investidores no desespero para não terem perda imediata colocaram imóveis para alugar e oferta de aluguel aumentou 300% e por fim, em virtude desta claríssima super-oferta, estão diminuindo muito os lançamentos e informando que isto irá gerar um alto volume de desemprego na cidade: http://g1.globo.com/sp/vale-do-paraiba-regiao/noticia/2013/05/preco-dos-imoveis-cai-25-em-sao-jose-em-dois-anos-revela-creci.html http://www.aconvap.com.br/noticias/sao-jose-tem-aumento-de-300-na-oferta-de-locacao/3599.htmlhttp://www.ovale.com.br/2.621/empresarios-da-construc-o-civil-temem-corte-de-empregos-com-a-retrac-o-do-mercado-1.502639

    Até o próximo tópico!

    Convidados, Geral

    A história da bolha imobiliária brasileira PARTE 1

    24 de outubro de 2014

    Post mais recente sobre a bolha imobiliária no Brasil: http://defendaseudinheiro.com.br/a-bolha-imobiliaria-no-brasil-e-a-economia

    A HISTÓRIA DA BOLHA IMOBILIÁRIA BRASILEIRA PARTE 1:

    Objetivo é apresentar a primeira parte da história da bolha imobiliária brasileira com infográficos que facilitem seu entendimento. Todas as evidências ao final, no item “Referências”. Segue o trabalho:

    Post 31 imagem 1Post 31 imagem 2Post 31 imagem 3Post 31 imagem 4Post 31 imagem 5Post 31 imagem 6Post 31 imagem 7Post 31 imagem 8Post 31 imagem 9Post 31 imagem 10Post 31 imagem 11Post 31 imagem 12Post 31 imagem 13

    REFERÊNCIAS:

    Resultados das construtoras: extraídas informações dos sites oficiais das construtoras, especificamente das páginas de Relação com Investidores ou Investidores, dos relatórios trimestrais.

    Crescimento no crédito concedido no Brasil:

    http://www.mises.org.br/Article.aspx?id=1943

    Informações adicionais sobre distratos:

    Aumento de 30% nos distratos no primeiro trimestre de 2.014:

    http://economia.estadao.com.br/noticias/economia-geral,construtoras-cancelam-r-1-4-bilhao-em-vendas-de-imoveis-no-trimestre,185175,0.htm

    Aumento de 40% nos distratos no segundo trimestre de 2.014:

    http://oglobo.globo.com/economia/imoveis/negocios-desfeitos-no-pais-cresce-numero-de-devolucoes-de-imoveis-comprados-na-planta-14213036

    Evidências adicionais sobre as vendas FALSAS na planta:

    Explicações fornecidas por escritório de advocacia especializado em distratos, sobre os estratagemas utilizados nas vendas na planta para convencer os compradores a adquirirem imóveis, mesmo quando os mesmo não tem condições financeiras para isto:

    http://www.infomoney.com.br/blogs/direito-imobiliario-em-foco/post/3572564/aumento-dos-distratos-imoveis-terceirizacao-culpa

    http://noticias.uol.com.br/opiniao/coluna/2014/09/09/construtoras-aplicam-golpe-em-quem-desiste-da-compra-do-imovel.htm

    Diretor de associação de mutuários que visita feirão da CEF e comprova que vendas são feitas sem nenhum critério, levando pessoas que não tem condições financeiras para adquirir um imóvel a comprá-los mesmo assim:

    http://www.clicksergipe.com.br/1n_blog.asp?postagem=107055&tipo=mercado

    Na notícia abaixo, a informação de inadimplência de até 50% em condomínios novos porque investidores que compraram na planta não tinham renda para financiar imóvel na entrega:

    http://www.hojeemdia.com.br/noticias/economia-e-negocios/atraso-no-pagamento-de-condominio-chega-a-10-em-belo-horizonte-1.219820

    Depoimentos do ReclameAqui, de duas construtoras diferentes, dando conta que não foram feitas as simulações de aprovação de crédito imobiliário no ato da venda na planta:

    Caso PDG: explicam só ter descoberto que não tinham condição de comprar imóvel depois de já terem assinado um contrato de compra e venda na planta, quando foram até o banco fazer uma simulação:

    http://www.reclameaqui.com.br/3980801/pdg-incorporacoes/distrato-de-contrato

    Caso Tecnisa: idem a depoimento anterior para PDG:

    http://www.reclameaqui.com.br/5794925/tecnisa-construtora/distrato

    Informações sobre reduções de preços como resultado da MEGA especulação:

    Queda de 35,5% nos preços dos imóveis novos lançados em Brasília em 2.013:

    www1.folha.uol.com.br/mercado/2013/12/1391790-especulacao-leva-a-queda-de-preco-nos-lancamentos-de-imoveis-em-brasilia.shtml

    Queda de 25% nos preços dos imóveis novos na entrega em São José dos Campos:

    http://g1.globo.com/sp/vale-do-paraiba-regiao/noticia/2013/05/preco-dos-imoveis-cai-25-em-sao-jose-em-dois-anos-revela-creci.html

    Queda de 17% nos preços de imóveis novos de 3 dormitórios em São Paulo:

    http://msn.revistaimoveis.zap.com.br/155982-precos-dos-imoveis-novos-caem-em-sao-paulo.html

    Queda de 15% nos preços dos imóveis novos em Goiânia:

    http://www.opopular.com.br/editorias/economia/queda-nas-vendas-faz-pre%C3%A7os-de-im%C3%B3veis-recuarem-1.307413

    Descontos de 50% para imóveis novos em Curitiba:

    http://www.parana-online.com.br/editoria/cidades/news/823803/?noticia=MOMENTO+E+BOM+PARA+CONSEGUIR+DESCONTO+NA+COMPRA+DE+IMOVEIS

    Descontos de até R$ 400 mil para imóveis novos no Espirito Santo:

    http://webclipping.mile4.com.br/webclipping/visualiza.php?cd=17370

    Preços dos imóveis em Natal na entrega inferiores aos praticados na planta:

    http://jornaldehoje.com.br/infraestrutura-ruim-derruba-valor-dos-imoveis-em-natal/

    No trabalho abaixo, constam depoimentos de compradores de imóveis, que viram a construtora vendendo imóvel similar ao seu, no ato da entrega, mais barato do que haviam pago na planta. Além de depoimentos em  cidades que constam nos trabalhos anteriores e neste, temos depoimentos de Piracicaba, Sorocaba e Santos. Segue o link:

    http://www.defendaseudinheiro.com.br/comprar-imovel-em-tempos-de-bolha-imobiliaria

    Notícias sobre investidores imobiliários dos EUA e Espanha que vieram para o Brasil entre 2.005 e 2.007 apostando nas empresas Gafisa e PDG e saíram destas empresas em 2.010 e 2.011 respectivamente:

    http://economia.estadao.com.br/noticias/geral,sam-zell-vende-participacoes-na-gafisa-e-br-malls-imp-,619804

    Megainvestidor Enrique Bañuelos diz ‘adiós’ ao Brasil

    IPEA – déficit habitacional cresceu no caso da menor renda: segundo este levantamento oficial feito pelo IPEA para o período de 2.007 a 2.012, o déficit habitacional cresceu:

    http://economia.estadao.com.br/noticias/economia-geral,deficit-habitacional-cresce-na-baixa-renda-apura-o-ipea,170824,0.htm

    TCU – 100% das residências do Minha Casa Minha Vida que foram auditadas apresentaram falhas nas construções:

    http://economia.estadao.com.br/noticias/geral,no-minha-casa-falhas-em-todas-as-obras-vistoriadas-imp-,1537726

    Informação que ações na justiça contra construtoras aumentou 2.600% de 2.008 para 2.013 e a grande maioria tendo como causa os atrasos nas entregas dos imóveis:

    http://g1.globo.com/jornal-da-globo/noticia/2014/01/cresce-o-numero-de-acoes-contra-construtoras-nos-ultimos-seis-anos.html

    Até o próximo post!

    Convidados, Geral

    A evolução da bolha imobiliária PARTE 3

    15 de outubro de 2014

    Post mais recente sobre a bolha imobiliária no Brasil: http://defendaseudinheiro.com.br/a-bolha-imobiliaria-no-brasil-e-a-economia

    Neste documento apresentarei as principais evidências relacionadas à bolha imobiliária em mais algumas cidades, ao final, falando sobre 10 motivos para não comprar imóvel neste momento. Esta é a última parte deste trabalho. Em estudos anteriores, demonstrei a evolução da bolha imobiliária em São Paulo (http://defendaseudinheiro.com.br/a-evolucao-da-bolha-imobiliaria-em-sao-paulo), como opera o subprime brasileiro analogamente ao americano e seus efeitos nas construtoras, com evidências da bolha imobiliária em Brasília e Salvador (http://defendaseudinheiro.com.br/a-evolucao-da-bolha-imobiliaria-parte-1) e ainda, a bolha imobiliária em Belo Horizonte e a relação da bolha imobiliária com economia (http://defendaseudinheiro.com.br/a-evolucao-da-bolha-imobiliaria-parte-2) .

    A EVOLUÇÃO DA BOLHA IMOBILIÁRIA PARTE 3:

    Segue estudo:

    CURITIBA:

    Vamos avaliar diversas informações disponibilizadas sobre o mercado imobiliário em Curitiba:

    http://www.gazetadopovo.com.br/economia/conteudo.phtml?id=1300746

    Seguem trechos da notícia acima, que é de 2.012:

    Trecho 1: “Imóvel sobe duas vezes mais que a renda do morador em Curitiba”

    Trecho 2: “O aumento, de 110%, é quase duas vezes superior ao verificado no rendimento médio de quem mora na região de Curitiba, que cresceu 57% no período. Os imóveis subiram também bem acima da inflação no período, de 33,01%, segundo cálculo feito pelo economista Luciano D´Agostini, doutor em Desenvolvimento Econômico pela Universidade Federal do Paraná (UFPR), a pedido da Gazeta do Povo.”

    Trecho 3: ““Em relação aos imóveis, o poder de compra dos salários reduziu 33% em cinco anos”, diz o economista. Segundo ele, o preço dos imóveis descolou de todos os demais itens do orçamento das famílias.”

    http://www.gazetadopovo.com.br/economia/conteudo.phtml?id=1347279

    Trechos da notícia acima, que é de fevereiro/2013:

    Trecho 1: “Estoque de imóveis novos bate recordes – são 11,5 mil nas mãos das incorporadoras, quase o dobro da demanda anual”

    Trecho 2: “Segundo o Sindicato da Indústria da Construção Civil no estado (Sinduscon-PR) cerca de 9 mil unidades devem ser lançadas em 2013 – o mesmo volume de 2012.”

    Trecho 3: “As promoções vão desde “mimos”, como cozinha e quartos decorados, até a redução de preço de 10% a 30%.”

    http://www.gazetadopovo.com.br/economia/conteudo.phtml?tl=1&id=1426349&tit=Gigantes-do-setor-saem-de-fininho

    Trechos da notícia acima, que é de novembro/2013:

    Trecho 1: “Depois de chegarem a Curitiba e praticamente dobrarem o número de lançamentos por ano, as principais construtoras do país estão reduzindo drasticamente o número de novos empreendimentos ou até mesmo encerrando suas atividades na cidade.”

    Trecho 2: “A Associação dos Dirigentes de Empresas do Mercado Imobiliário no Paraná (Ademi-PR) estima que 11 mil unidades estejam nas mãos das incorporadoras e construtoras, enquanto a demanda não passa de 6 mil.”

    Trecho 3: “Para limpar o estoque alto de empreendimentos prontos, essas construtoras estão apostando em feirões, com descontos de até 35% e condições como entrada de apenas 10%.”

    http://www.gazetadopovo.com.br/economia/conteudo.phtml?tl=1&id=1491867&tit=Comeco-de-ano-morno-faz-crescerem-os-estoques-das-construtoras

    Trecho da notícia acima, que é de 17/agosto/2014:

    “Em dezembro do ano passado, havia 10,4 mil unidades novas (incluindo prontas e lançadas) em estoque em Curitiba. Em junho, eram mais de 12,2 mil, o equivalente a 32% de tudo que foi lançado desde dezembro de 2008, segundo levantamento da Associação dos Dirigentes de Empresas do Mercado Imobiliário (Ademi-PR).”

    http://www.parana-online.com.br/editoria/cidades/news/823803/?noticia=MOMENTO+E+BOM+PARA+CONSEGUIR+DESCONTO+NA+COMPRA+DE+IMOVEIS

    Trechos do link acima, que é de 27/agosto/2014:

    Trecho 1: “O mesmo comprador que se assustou, nos últimos anos, com a escalada de preços do metro quadrado na capital, em 2014, passou a receber uma segunda ou terceira proposta de preço para o mesmo empreendimento com descontos que chegaram a 50%”

    Trecho 2: “Não querem falar da bolha, mas como o mesmo imóvel novo que antes saía por R$ 1,5 milhão, agora dá para ser negociado por R$ 750 mil, questiona”

    http://www.reclameaqui.com.br/7003019/pdg-incorporacoes/distrato-village-parana-unidade-1003/

    Trechos do link acima, que é um depoimento no ReclameAqui, de julho/2013, de Curitiba:

    Trecho 1: “Em 12/07/2013 solicitei distrato com a PDG conforme email abaixo devido a PDV na época estar ofertando o mesmo apartamento por R$ 179.000,00, enquanto estaria pagando em torno R$ 206.067,92.mes fizeram um feirão oferecendo um desconto de R$ 50.000,00…”

    http://www.reclameaqui.com.br/8153478/cyrela-brazil-realty/ideale

    Trechos do link acima, que é de março/2014, também sobre Curitiba:

    Trecho 1: “Em 2011 assinei um desses contratos de imóvel na planta com esta empresa. Trata-se do Ideale em Curitiba.”

    Trecho 2: “Além disso fui enganado pela corretora que me fez a venda. O valor que eles querem que eu financie hoje é maior do que o valor do imóvel que recentemente foi entregue.”

    Pegando o gráfico da notícia de 17/agosto que consta acima e fazendo alguns cálculos:

    Post 30 - imagem 1 - Lançamentos estoques e vendas Curitiba

    Vamos agora, agrupar as informações constantes nas pesquisas e cálculos acima:

    Post 30 - imagem 2 - evolução do mercado imobiliário Curitiba

    Em Curitiba, o aumento muito relevante nos lançamentos de 2.009 a 2.011, combinado com preços dos imóveis que cresceram muito mais do que a renda da população a partir de 2.007, fez com que as vendas caíssem de um patamar de 5.500 unidades por ano até 2.012, para 1.800 por ano nos últimos 12 meses apurados (queda de 67%) e mesmo com redução relevante em lançamentos a partir de 2.012, isto gerou um super estoque com preços fora da realidade de renda local e isto aconteceu, apesar dos descontos significativos e crescentes desde o início de 2.013. Em junho/2014, o estoque de imóveis em Curitiba se tornou o recorde de todos os tempos e está em patamar que também é recorde em relação a vendas (estoque atual equivale a quase sete anos de vendas).

    Em uma situação normal, uma redução relevante em lançamentos combinada com promoções que tenham descontos significativos, ambos ocorrendo ao longo de anos, deveria reduzir os estoques e não o contrário. Por que então tivemos este aumento de estoque?

    Porque mesmo com parte das promoções sendo verdadeira, mas mantendo preço ainda inviável quanto à renda, não gera aumento nas vendas para compradores finais, além de levar à desistência da compra por investidores que viram o ágio se tornar inviável, aumentando assim os estoques, enquanto para outra parte das promoções que são falsas (aumenta preço anunciado e dá desconto voltando ao preço original), também não vende. Outros pontos: com piora na economia, trazida pela própria bolha imobiliária junto com bolha de crédito para consumo, temos como reflexo uma piora na situação financeira para compradores, fazendo com que distratos cresçam sem parar, principalmente porque agora também observamos o recorde de entregas relacionadas às vendas FALSAS do passado (para famílias sem renda para adquirir crédito imobiliário) e os distratos ocorrem na entrega, no momento em que as famílias veem seu crédito rejeitado pelos bancos.

    O cenário acima é típico de nossa bolha e repete o que já foi apresentado sobre outras cidades: diminuições radicais em lançamentos não reduzem estoques, promoções com parte dos descontos sendo insuficientes e a outra parte falsos, também não e distratos continuam crescentes alimentando cada vez mais os estoques, tudo isto junto, demonstrando claramente que os preços são insustentáveis. Qual a solução? Reduções relevantes, reais e abrangentes nos preços dos imóveis em Curitiba, é a única saída para volta ao equilíbrio.

    SÃO JOSÉ DOS CAMPOS (SJC):

    Vejamos algumas informações sobre o mercado imobiliário de SJC:

    http://g1.globo.com/sp/vale-do-paraiba-regiao/noticia/2013/05/preco-dos-imoveis-cai-25-em-sao-jose-em-dois-anos-revela-creci.html

    Trechos do link acima, que é de maio/2013:

    Trecho 1: “Preço dos imóveis cai 25% em São José em dois anos, revela Creci”

    Trecho 2: “Valor máximo de apartamento de luxo caiu de R$ 530 mil para R$ 400 mil.

    Pesquisa leva em consideração os negócios fechados no mercado.”

    Trecho 3: “Segundo o coordenador de pesquisa do Creci no Vale, André Turci, a tendência é o que o valor continue a cair.”

    http://www.reclameaqui.com.br/6948247/alphaville-urbanismo/alphaville-sao-jose-dos-campos/

    Trecho do link acima, de novembro/2013

    “O alphaville Sao Jose dos Campos me vendeu lotes por 720,00 o metro. Mas “queima”lotes ate hoje por 650,00 o metro. O Lancamento foi em Outubro de 2011 …se colocamos a inflacao deveria estar no minimo a 740 o metro.”

    http://www.digitalflip.com.br/ovale/flip/Classificados/01024%3D07-07-2013/44.PDF

    Trecho do link acima, de julho/2013:“São José tem aumento de 300% na locação”

    http://www.ovale.com.br/crise-amplia-o-estoque-de-imoveis-para-locac-o-1.556050

    Trecho do link acima, de setembro/2014:

    “O estoque de imóveis residenciais para locação em São José dos Campos registrou aumento de 8,47% entre setembro do ano passado e julho deste ano”

    http://g1.globo.com/sp/vale-do-paraiba-regiao/noticia/2014/09/valor-do-aluguel-de-imoveis-cai-em-sao-jose-dos-campos-sp.html

    Trecho do link acima, de setembro/2014:

    “Levantamento aponta queda entre 8 e 10% no valor do aluguel.”

    http://www.ovale.com.br/construc-o-civil-de-s-o-jose-tem-pior-indice-de-desemprego-1.554367

    Trecho do link acima, de agosto/2014:

    “Levantamento feito pelo SindusCon ((Sindicato da Indústria da Construção Civil do Estado de São Paulo) aponta que São José dos Campos e região tiveram o segundo pior desempenho do interior na geração de empregos no setor em julho, com retração de 377 vagas.”

    O cenário da evolução da bolha imobiliária em São José dos Campos é bem claro, não precisa ser “desenhado”, basta acompanharmos a sequência dos fatos: primeiro, temos o excesso de oferta junto com preço fora da realidade de renda, que leva a 25% na redução dos preços no ato da entrega dos imóveis novos. O aumento de 300% na oferta de aluguel, seguido por novo aumento na oferta cerca de um ano depois, demonstra o volume anormal de investidores, que ao receberem imóveis e perceberem que não conseguiriam revender devido à queda nos preços, optaram em colocar estes imóveis para alugar. A super oferta de aluguel levou a uma redução nos preços dos aluguéis entre 8% e 10%, como era de se esperar, ao mesmo tempo que a construção civil reduziu muito as obras, também em virtude da super oferta, o que aumenta o desemprego na região, retroalimentando a situação de crise local que apenas prejudicará cada vez mais os preços, tanto de venda quanto aluguel.

    OUTRAS EVIDÊNCIAS DA BOLHA IMOBILIÁRIA NO BRASIL:

    Já evidenciei em trabalhos anteriores e neste, com mais profundidade, a bolha imobiliária nas construtoras e nas cidades de São Paulo, Salvador, Brasília, Belo Horizonte, Curitiba e São José dos Campos. Para não estender demais este trabalho, trarei um conjunto de notícias relacionadas a outras cidades, apenas como referências adicionais.

    Referências sobre quedas de preços que tem ocorrido em outras cidades, tão relevantes quanto reduções que ocorreram em outros países que tiveram explosão de bolha imobiliária:

    Queda relevante de preços de imóveis novos em Natal, na entrega mais barato que na planta:

    http://jornaldehoje.com.br/infraestrutura-ruim-derruba-valor-dos-imoveis-em-natal/

    No Espirito Santo, imóveis com “descontos” de até R$ 400 mil:

    http://webclipping.mile4.com.br/webclipping/visualiza.php?cd=17370

    Notícia sobre queda de 15% nos preços de imóveis em Goiânia, após quedas em vendas:

    http://www.opopular.com.br/editorias/economia/queda-nas-vendas-faz-pre%C3%A7os-de-im%C3%B3veis-recuarem-1.307413

    No trabalho abaixo, constam depoimentos de compradores de imóveis, que viram a construtora vendendo imóvel similar ao seu, no ato da entrega, mais barato do que haviam pago na planta. Além de depoimentos em  cidades que constam nos trabalhos anteriores e neste, temos depoimentos de Piracicaba, Sorocaba e Santos. Segue o link:

    http://www.defendaseudinheiro.com.br/comprar-imovel-em-tempos-de-bolha-imobiliaria

    Referências adicionais sobre desequilíbrio elevado entre oferta e demanda, típico de bolha:

    Aqui temos as informações sobre super-oferta de imóveis para alugar na cidade de Florianópolis e nos Estados do RS, SP e PR:

    http://www.ndonline.com.br/florianopolis/noticias/141217-oferta-de-imoveis-para-locacao-cresce-50-na-grande-florianopolis.html

    Neste artigo, o NRE (Núcleo Real Estate) da Poli-USP, informa a existência de super-estoques de imóveis novos para vender em algumas cidades do país, incluindo Manaus e Vitória:

    https://www.consorciodeimoveis.com.br/noticias/mercado-imobiliario-2014-confira-algumas-perspectivas

    10 MOTIVOS PARA NÃO COMPRAR UM IMÓVEL AGORA:

    Com base em tudo que foi evidenciado neste trabalho, nas partes de 1 a 3 e também no documento anterior sobre a evolução da bolha imobiliária em São Paulo, podemos destacar 10 motivos pelos quais os preços dos imóveis tendem a se reduzir de forma relevante no curto / médio prazo, o que significa que agora não é um bom momento para comprar imóveis:

    1) Lei de oferta e procura: como evidenciado, temos uma oferta de imóveis que é recorde de todos os tempos, nas mais diversas cidades do país, ao mesmo tempo em que a demanda está extremamente retraída, fazendo com que o estoque de imóveis seja o equivalente a anos de vendas e da mesma forma, o tempo para conseguir vender um imóvel também é recorde, nunca foi tão elevado e anormal. Esta é uma das situações típicas de bolha imobiliária e uma demonstração clara de que o preço atual é insustentável. Alguns exemplos demonstrados neste e em trabalhos anteriores: em São Paulo, a oferta de imóveis de 3 e 4 dormitórios em apenas 1 site é o suficiente para mais de 11 anos de vendas de imóveis novos para compradores finais mais usados, em Curitiba, a oferta de imóveis novos com construtoras é o suficiente para quase 7 anos de vendas, em São José dos Campos, a oferta de imóveis para alugar subiu 300% e em BH, a oferta de imóveis novos com construtoras com preço superior a R$ 500 mil equivale a mais de 27 meses de vendas, dentre outras anomalias demonstradas neste trabalho. No total de 12 construtoras com Ações na BOVESPA que pesquisei, que tem relatórios oficiais em suas páginas institucionais na Internet, temos que a proporção dos estoques em relação a vendas dos últimos 12 meses nunca foi tão elevada, mais uma prova de que esta distorção anormal entre oferta e procura é abrangente no país e não localizada ;

    2) Preço dos imóveis versus renda: a distorção muito elevada entre os preços dos imóveis e a renda das famílias, é agravada pela péssima distribuição de renda, onde menos de 10% das famílias no país possui renda superior a 20 salários mínimos, enquanto a grande maioria dos imóveis à venda é acessível somente para esta faixa de renda, fazendo com que em alguns casos, tenhamos uma altíssima quantidade de imóveis que nunca serão vendidos se os preços forem mantidos, por falta de famílias com renda para financiá-los, mesmo  em 30 anos de financiamento. Esta é mais uma demonstração de que os preços não poderão se manter neste patamar. Exemplo da cidade de São Paulo que em apenas 1 site tem mais de 100.000 imóveis anunciados acima de R$ 500 mil que nunca serão vendidos por falta de famílias com renda e sem imóvel, ou o caso de Belo Horizonte, onde os estoques, só do que está em poder das construtoras (sem contar com especuladores, usados, etc.), olhando especificamente para preços acima de R$ 500 mil, equivalem a 27 meses de vendas. Além disto, se considerarmos o estoque superior a R$ 29 bilhões em poder de algumas construtoras versus a quantidade de imóveis, temos preço médio unitário superior a R$ 500 mil, uma evidência de que esta distorção entre preços e renda tem escala nacional e não localizada ;

    3) Subprime brasileiro e as construtoras: o grande volume de vendas FALSAS na planta, conforme demonstrado, levou as principais construtoras que adotaram esta prática a ficarem com super estoques combinados com mega endividamento. Para pagarem as parcelas de suas dívidas, estas construtoras são obrigadas a reduzirem os preços dos imóveis, em promoções e descontos que tem se intensificado ao longo dos anos. Um exemplo foi promoção da PDG em agosto/2014, onde ela tentou vender 5.000 imóveis e só conseguiu vender 1.500 (menos de 1/3), mas a informação importante é que o preço médio de venda foi de R$ 260 mil por imóvel, muito mais próximo da realidade de renda das famílias do que dos preços FANTASIA anunciados, sendo que os preços descolados da renda, simplesmente não vendem (a parcela que é FRAUDE das promoções continua encalhada). O fato é que estas construtoras terão que praticar reduções reais de preços em LARGA escala, só para pagarem as dívidas, considerando-se as distorções elevadas entre oferta e procura e entre preço e renda. Fica ainda pior se lembrarmos que os cancelamentos de vendas que já tinham acumulado mais de R$ 13 bilhões de 2.011 a 2.013 tiveram crescimento relevante neste ano de 2.014, acima de 40% sobre 2.013. Isto é uma prova cabal de que os preços dos imóveis estão incompatíveis com a renda das famílias. O grande volume de distratos no segmento popular indica que mesmo os menores preços estão inviáveis para as famílias, até em função da situação da economia (ver item 6), em grande parte gerada pela própria bolha ;

    4) Apelações para conter desmoronamento da pirâmide são inúteis: Governo tentou “forçar” o aumento na concessão do crédito imobiliário pelos bancos, tirando rendimento de dinheiro retido dos bancos e só permitindo resgate dos mesmos se for para conceder crédito imobiliário ou para compra de imóveis. Resultado? Nenhum. Os bancos preferem perder rendimento sobre aquele dinheiro, do que conceder empréstimos de alto risco que possam significar perdas maiores do que só o rendimento, ou seja, a chantagem do Governo não deu certo, os bancos sabem do altíssimo risco criado pelas bolhas de crédito imobiliário e de consumo, assim como situação da economia e perspectivas. O resultado também foi nulo no caso do aumento de limite de uso do FGTS para financiamentos. A estratégia do segmento imobiliário de diminuir cada vez mais os imóveis ou aumentarem os lançamentos de loteamentos, para “caberem nas parcelinhas”, também alcançou um limite físico e de super oferta, como demonstrado em exemplos destes últimos trabalhos. A “aposta” que os imóveis populares poderiam ser a salvação, com novas fases do Minha Casa Minha Vida (MCMV), por exemplo, também são infundadas, uma vez que até os imóveis populares tem preços inviáveis, basta observar que a grande maioria dos R$ 13 bilhões de distratos de 2.011 a 2.013 foram para estes imóveis e que para as famílias de menor renda o déficit habitacional aumentou durante o MCMV. Até novas vendas FALSAS na planta tem sido mais difícil, mesmo para famílias de baixa renda que eram o alvo preferencial, talvez devido a alerta no programa “Mais você” no início deste ano quanto ao esquema de pirâmide existente ou mesmo porque a antecipação de vendas futuras já foi muito elevada antes. Agora tentam ressuscitar a tabela Price para financiamentos imobiliários, porque ela permite parcelas menores no início e fica mais fácil para tentar aprovar o crédito, o que poderia reduzir o índice de distratos. Óbvio que todas estas tentativas apelativas visam apenas atrasar a explosão da bolha imobiliária o quanto conseguirem, mas o fato é que isto tem sido cada vez mais infrutífero, pois a piora da economia, trazida pelas próprias bolhas imobiliária e de consumo (ver item 6), impede isto.

    5) Mega especulação e seus efeitos: em algumas cidades, conforme comprovado nestes trabalhos, a altíssima especulação já causou redução de preços equivalente a explosão de bolha imobiliária em outros países, tais como o caso de Brasília onde os lançamentos tiveram queda de 35,5% nos preços, ou o caso de São José dos Campos onde os preços caíram 25% na entrega, Natal onde preços na entrega foram menores do que na planta, São Paulo onde mega especulação com 1 dormitório novo no 1S13 causou uma queda de 23% nos preços de usados de 1 dormitório no mesmo período, dentre outras evidências de quedas de preços apresentadas neste trabalho e anteriores, incluindo os depoimentos do ReclameAqui nas mais diversas cidades, de investidores que compraram na planta e no ato da entrega viram construtora vendendo mais barato e foram obrigados a cancelar o negócio, apenas uma nova forma de aumentar os super estoques. Estas são evidências adicionais do quanto estes preços são inviáveis, artificiais e já vem caindo há mais de 1 ano nas mais diversas localidades ;

    6) Situação atual e prevista da economia: de acordo com o que foi demonstrado na parte 2 deste trabalho, a bolha imobiliária, combinada com a bolha de crédito para consumo, gera uma série de danos à economia, sendo que a economia “retribui” ajudando a explodir estas bolhas. Vamos repassar por assunto: a) INFLAÇÃO: preço do M2 de imóvel comercial que disparou, é repassado para preços de produtos e serviços que se utilizam daquela área, assim como aumento relevante nos empregos pela explosão de construções, sem ganho de produtividade, foi altamente inflacionário também. Inflação elevada rouba poder de consumo no dia-a-dia e também faz com que cada vez menos pessoas possam comprar imóveis ; b) PIB: muitos pequenos negócios fecharam e outros se tornaram inviáveis porque M2 do imóvel comercial subiu demais, prejudicando o crescimento do PIB, assim como o aumento obrigatório do juros (SELIC) para combater o aumento de inflação trazido pela bolha imobiliária e de crédito para o consumo, faz com que as muitas parcelinhas relacionadas ao consumo deixem de caber no bolso, assim como muitas empresas deixem de fazer investimentos pelo custo do Capital, tudo isto muito danoso para economia. Os danos a economia se refletem também em queda de consumo e diminuição de compra de imóveis ;  c) ENDIVIDAMENTO DAS FAMÍLIAS E INADIMPLÊNCIA: de acordo com informações do SERASA, ambos bateram recorde neste ano, graças a uma combinação explosiva de crescimento anormalmente elevado e rápido no crédito total concedido para consumo mais imobiliário (passamos de R$ 350 bilhões em 2.007 para R$ 1,350 trilhões em 2.014), combinado com aumento de inflação e juros trazidos pelas bolhas imobiliária e de crédito para o consumo e principalmente, as parcelas do financiamento imobiliário (às vezes consumindo mais de 30% da renda graças à pessoas adicionais na aprovação do crédito que não pagam mensalidades) ou preço do aluguel que subiram muito mais do que a renda, tudo isto junto estrangulou de maneira sensível o orçamento das famílias, reduzindo em muito sua capacidade de consumo, incluindo aquisição de imóveis e gerando novos danos relevantes à economia ; D) DESEMPREGO: graças as vendas FALSAS que fizeram com que as construções explodissem, tivemos geração de emprego recorde durante a etapa “inflar” da bolha, com 10% de todas as vagas geradas de 2.007 a 2.013 sendo para servente de obra, agora que vendas despencaram e temos super estoques, os lançamentos também despencaram, sendo que já tivemos crescimento de quase 50% no desemprego em Salvador graças a isto e esta situação está se replicando para o resto do país ; E) SITUAÇÃO FISCAL DO GOVERNO: O Governo manteve gastos muito elevados nos últimos anos, tentando junto com as bolhas imobiliária e de crédito para o consumo, garantir um crescimento ARTIFICIAL, portanto, não sustentável da economia, tanto que este crescimento despencou. Ocorre que até em virtude destes gastos excessivos do Governo, o mesmo está sem folego para pedalar também, com isto a CEF não pode crescer tanto a oferta de crédito imobiliário como antes e é OBRIGADA  a ser mais criteriosa, colaborando para o aumento nos DISTRATOS e alimentação de super estoques. CONCLUSÃO SOBRE A BOLHA IMOBILIÁRIA E A ECONOMIA: Toda a destruição que a bolha causou a economia é retribuída agora, com a economia tornando ainda mais inviável o preço dos imóveis para os possíveis compradores, ao mesmo tempo que aumenta em muito o número de vendedores que tem a NECESSIDADE de vender para resolver problemas financeiros gerados pela economia fraca, reforçando a tendência de redução dos preços dos imóveis ;

    7) Oferta e preço dos alugueis versus preços do imóveis: a rentabilidade dos aluguéis para os proprietários tem variado entre 0,30% e 0,50% dos preços dos imóveis, em termos BRUTOS. Ao descontar impostos a rentabilidade fica ainda pior, enquanto facilmente encontramos aplicações financeiras conservadoras com rentabilidade liquida de impostos de 0,70% ou mais. Além disto, como muitos investidores não conseguiram revender imóvel com ágio, optaram por colocar para alugar, gerando super oferta que já está levando a quedas nos preços dos aluguéis em conjunto com aumento no tempo de vacância, o que só acrescenta nos prejuízos dos proprietários que colocam seus imóveis para alugar. Devido a estes pontos, cada vez menos pessoas tem comprado imóveis para colocar para alugar, pois sabe que é prejuízo liquido e certo. Esta redução de procura por investidores prejudica ainda mais uma demanda que já está extremamente fraca, sem contar que juros tem tendência de continuar subindo, até pelos efeitos destrutivos trazidos pela própria bolha imobiliária e bolha de crédito para consumo, ou seja, ter imóvel para alugar é disparado o pior investimento e tende a piorar, uma vez que temos diversas situações relatadas quanto a queda de procura de imóveis para alugar e reduções nos preços do aluguel graças a piora na situação da economia trazida pela própria bolha. Outro aspecto é que está cada vez mais vantajoso ser inquilino e não comprar imóvel agora: pelo que a pessoa paga de aluguel, se ela poupar a diferença entre o que paga de aluguel e o que pagaria para um financiamento imobiliário, a tendência é que vai poder comprar um imóvel muito melhor no futuro, se quiser, uma vez que não há mais nenhum espaço para os preços dos imóveis subirem, ao contrário, conforme demonstrado neste e nos demais itens, a tendência é de queda nos preços, de forma relevante  ;

    8) Maior visibilidade da bolha imobiliária brasileira e da situação da economia: cada vez mais temos uma visibilidade clara quanto às situações que contam acima, para as quais o segmento imobiliário tem cada vez mais dificuldade de esconder, mesmo com todo o apoio da imprensa, onde estão entre os principais patrocinadores. Este é mais um dos muitos motivos para reduzir a demanda por imóveis e mantê-la muito baixa, fazendo com que os super estoques e endividamento das construtoras só piorem. Quanto a visibilidade mais clara da péssima situação de nossa economia, o próprio segmento de construção civil tem informado que muitas famílias teriam deixado de comprar imóvel em função do medo do aumento de desemprego no curto prazo, que é cada vez mais palpável  ;

    9) Riscos externos elevados – EUA e China: existem riscos elevados de que o FED dos EUA venha a promover um aumento dos juros até junho/2015 e todas as apostas são de que se isto ocorrer, haverá uma grande fuga de US$ do Brasil em virtude de toda a péssima situação de nossa economia gerada pelas bolhas imobiliária e de crédito para consumo. Se isto ocorrer, teríamos aumento relevante na cotação do US$ por aqui, o que tem efeito altamente inflacionário, não só sobre os itens importados, mas também sobre todos os commodities que tem cotação em US$, o que forçaria o Governo brasileiro, seja ele qual for, a promover aumento muito relevante nos juros (SELIC) e a combinação destes fatores com o que já consta no item 6 acima sobre nossa economia, levaria a uma derrocada ainda maior e mais rápida em todos os indicadores, o que faria com que os imóveis com seus preços surreais, se tornam-se definitivamente inviáveis, forçando uma queda ainda mais brusca e sensível dos preços. Se combinarmos esta possibilidade com outra, relacionada a desaquecimento da economia chinesa, que poderia ser trazida pela própria bolha imobiliária deles, as consequencias seriam ainda mais catastróficas. No caso da China, fala-se sobre a possibilidade deles fazerem um QE (Quantitative Easing) próprio mais abrangente do que as últimas medidas, com a finalidade de “amortecer” os impactos da bolha imobiliária deles, mas o fato é que eles possuem cidades fantasmas, investidores revoltados, imobiliárias sendo destruídas e fora tudo isto, diversas empresas multi nacionais que já debandaram do país em virtude da péssima situação quanto a dívidas corporativas, portanto, o mais provável é que um QE próprio da China, análogo ao americano, não permita de qualquer forma a manutenção da bolha deles, talvez apenas torne o seu processo de explosão um pouco mais lento.

    10) A desinformação do segmento imobiliário enganando cada vez menos pessoas:

    Abaixo colocarei 7 amostras de desinformação plantada pelo segmento imobiliário, parte que foi muito utilizada na etapa inicial de nossa bolha, outra parte mais recente, sempre evidenciando o quanto é claro hoje que estes “argumentos” não fazem nenhum sentido.

    10.1) “Déficit habitacional”: analogias: a) no Mundo temos milhões de pessoas que amam o carro Ferrari, isto significa que se a Ferrari aumentar proporcionalmente a sua produção, mantendo o preço, encontrará sempre demanda para seus veículos? Não? Então, por que o segmento imobiliário diz isto quanto a imóveis que cada vez mais tem o preço maior ou igual a de Ferraris? ; b) Se o Mac Donald´s abrir alguns restaurantes em cada cidade da Etiópia, mas mantendo os mesmos preços cobrados nos EUA, ele acabará com o déficit alimentar na Etiópia? Não? O que vai acontecer se fizerem isto? Teremos um super estoque de lanches sem vender e vários restaurantes do Mac Donald´s insolventes na Etiópia, o mesmo que está acontecendo com imóveis e construtoras no Brasil, aliás, nossos preços de imóveis já são superiores aos dos EUA e outros países. Além das analogias, os números falam por si: como poderíamos ter uma super oferta de imóveis sem vender e um recorde de todos os tempos quanto a distratos, se o déficit habitacional garantiria o “eterno crescimento das vendas”?

    10.2) “Custos justificam aumento e manutenção dos preços”: analogia: se eu contratar duas pessoas para cavarem um buraco e depois fecharem na minha casa, posso pegar este custo e repassar para o preço do imóvel? A vida não funciona assim, há séculos que se sabe que aumentar o custo não significa que pode aumentar o preço, o que vale é o quanto o mercado pode pagar, o quanto o mercado acha que vale, a utilidade e necessidade,  aliás, em todas as bolhas imobiliárias do Mundo os preços caíram antes dos custos. O índice de preços dos imóveis no Brasil subiu 240% acima do índice de custo (ver parte 1), desde quando aumento de preço seria “justificado” pelo custo? Aliás, preço caiu em várias localidades, enquanto o custo continuou subindo, exatamente como ocorreu na explosão de outras bolhas no Mundo.

    10.3) “Percentual de crédito imobiliário sobre PIB é sinal de que não há bolha”: toda a bolha imobiliária brasileira foi criada com base em vendas FALSAS na planta, combinada com MEGA especulação por investidores individuais que compram imóveis na planta, sendo que tracei uma analogia completa em diagrama na parte 1 deste trabalho. Como as vendas FALSAS na planta tem sua explosão ANTES da entrega do imóvel, isto não se traduz na proporção entre o crédito imobiliário adquirido e o PIB. O volume absolutamente ANORMAL de DISTRATOS, que foram de mais de R$ 13 bilhões de 2.011 a 2.013 e ainda, que cresceram 40% em 2.014 e fizeram com que tivessemos 13% de cancelamento de vendas em relação a TODAS as entregas de imóveis em 2.014 guarda uma proporção perfeita em relação à inadimplência de 16% do crédito podre nos EUA, durante o subprime deles. Ver a parte 1 deste trabalho para detalhes.

    10.4) “Preços de imóveis no Brasil são compatíveis com de outros países”: basta acessar o site www.estamosricos.com.br, na aba de comparações, para constatar que os preços dos imóveis no Brasil são maiores do que em outros países, inclusive de países que tem renda per capta e distribuição de renda muito melhores do que o Brasil. Lá podem ser encontradas comparações entre as mais diversas cidades do país e os mais diversos países do Mundo, tanto países desenvolvidos quanto em desenvolvimento, incluindo imóveis do Minha Casa Minha Vida no Brasil comparados a outros imóveis de preços equivalentes em outros países.

    10.5) “A crise no segmento imobiliário é temporária, logo preços voltam a crescer”: conforme demonstrado neste trabalho, a crise para segmento imobiliário começou em 2.012 e apesar de reduções drásticas nos lançamentos e promoções / descontos crescentes desde então, super estoques não param de crescer, tendo alcançado seu recorde em 2.014, assim como a situação das construtoras que mais pedalaram com nosso subprime também não foi resolvida até hoje e elas continuam seriamente ameaçadas de se tornarem insolventes, o que é mais um risco elevadíssimo para quem comprar imóvel agora, em especial o “na planta”, o que combinado com a péssima qualidade de construção nos últimos anos, tanto pela necessidade de reduzir custos por problemas de caixa, quanto pela falta de mão-de-obra qualificada, são motivos adicionais para não se comprar um imóvel agora. As promessas do segmento imobiliário de resolver em poucos anos esta “crise” (=BOLHA EXPLODINDO) já são feitas desde 2.012 e como comprovado, só tem piorado, como em toda bolha imobiliária.

    10.6) “Os preços de imóveis não terão nenhuma queda mais relevante”: Já tivemos diversas quedas relevantes nos preços, nas mais variadas cidades, conforme demonstrado neste e nos trabalhos anteriores. O segmento imobiliário tem feito um esforço enorme para conter as pesquisas baseadas em preços reais e sua divulgação, aproveitando-se do domínio sobre a imprensa, por serem os principais anunciantes. Enquanto isto, continuam tentando divulgar o FIPE ZAP, 100% baseado em preços ANUNCIADOS, que não reflete a realidade, como forma de não deixar as pessoas cientes do que está acontecendo. A esta altura, há muitas pessoas que já viram que aumentar o preço do anúncio quanto mais tempo fica sem vender, não é algo normal e com isto, este esquema tem enganado cada vez menos pessoas.

    10.7) “A teoria do santo milagreiro = se a oposição vencer as eleições, teríamos uma onda de otimismo que permitira a recuperação do segmento imobiliário”: No caso da oposição vencer, uma das promessas é que não vão dar continuidade à farra do crédito, o que por si só, acelera a explosão da bolha. Sem contar que se cumprirem o prometido, não vão utilizar Petrobrás ou o câmbio para combater inflação e não teremos mais maquiagens contábeis, portanto, não haverá outra saída para combater a inflação a não ser o aumento de juros, o que é outra forma de fazer com que a bolha imobiliária exploda antes. Se mantiverem as promessas feitas, a oposição não irá fornecer auxílio casuístico para empresas do segmento imobiliário para estas darem continuidade ao seu esquema de pirâmide financeiro.  O “otimismo” não resolve os outros 9 itens citados acima, ou seja, não faz com que a super oferta “evapore”, não faz com que preços e renda alcancem o equilíbrio “da noite para o dia” sem que se mexa nos preços, não reequilibra aluguel e venda, não salva as empresas do segmento imobiliário ou diminui o volume absurdo de distratos, não elimina da noite para o dia os problemas intensos da economia ou ameaças externas, em outras palavras, esta é apenas a ilusão da vez que o segmento imobiliário tenta vender. Ações prometidas pela oposição, tais como reforma fiscal (rever impostos e gastos públicos), incentivar produtividade via investimentos em infraestrutura, educação e tecnologia, dentre diversas outras, em sua maior parte não são executáveis e com resultados para o primeiro ano de Governo, em parte por questões legais (reforma tributária se vota em um ano para aplicar no ano seguinte), em parte porque serão atrasadas por uma resistência ferrenha da “nova oposição” (Governo atual) que sempre trabalha com a política do “quanto pior melhor” quando está na oposição e em parte, requer trâmites burocráticos mais demorados para implantação, sendo que quando os agentes internos e externos perceberem tudo isto, o mito do “santo milagreiro” será desfeito. Lembrando que se descuidar da inflação em nome do crescimento, como fez o Governo atual, já sabemos do resultado, logo, esta não é opção viável e mesmo que acontecesse, seria ainda mais destrutiva para nossa bolha imobiliária, como explicado acima sobre nossa economia e as bolhas imobiliária e de consumo.

    Convidados, Geral

    A evolução da bolha imobiliária PARTE 2

    25 de agosto de 2014

    Post mais recente sobre a bolha imobiliária no Brasil: http://defendaseudinheiro.com.br/a-bolha-imobiliaria-no-brasil-e-a-economia

    A parte final deste trabalho, com evidências da bolha imobiliária em Curitiba, São José dos Campos e outras cidades, além de 10 motivos para não comprar imóvel agora, pode ser encontrado no link: http://defendaseudinheiro.com.br/a-evolucao-da-bolha-imobiliaria-parte-3/

    A EVOLUÇÃO DA BOLHA IMOBILIÁRIA PARTE 2:

    Segue o estudo:

    Neste documento apresentarei as principais evidências relacionadas à bolha imobiliária em Belo Horizonte, falando sobre o relacionamento entre nossa bolha e a economia ao final. Em trabalhos anteriores, demonstrei como foi a evolução da bolha imobiliária em São Paulo (http://defendaseudinheiro.com.br/a-evolucao-da-bolha-imobiliaria-em-sao-paulo) e também como opera o subprime brasileiro analogamente ao americano, seus efeitos comprovados nas construtoras, em Brasília e Salvador (http://defendaseudinheiro.com.br/a-evolucao-da-bolha-imobiliaria-parte-1). Vamos agora ao estudo:

    Para a maior parte do que consta abaixo sobre BH, tive como base as pesquisas que já são realizadas há mais de 10 anos pelo IPEAD/UFMG, relacionadas ao mercado imobiliário da cidade, especificamente, para imóveis novos. Estas pesquisas podem ser obtidas no endereço: http://www.ipead.com.br/site/publicacoes/mercadoImobiliario.

    Este levantamento do IPEAD/UFMG leva em consideração as quantidades de vendas com base em uma parte do mercado imobiliário em BH e portanto, os números abaixo não são os totais da cidade (não é feita uma projeção das vendas totais, como o CRECI SP faz). No lado da oferta, considero o final de cada período, já para vendas, é o acumulado. Vamos aos dados:

    Post 29 imagem 1 - Vendas e oferta de imóveis novos em BH

    Que conclusões podemos tirar das informações acima:

    1) As vendas de imóveis novos tiveram uma queda de 61,06% em 2.013 quando comparado ao pico de vendas da cidade que foi em 2.010 ;

    2) A velocidade da queda das vendas está sendo muito maior do que quando subiram ;

    3) As vendas em 2.013, que já foram as menores desde 2.006, tiveram nova queda em 2.014 quando comparamos os números do primeiro semestre do ano ;

    4) Em Junho de 2.014 tivemos o recorde de oferta de imóveis para a cidade de BH dos últimos 10 anos. A oferta de imóveis novos aumentou 41,40% apenas na variação de Dezembro de 2.013 a Junho de 2.014, somente do que está em poder das construtoras.

    As informações acima já dão uma ideia da relação entre oferta e procura na cidade, no entanto, para termos uma melhor visibilidade, é interessante avaliarmos o estoque de imóveis em relação as vendas. Para o cálculo, considerei a oferta total ao final de cada período e as vendas dos últimos 12 meses daquele período. Vejamos o resultado:

    Post 29 imagem 2 - Estoque de imóveis de BH em meses de vendas

    Ponto de atenção: só no período de dezembro/2013 a junho/2014, o número de meses necessários para se vender todo o estoque cresceu 63,6% e alcançou um patamar muito elevado, equivalente a 18 meses de vendas, sendo o recorde dos últimos 10 anos, no mínimo!

    Para confirmar a validade dos dados acima, consultei pesquisa da Geoimoveis de setembro/2013 que comprova que o estoque na época em BH equivalia a 11 meses, conforme consta acima. Ver neste link, em tabela que consa no final do artigo: http://www.bahiatodahora.com.br/destaques-esquerda/noticia_destaque2/queda-nas-vendas-leva-construtoras-a-reduzir-o-ritmo-em-salvador-situacao-e-preocupante

    A situação acima já impressiona, no entanto, fica uma dúvida: será que teríamos distorções ainda maiores, quando analisamos as informações organizadas por faixa de preços ofertados e vendas realizadas em cada faixa? Vejamos os dados extraídos do estudo da IPEAD/UFMG:

    Post 29 imagem 3 - Estoque e vendas por faixa de preços em BH

    Pelo que podemos observar, em todas as faixas de preços o estoque é superior a 1 ano de vendas e no caso de preços acima de R$ 500 mil, o estoque é superior a 2 anos de vendas!

    Como a situação acima acaba afetando as vendas de imóveis por investidores? Teríamos muitos investidores em imóveis em BH? Vejamos mais informações a este respeito:

    http://www.hojeemdia.com.br/noticias/economia-e-negocios/atraso-no-pagamento-de-condominio-chega-a-10-em-belo-horizonte-1.219820

    Trecho da reportagem acima:

    “Muitos investidores que compraram imóveis na planta, com o esfriamento do mercado, não estão conseguindo realizar o lucro e, consequentemente, repassar adiante para a taxa de condomínio. Outra saída é financiar o restante do imóvel. Mas o acesso ao crédito também está mais difícil. Assim, não recebem as chaves e não pagam condomínio. A construtora, por sua vez, entende que o erro é do investidor. E aí cria-se o impasse”, explica Mota.

    Segundo ele, em alguns prédios recém-entregues o nível de inadimplentes chega a 50%.

    Pelo que podemos observar acima, tivemos um volume muito elevado de investidores na planta em BH, sendo que pelo total esfriamento nas vendas, levou a um aumento de até 50% na inadimplência dos condomínios novos, pois estes investidores sequer tinham renda para adquirir crédito imobiliário na entrega e também não conseguiam revender os imóveis. Lembrando que o volume acima de vendas para investidores não é computado como oferta, constou com parte das vendas das construtoras nos últimos anos, no entanto, venda para investidor equivale a transferência de estoque, ou seja, a situação do estoque em relação a vendas, ainda é muito mais crítica do que os dados do IPEAD/UFMG demonstram!

    Por que temos um desequilíbrio tão elevado entre oferta e demanda de imóveis em BH?

    Fiz um levantamento especificamente para a cidade de BH, em parte usando dados da PED do DIEESE (link: http://www.dieese.org.br/analiseped/mensalBHZ.html) quanto ao rendimento médio dos ocupados em valores absolutos (TABELA 09) e na outra parte utilizando  dados da pesquisa do IPEAD/UFMG quanto a evolução do índice de preços dos imóveis residenciais novos. OBS: utilizado o mês de junho por ter sido o último apurado em vendas e preços de imóveis pelo IPEAD, mas em 2.014, DIEESE com dados só até maio. Vejamos o resultado:

    Post 29 imagem 4 - Evolução preço dos imóveis versus salário médio BH

    Pelo que podemos observar pelas informações acima, o preço dos imóveis novos subiu muito mais do que os salários em BH, sendo que esta distorção foi muito maior a partir de 2.011, exatamente o período a partir do qual a oferta de imóveis começou a ficar cada vez maior em relação a demanda, ou seja, esta total disparidade entre preços e salários tem sido um dos principais causadores do fortíssimo desequilíbrio que vemos no mercado imobiliário de BH.

    Outro ponto interessante de se notar, é que enquanto o preço dos imóveis novos variou 170,78% no período acima, os salários variaram apenas 64,61%, ou seja, os imóveis tiveram um crescimento de preços que foi de quase 3 vezes o crescimento dos salários em BH.

    Até aqui avaliamos as informações sobre imóveis novos. Será que no caso de imóveis usados, tivemos uma disparidade similar? Consultando o FIPE ZAP, verifiquei que no período de abril/2009 a maio/2014 (*), a variação dos preços anunciados foi de 92,6%, enquanto no mesmo período, o salário médio de BH variou 19,56%, em outras palavras, a variação dos preços anunciados foi de quase 5 vezes a variação da renda média na cidade. (*) Esta pesquisa do FIPE ZAP para cidade de BH se iniciou apenas em Abril/2009.

    Embora a distorção muito relevante entre a evolução do preço dos imóveis e da renda média ajude a explicar porque temos um estoque de imóveis novos que no geral é superior a 18 meses e que mesmo para menores preços ainda é anormal e superior a 12 meses, será que temos alguma informação adicional que poderia nos auxiliar a entender porque temos estoque equivalente a mais de 2 anos de vendas no caso de preços acima de R$ 500 mil?

    Para responder questão acima, busquei informação sobre a distribuição da renda familiar em BH, com base no Censo 2.010 do IBGE (acessar www.ibge.gov.br, opção Banco de Dados, Cidades, selecionar Belo Horizonte, Censo 2.010 e depois dados de domicílios). Levantei o percentual de famílias que tem imóveis próprios para região Sudeste, no link: http://ultimosegundo.ig.com.br/brasil/2012-09-21/casa-propria-ja-nao-e-so-sonho-75-no-brasil-sao-donos-do-imovel-onde-vivem.html. Quanto a quantidade de imóveis novos anunciados por preço acima de R$ 500 mil, obtive da pesquisa do IPEAD/UFMG de Junho/2014. Sobre a distribuição das ofertas de imóveis usados pelos preços anunciados, levantei pelo ZAP Imóveis em 20/Agosto/2014. Quanto a renda familiar para se adquirir imóvel acima de R$ 500 mil em financiamento de 30 anos, veio da pesquisa: http://exame2.com.br/mobile/seu-dinheiro/noticias/quanto-voce-deve-ganhar-para-comprar-um-imovel-em-16-cidades. Seguem as informações:

    Post 29 imagem 5 - Censo 2010 BH

    Qual a “solução” que está sendo adotada na cidade de BH, para que este total desequilibrio entre oferta e procura não fique tão evidente?

    http://estadodeminas.lugarcerto.com.br/app/noticia/noticias/2014/07/31/interna_noticias,48214/projeto-de-lei-regulamenta-uso-de-placas-de-publicidade-nos-imoveis-em.shtml

    Pelo que consta no link acima, BH tem um projeto de lei para que as placas de “vende-se” e “aluga-se” sejam reduzidas na cidade, visando uma diminuição na poluição visual…

    A situação que mencionei anteriormente sobre inadimplência nos condomínios também chama a atenção quanto ao processo de venda na planta para clientes que não terão condições de adquirir o crédito imobiliário no ato da entrega do imóvel (vendas FALSAS), combinado com alto volume de especuladores, ambos os itens que estão na essência de nossa bolha imobiliária, como relatado na parte 1 deste trabalho. Teríamos outra evidência?

    http://www.clicksergipe.com.br/1n_blog.asp?postagem=107055&tipo=mercado

    Trecho do artigo acima:

    “Eu dei (ao representante) pelo menos cinco oportunidades para me falar sobre essa questão (taxa de evolução da obra), mas ele nem a mencionou. Não mentiu, mas omitiu. Além disso, ainda afirmou que as prestações do financiamento ficariam congeladas durante muitos meses, o que não acontece”, diz Saldanha.

    Traduzindo o que consta acima: Diretor de associação de mutuários de MG constatou que corretores não informam os reajustes durante a construção, o que é um dos grandes responsáveis por termos tanta venda falsa (para família que não terá renda para adquirir crédito imobiliário na entrega), gerando volume anormal de distratos que temos observado.

    Outra notícia relevante:

    http://www.itatiaia.com.br/noticia/mais-de-3-mil-familias-de-bh-tiveram-o-sonho-da-casa-propria-transformado-em-pesadelo

     “Mais de 3 mil famílias de BH tiveram o sonho da casa própria transformado em pesadelo”

    O que aconteceu? Construtora se tornou insolvente e milhares ficaram sem seus imóveis e dinheiro, aguardando alguma solução através da justiça brasileira, o que pode demorar anos.

    E os preços, será que estão sendo afetados por estas quedas relevantes em demanda que já acontecem há anos, combinado com oferta recorde de imóveis para vender, excesso de especuladores,  vendas falsas na planta para famílias que não tem renda para crédito imobiliário na entrega e até mesmo construtora insolvente? Vejamos as informações abaixo:

    http://www.itatiaia.com.br/noticia/excesso-de-construcoes-gera-desvalorizacao-de-imoveis-na-zona-sul-da-capital

    Trechos do link acima:

    “A queda dos preços dos imóveis localizados na região Sul de Belo Horizonte, cada dia maior, devido a falta de compradores, promete movimentar o mercado imobiliário da capital.

    Ainda, de acordo com Kenio Pereira, a expectativa é que o preço dos imóveis diminua em até 20%. “

    “Um outro fato que de ver ser destacado é que, um imóvel na planta, por ser uma entrega futura, sempre foi mais barato que o imóvel pronto. No entanto, hoje acontece o contrário, já que as construtoras não podem parar os trabalhos, por terem um preço fixo, mesmo com a queda de vendas”, destacou.”

    Como está o segmento hoteleiro em BH e quais as expectativas após a Copa do Mundo?

    http://www.itatiaia.com.br/noticia/sindicato-preve-fechamento-de-grandes-hoteis-de-bh-apos-a-copa-do-mundo

    Título acima: “Sindicato prevê fechamento de grandes hotéis de BH após a Copa do Mundo”

    E como ficam os empregos na construção civil em BH, com tudo isto?

    http://www.otempo.com.br/capa/economia/construtoras-cortam-vagas-e-situa%C3%A7%C3%A3o-pode-piorar-1.892796

    Trechos que constam no link acima:

    “O mercado de construção civil já começou a demitir em Belo Horizonte. No último mês de junho, foram 3.000 vagas a menos no setor em relação a maio na região metropolitana da capital, de acordo com os dados da Pesquisa de Emprego e Desemprego (PED) do Dieese.”

    Vamos agora, analisar alguns aspectos de nossa economia, diretamente relacionados ao segmento imobiliário e a este estudo:

    1) Empregos e renda: O setor imobiliário sempre tem dito que o crescimento nos preços dos imóveis teve como um de seus pilares, o crescimento dos empregos e da renda das famílias. Como vimos neste trabalho, tivemos um crescimento da renda que foi muito inferior ao preço dos imóveis, sendo que a péssima distribuição de renda combinada com um percentual relevante de imóveis a preços acessíveis apenas pelo topo da pirâmide de renda, anulam esta “lógica” quanto ao aspecto “crescimento de renda”. Agora, pensando quanto aos empregos em si, como evoluímos até alcançar o tão propalado “pleno emprego” e como estamos neste momento? Como isto foi influenciado pela construção civil e o quanto pode influenciar o mercado imobiliário? Vamos verificar algumas informações relacionadas:

    Um fato inegável, é que durante a explosão das construções no Brasil, tanto para imóveis residenciais, quanto comerciais e também obras para a Copa do Mundo, a construção civil colaborou muito para geração de empregos no país, de forma rápida e relevante, como consta na notícia abaixo:

    http://www1.folha.uol.com.br/mercado/2014/08/1498285-expansao-na-base-reduz-abismo-social-mas-limita-economia.shtml

    Trechos do artigo acima:

    “Dez profissões de pouca qualificação e salário baixo foram responsáveis por metade dos 9,4 milhões de empregos formais criados no país entre 2007 e 2013.

    O cargo de servente de obras foi o campeão de vagas geradas: 921 mil, quase 10% do saldo total entre contratações e demissões no período.”

    Os trechos acima reforçam 2 pontos: primeiro fica demonstrado que durante o período de euforia a construção civil gerou muitos empregos e em segundo lugar, temos a evidência adicional de que os empregos gerados não eram compatíveis em nada com a escalada absurda que tivemos nos preços dos imóveis neste mesmo período.

    Vamos agora, observar a situação atual quanto aos empregos:

    http://oglobo.globo.com/economia/geracao-de-emprego-em-junho-tem-pior-resultado-para-mes-em-16-anos-13288918

    Trechos da notícia acima:

    “Geração de emprego em junho tem o pior resultado para o mês em 16 ANOS –

    É a quarta queda seguida na geração de emprego formal no país”.

    Será que o próprio segmento imobiliário pode ter alguma relação com o fato acima?

    É óbvio que se o segmento imobiliário foi o grande impulsionador dos empregos no momento em que o volume de construções crescia batendo todos os recordes, agora que temos uma redução abrupta nas construções em virtude de redução relevante nas vendas de imóveis e super-estoques que levam a queda significativa nos lançamentos e término da Copa do Mundo, o desemprego também será fortemente influenciado por este setor.

    Vamos avaliar algumas evidências quanto ao mercado imobiliário e empregos para a cidade de Belo Horizonte, que é o objetivo deste trabalho, para validarmos este raciocínio:

    Pelo que consta neste documento, vemos que em BH tivemos uma redução de 3.000 vagas na construção civil em junho/2014 na comparação com maio/2014. Além disto, temos uma empresa de construção civil insolvente, um setor hoteleiro que já anuncia que alguns hotéis deverão fechar na cidade, uma super-oferta de imóveis residenciais e a informação de representantes da construção civil de que irão reduzir os lançamentos para buscarem maior equilíbrio entre oferta e demanda. Todos estes pontos tem relação direta com a “colaboração” que o segmento imobiliário está dando para o aumento do desemprego em BH.

    A situação acima não é isolada: em Salvador, conforme detalhei na parte 1 deste trabalho, a queda brutal em lançamentos em virtude da super-oferta, levou a aumento de quase 50% no desemprego total da cidade, enfraquecendo a economia local e retroalimentando as quedas nas vendas de imóveis, lançamentos, etc. Esta é uma tendência a ser seguida por BH, frente a todo o quadro acima e que também está cada vez mais visível em diversas outras cidades, sobre as quais comentarei e apresentarei evidências em próximos estudos.

    2) Crédito imobiliário: o segundo pilar sempre mencionado pelo segmento imobiliário, é o crédito imobiliário farto e com taxas de juros baixas, sendo que o segmento imobiliário defende a tese de que o crédito imobiliário no Brasil é muito mais seguro do que em qualquer país que passou por uma bolha imobiliária. Sabemos que este crédito imobiliário teve influência no grande volume de construções pelo país nos últimos anos, contando-se que mesmo com aumentos muito elevados em preços totais, a parcelinha ainda caberia no bolso dos compradores (prazo muito ampliado, mais pessoas para comprovar renda, juros subsidiados por CEF, etc.). A questão é: será que este é um modelo sustentável? As premissas que o segmento imobiliário nos “vende” a este respeito, são verdadeiras?

    Sobre a garantia dos juros do crédito imobiliário sempre serem baixas, isto não existe. Na medida em que o Governo mantém gastos elevados e com isto prejudica sua meta de superávit fiscal, ele é obrigado a reduzir os repasses do Tesouro para CEF e só isto já causa um aumento no juro médio do crédito imobiliário, uma vez que é a CEF que possui os financiamentos mais subsidiados e neste cenário fica obrigada a desacelerar a concessão de créditos. Seguem links com mais informações e comprovações:

    http://blogs.estadao.com.br/no-azul/2014/02/27/com-alta-do-juro-brasileiro-aumenta-em-12-meses-o-prazo-de-financiamento-de-imoveis/

    http://www1.folha.uol.com.br/mercado/2014/03/1420926-caixa-vai-frear-ritmo-de-aumento-de-emprestimos.shtml

    Falando agora sobre o que o segmento imobiliário nos diz quanto à segurança do nosso crédito imobiliário e os processos dos bancos brasileiros que seriam muito mais confiáveis do que em outros países, vamos avaliar algumas informações relacionadas à CEF, uma vez que ela sozinha concentra mais de 67% de todo o crédito imobiliário concedido no país, vejamos abaixo:

    http://brasileconomico.ig.com.br/ultimas-noticias/moodys-rebaixa-ratings-da-caixa-bndes-e-bndespar_130046.html

    http://economia.estadao.com.br/noticias/geral,atraso-na-prestacao-chega-a-17-entre-familias-de-baixa-renda-do-minha-casa-imp-,1507663

    Pelo que podemos observar pelas informações acima, a CEF já teve seu rating rebaixado pela Moody´s (agência internacional de avaliação de riscos) em 2.013 e possui uma carteira de crédito no MCMV (Minha Casa Minha Vida) faixa 1 (rendimento das famílias até R$ 1.600 / mês), que tem uma inadimplência de 17,5% (como referência, no subprime americano a inadimplência dos créditos podres no auge chegou a 16%).

    Mais algumas informações sobre a CEF:

    http://www.valor.com.br/financas/3601096/caixa-estuda-vender-r-6-bi-em-financiamentos-de-alto-risco#

    Segue trecho constante no link acima:

    “A Caixa Econômica Federal estuda alternativas para vender aproximadamente R$ 6 bilhões em financiamentos de alto risco voltados ao consumo, sendo metade deles empréstimos do programa Minha Casa Melhor do governo federal.”

    “Um volume de R$ 3,17 bilhões em créditos inadimplentes serão vendidos a fundos especializados em ativos podres, os chamados “abutres”. ”

    Pelo que consta acima, a CEF já está em negociação com empresas “abutres” que possam comprar parte do seu crédito podre com altíssimo desconto (leia-se prejuízo para CEF), para “maquiar” seus resultados, não deixando transparecer um nível anormal de inadimplência.

    Notícia mais recente sobre a CEF:

    http://www.dpf.gov.br/agencia/noticias/2014/08/pf-combate-fraude-no-financiamento-de-imoveis-da-caixa

    TÍTULO DA NOTÍCIA: PF COMBATE FRAUDE NO FINANCIAMENTO DE IMÓVEIS DA CAIXA

    Trechos da notícia acima:

    “A investigação constatou que empregados da Caixa criaram empresas fictícias em nome de parentes.

    Em uma única agência durante o ano de 2010, verificou-se que todos os contratos de financiamento firmados eram fraudulentos. Os empregados dessas empresas chegaram a ter acesso às senhas restritas aos empregados da Caixa. O prejuízo ao erário ainda será apurado.”

    Além de tudo que consta acima, é sabido que a aprovação de crédito imobiliário não é tão criteriosa quanto deveria, sendo fácil mascarar rendimentos e aprovar financiamento (muitos corretores conhecem diversas “técnicas” para isto, uma delas é fazer movimentação entre contas correntes de diferentes bancos simulando rendimento informal, outra é agregar pessoas na renda que não irão colaborar com pagamentos, mas existem muitas além destas).

    Dúvida: o que o segmento imobiliário e o BC querem dizer, ao tentarem nos convencer de que o crédito imobiliário no Brasil é muito mais seguro que nos EUA e do que em outros países que tiveram bolha imobiliária???

    3) Outros indicadores da economia: É de conhecimento público que nossa inflação tem estado sempre muito próxima do topo da meta e é muito elevada em relação a média dos BRICS, países em desenvolvimento, etc. Também é de domínio público o fato de que temos um dos maiores juros reais do Mundo. Tem sido cada vez mais divulgado na mídia, que o nível de endividamento das famílias está muito elevado e isto combinado com inflação e juros elevados tem feito com que o consumo caia muito, prejudicando os resultados das empresas e portanto da economia como um todo, o que colabora para desaceleração nos empregos, crescimento do PIB muito baixo, etc. O próprio segmento imobiliário alega que o crescimento nos cancelamentos de vendas (distratos) e as reduções em vendas também tem relação com este cenário da economia. Uma pergunta que vale a pena ser feita é: os preços dos imóveis que subiram demais nos últimos anos, acima de qualquer parâmetro (renda, rendimento de aplicação financeira, etc.), poderiam ter alguma relação com os resultados aqui listados?

    Quando temos um custo do M2 de imóveis comerciais que sobe exageradamente e de forma rápida, seja para compra ou aluguel, o que acontece com os produtos e serviços que dependem destes imóveis? Temos duas alternativas: a) este aumento de custo é repassado para o preço de produtos e serviços, alimentando inflação ou b) a empresa não consegue repassar o aumento de custo e acaba fechando e abandonando o ponto.

    O que acontece quando temos um crescimento muito rápido dos empregos na base da pirâmide, mas sem nenhuma evolução na produtividade? Como vimos acima, o maior gerador de empregos foi a construção civil. Ocorre que um crescimento desta forma, também é um dos grandes causadores de aumento na inflação, pois as empresas são pressionadas a aumentarem salários para contratarem e manterem suas operações e isto também é repassado para preços.

    Qual a consequência de termos uma inflação muito elevada? O Governo é obrigado a aumentar o juros e com isto, as empresas passam a investir menos (o retorno de cada projeto tem que ser muito maior para compensar o capital investido, resultados são mais incertos = menos projetos aprovados) e as famílias, afetadas por isto, passam a consumir menos, uma vez que as parcelinhas de qualquer financiamento ou empréstimo se tornam mais caras.

    Se temos um aumento muito elevado no preço dos imóveis, as parcelas de financiamento também se tornam muito caras. Quando muitas famílias passam a incluir na renda outras pessoas que não irão colaborar com os pagamentos das parcelas, só para aprovar o financiamento, o que acontece? E quando temos preço de aluguel que também sobe demais? Sobrecarga no orçamento familiar trazida por aumentos relevantes no custo de moradia, junto com juros e inflação mais elevados, geram dívidas mais relevantes para as famílias e roubam a capacidade de consumo e também de pagamento das dívidas, o que afeta diretamente os demais setores da economia, que passam a observar reduções relevantes na demanda por seus produtos e serviços. Como exemplo, vejamos informação que consta abaixo:

    “Consumidor endividado prefere cortar orçamento pela compra de alimentos”

    http://www1.folha.uol.com.br/mercado/2014/07/1491686-consumidor-endividado-prefere-cortar-orcamento-pela-compra-de-alimentos.shtml

    Trecho no link acima:

    “O imóvel é o tipo de dívida que mais atrapalha o orçamento destinado ao supermercado. O gasto com o abastecimento do lar com comida, bebida e higiene pode ser reduzido em até 25% quando a renda do consumidor está comprometida com a parcela da casa própria, segundo pesquisa do instituto Nielsen.”

    Agora, de uma forma geral, qual a situação do endividamento das famílias, para o qual o mercado imobiliário tanto tem colaborado?

    http://globotv.globo.com/rede-globo/jornal-nacional/t/edicoes/v/brasil-tem-57-milhoes-de-pessoas-com-dividas-em-atraso/3577280/

    Trechos do link acima:

    “Brasil tem 57 milhões de pessoas com dívidas em atraso”

    “Pesquisa mostra que 40% dos brasileiros estão enquadrados na lista de inadimplentes. Segundo o estudo, país nunca teve tanta gente nessa situação.”

    Conclusão: foram evidenciadas situações anormais típicas de bolha imobiliária para cidade de Belo Horizonte, como um crescimento dos preços de algumas vezes o crescimento da renda,  uma super oferta equivalente a 18 meses de vendas no geral e superior a 2 anos no caso de imóveis com preços superiores a R$ 500 mil e ainda, um volume de desemprego elevado sendo gerado pela construção civil local, expectativa de fechamento de hotéis por excesso de vacância, construtora fechando e deixando alto volume de clientes sem seus imóveis, dentre outros. Já no lado da economia, observamos que foi a própria bolha imobiliária que colaborou e muito para os péssimos indicadores que temos e agora está sofrendo as consequencias via redução muito elevada em vendas, aumento anormal em distratos, etc., ou seja, como toda anomalia, possui em seu bojo os mecanismos de auto-destruição. 

    Convidados, Geral

    A evolução da bolha imobiliária PARTE 1

    29 de julho de 2014

    Post mais recente sobre a bolha imobiliária no Brasil: http://defendaseudinheiro.com.br/a-bolha-imobiliaria-no-brasil-e-a-economia

    A continuação deste trabalho, com dados de BH e sobre a relação entre nossa bolha imobiliária e a economia, se encontra em: http://defendaseudinheiro.com.br/a-evolucao-da-bolha-imobiliaria-parte-2/

    A parte final deste trabalho, com evidências da bolha imobiliária em Curitiba, São José dos Campos e outras cidades, além de 10 motivos para não comprar imóvel agora, pode ser encontrado no link: http://defendaseudinheiro.com.br/a-evolucao-da-bolha-imobiliaria-parte-3/

    A EVOLUÇÃO DA BOLHA IMOBILIÁRIA PARTE 1:

    Segue o estudo:

    Objetivo é demonstrar a evolução da bolha imobiliária do Brasil com dados sobre construtoras e cidades. Esta é a primeira parte deste trabalho, onde apresentarei o processo no Brasil, comparado aos EUA que é a referência do segmento imobiliário e dados de algumas cidades. Vejamos estas informações no diagrama abaixo:

    Post 28 imagem 1

    Post 28 imagem 2

    Seguem links que evidenciam parte do que está colocado no diagrama logo acima:

    Link que demonstra que o índice de preços dos imóveis cresceu mais de 240% acima do índice de custos de construção no Brasil, enquanto nos EUA esta proporção foi de 56% no auge da bolha imobiliária de lá: http://liberzone.com.br/bolha-imobiliaria-no-brasil/

    Artigo que fala sobre o maior aumento de preços de imóveis do Mundo, no Brasil: http://super.abril.com.br/blogs/crash/pronto-ja-temos-a-maior-bolha-imobiliaria-da-historia/

    Complemento com dados dos relatórios trimestrais das próprias construtoras:

    Post 28 imagem 3

    Cancelamento de mais de R$ 13 bilhões de 2.011 a 2.013, um mínimo de 20% até mais de 60% das vendas brutas destas empresas desde 2.012, é algo que não existia até antes de 2.011 e não existe para nenhum segmento de negócio, em nenhum lugar do Mundo! Esta é a consequência mais visível das vendas falsas na planta.

    No Brasil, as construtoras ao receberem os distratos, revendem por um preço maior do que o original, porque graças às próprias vendas falsas os preços foram inflados artificialmente. Nos EUA, uma pessoa contratava o crédito imobiliário por lá, mesmo sem ter renda para isto, depois fazia uma hipoteca em cascata sobre esta primeira, com valor maior, tendo como  garantia o aumento artificial de preços. Lá e cá, vemos como este sistema se retroalimenta.

    Outros resultados que podemos identificar relacionados a este tema, que ocorreram em 2.012: a PDG teve mais de R$ 1 bilhão de distratos, pelo segundo ano seguido, registrando prejuízo em 2.012 superior a R$ 1,7 bilhão, a Rossi teve R$ 1,4 bilhão em distratos e o primeiro prejuízo anual em toda sua história, Brookfield também registrou prejuízos elevados pelo mesmo motivo, assim como a Viver e a Gafisa (especialmente com o segmento Tenda).

    O impacto foi tão negativo para empresas acima, que elas ficaram com dívidas anormais e estoques exagerados, novamente resultado idêntico ao que tivemos para bancos que mais praticaram o subprime nos EUA. Tivemos ainda, mais de R$ 1 bilhão de prejuízo no resultado acumulado de todas as construtoras com Ações na BOVESPA em 2.012, algo também inédito, mais uma vez, graças a este volume anormal de distratos, sem contar que os estoques em unidades no total das construtoras mais do que dobrou neste ano, conforme link: http://g1.globo.com/economia/negocios/noticia/2013/04/construtoras-tem-prejuizo-e-estoque-de-imoveis-sobe-43-em-2012.html

    Sobre as líderes no subprime brasileiro: a Gafisa em 2.013 teve que vender 70% do segmento Alphaville para pagar suas dívidas geradas pelos distratos absurdos do segmento Tenda (imóveis populares), a Rossi abandonou o segmento popular também em virtude do elevadíssimo volume de distratos neste segmento e ainda foi forçada a fazer um downsizing radical, abandonando várias praças, o que foi o mesmo motivo da PDG cancelar 48 empreendimentos só em 2.013, sendo que a Brookfield decidiu sair da BOVESPA como reação a sua própria crise e a Viver vendeu seus Ativos para concorrentes em larga escala, para poder pagar parte de suas dívidas.

    Desde 2.012, as construtoras acima já prometiam redução de estoques e dívidas, afirmando que esta era uma situação temporária, além das promessas do mercado como um todo de redução nos distratos. Vamos observar agora, como foram os resultados em 2.013, olhando para alguns indicadores relacionados ao nosso subprime e comentados no diagrama que explica nossa bolha e consta no início deste trabalho:

    Post 28 imagem 4

    Como podemos ver, os problemas foram se estendendo para outras construtoras, as promessas quanto a volta à normalidade não se cumpriram e o ciclo de distratos completamente anormais, alimentando super-estoques e dívidas muito elevadas, se manteve.

    Vamos agora observar uma informação importante sobre o primeiro trimestre de 2.014:

    http://economia.estadao.com.br/noticias/economia-geral,construtoras-cancelam-r-1-4-bilhao-em-vendas-de-imoveis-no-trimestre,185175,0.htm

    Segue um trecho da notícia acima: “Com o aumento do número de clientes que não conseguem financiamento, em função da análise mais rigorosa por parte dos bancos, total de contratos de venda cancelados pelas incorporadoras é 30% maior que no mesmo período de 2.013”.

    Em outras palavras, a situação que já existe desde 2.011 e é absolutamente anormal, sendo gravíssima quanto a alimentação de super-estoques e novos prejuízos a endividamento das construtoras, está se degradando de forma acelerada em 2.014!

    A justificativa que consta na notícia acima, de que esta situação ocorre principalmente pelo aumento do critério dos bancos é infundada e se comprova pelo próprio histórico: os distratos mais do que dobraram de 2.011 para 2.012 e na época não havia nenhuma restrição maior quanto ao crédito, aliás, os juros no Brasil estavam em sua mínima histórica e o Governo continuava com todo o interesse do mundo em facilitar cada vez mais o crédito, sendo que as justificativas do segmento imobiliário para esta anomalia na época, eram diferentes.

    Um item que ajuda e muito neste aumento relevante nos distratos, é que o recorde de lançamentos e vendas de lançamentos na planta foi em 2.011 e com isto, espera-se que o recorde de distratos seja em 2.014, uma vez que o prazo médio de entrega tem sido de 3 anos e ao que tudo indica, o recorde de vendas falsas na planta teria sido em 2.011.

    Ainda no primeiro trimestre de 2.014, a MRV bateu seu recorde histórico de distratos em um trimestre, passando de R$ 300 milhões. Com isto, é provável que em 2.014 ela bata o seu recorde anual de distratos que foi de mais de R$ 1 bilhão em 2.013.

    Vejamos reportagem abaixo e informações de 4 das 5 maiores construtoras (ITC):

    http://brasileconomico.ig.com.br/negocios/2014-07-11/credito-restrito-eleva-distrato-de-imoveis.html

    Trecho 1: “…a mineira MRV Engenharia registrou alta de 41% nos distratos nos primeiros três meses de 2014.”

    Trecho 2: “… a Direcional — também apresentou aumento no montante de distratos. O total passou de R$ 31,1 milhões no primeiro trimestre do ano passado para R$ 75 milhões nos primeiros três meses de 2014, uma variação de 140,8%…”

    Trecho 3: “Já a Cyrela reconheceu que no primeiro trimestre ocorreu “aumento no número absoluto de distratos”.”

    Trecho 4: “Quinta maior construtora do país na lista da ITC, a Brookfield Incorporações registrou aumento de 85%, em termos de valor, nos distratos entre o primeiro trimestre do ano passado e o mesmo período de 2014.”

    Que outras situações já são percebidas para as construtoras em 2.014?

    http://g1.globo.com/economia/negocios/noticia/2014/05/construtoras-freiam-lancamentos-no-1-tri-mas-estoque-segue-em-alta.html

    Alguns trechos que constam no link acima:

    Trecho 1: “A análise conjunta dos resultados das dez construtoras mostra uma queda de 18% nas unidades vendidas (de 27.705 para 22.811)…”

    Trecho 2: “A velocidade de venda também caiu. Do total do estoque das dez construtoras, 34% foram vendidos no 1º trimestre de 2013, contra 26% neste ano, ou seja, apenas um quarto dos imóveis em estoque, aproximadamente, foram vendidos.”

    Trecho 3: “Com a redução nas negociações, as empresas diminuíram o número de lançamentos em 13%…”

    Devemos observar que desde 2.012 as construtoras já haviam reduzido muito os lançamentos e vendas na comparação com período imediatamente anterior e agora, temos novas reduções significativas, além do eterno aumento nos distratos e nos estoques.

    Com todo o cenário acima, como está a geração de emprego formal para construção civil? Vamos ver o que consta no link abaixo:

    http://www.cbicdados.com.br/menu/emprego/emprego-formal-caged

    Pelo link acima, concluímos que a geração de empregos formais da construção civil teve uma que de 36% no acumulado de Janeiro a Abril, na comparação de 2.013 para 2.014 (saiu de 101.687 contratações no acumulado de Jan/13 a Abr/13 para 65.199 de Jan/14 a Abr/14).

    Toda a situação demonstrada acima, envolvendo aumento relevante em distratos e estoques, com redução em vendas e lançamentos, acarretando redução na geração de empregos na construção civil, é sustentável? Seria “cíclica e normal”, como afirmam os representantes do segmento imobiliário? Vamos ver o artigo abaixo:

    http://www.cbic.org.br/sala-de-imprensa/noticia/economia-fraca-ja-respinga-nas-construtoras-menores

    Trecho que consta no link acima: “Hoje, cerca de 80% das construtoras são consideradas pequenas e médias, mas há uma perspectiva de que ao menos 10% delas precisem fechar suas portas”

    E como estão as expectativas dos próprios representantes da construção civil quanto a este quadro? Vamos agora ver o que consta na pesquisa da FGV a este respeito:

    http://www.infomoney.com.br/negocios/noticia/3364875/expectativa-setor-construcao-atinge-menor-nivel-desde-dezembro-2009

    O título da notícia acima fala por si só: “Expectativa do setor de construção atinge o menor nível desde dezembro/2009”.

    Como todo o cenário acima, acaba se refletindo nas cidades? Vamos agora, iniciar a avaliação deste ponto, com algumas cidades como “amostras” (estas amostras serão complementadas na Parte II deste trabalho, com dados de outras cidades):

    Salvador:

    Inicialmente, vamos ver a notícia abaixo de Agosto/2013 e alguns trechos da mesma:

    http://www.bahiatodahora.com.br/destaques-esquerda/noticia_destaque2/queda-nas-vendas-leva-construtoras-a-reduzir-o-ritmo-em-salvador-situacao-e-preocupante

    Trecho 1: “Com a queda nas vendas de imóveis novos nos últimos dois anos, as construtoras reduziram o número de lançamentos. Mesmo assim, sobram ofertas.” 

    Trecho 2: “Na capital baiana, se a indústria da construção civil parasse de construir hoje, seriam necessários dois anos para vender o estoque.” 

    Trecho 3:“O desconto pode chegar em alguns casos, em apartamento de alto padrão até 40%.”

    Trecho 4: “Desemprego – Em um ano, a construção civil perdeu 27 mil postos de trabalho na Região Metropolitana de Salvador (RMS), o que representou uma redução de 14% no volume total de empregos mantidos pela atividade.”

    Trecho 5:“A retração da atividade é apontada como a  principal responsável para o aumento do  desemprego em Salvador  e região metropolitana. A taxa atingiu, em agosto passado, 9,4% da população economicamente ativa. No mesmo mês de 2012, o índice  foi de 6,4%. Esta alta  é considerada  significativa pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), autor da pesquisa.”

    Além das informações acima, temos uma tabela que consta na notícia, relacionada a pesquisa Geoimoveis, informando que preço do M2 em Salvador subiu 91,63% de 2.008 a 2.013.

    Com a finalidade de compararmos se o crescimento da renda em Salvador acompanhou o crescimento dos preços dos imóveis, vamos agora, avaliar como variou o salário médio dos ocupados na região metropolitana de Salvador, utilizando para isto os dados do PED do DIEESE de Novembro/2008 e Novembro/2013 que constam nos links abaixo:

    http://portal.mte.gov.br/data/files/FF8080812BA5F4B7012BA61C88A12362/PED_RMS_anual_2009.pdf

    http://www.dieese.org.br/analiseped/2013/2013pedssa.pdf

    Pelo que consta nos links acima, tivemos uma variação no rendimento médio real em Salvador, que saiu de R$ 982,00 em Novembro/2008 para R$ 1.146,00 em Novembro/2013, ou seja, 16,70% neste período.

    Para darmos continuidade a nossa avaliação sobre evolução do mercado imobiliário, seguem abaixo informações mais recentes, relacionadas a preços, vendas, lançamentos e empregos para Salvador no início deste ano de 2.014, primeiro os links, depois trechos dos mesmos:

    http://www.correio24horas.com.br/detalhe/noticia/descontos-em-imoveis-chegam-a-ser-de-ate-r-80-mil-em-promocoes/?cHash=4f67727a643ac5057e1354a79606b958

    Trecho do link acima: “80 mil reais é o valor do desconto que alguns empreendimentos da construtora PDG estão sendo vendidos. 51 mil reais é o valor do desconto que está sendo oferecido pela construtora Gafisa. Além disso, ganha camarote.”

    http://www.sinduscon-ba.com.br/noticias/prg_not_exi.cfm/1FF801CD/construcao-civil-na-bahia-tem-fraco-desempenho-no-1-trimestre-do-ano

    Trecho do link acima: “Os primeiros números do setor indicam que o mesmo comportamento de 2013 deve se repetir em 2014 –  menor número de lançamentos e maior número de vendas de produtos já existentes, como forma de desovar o estoque de imóveis novos em Salvador, que é um dos mais altos do país. A redução do número de lançamentos é resultante também da queda da demanda e das incertezas que ainda permanecem no setor.”

    http://noticias.r7.com/economia/taxa-de-desemprego-em-salvador-destoa-avalia-ibge-17042014

    Pela notícia acima, durante o ano de 2.014, a taxa de desemprego de Salvador continuou destoando do restante do País e ficando acima do mesmo mês de ano anterior.

    A situação acima seria normal?

    Temos uma série de indicadores anormais, como o crescimento dos preços de imóveis que em 5 anos foi de 91,63%, mais de 5 vezes acima do crescimento da renda no mesmo período e muito acima do retorno de qualquer aplicação financeira, levando a uma queda relevante nas vendas e a um estoque muito elevado de imóveis novos, que em Agosto/2013 era equivalente a 25 meses de vendas só do que está em poder das construtoras. Depois disto, a confirmação de que em 2.014 estamos tendo nova queda nos lançamentos, sobre uma base que já era muito reduzida. Quanto ao desemprego, tivemos um aumento total na cidade que foi de 46,88% na comparação de Agosto/2012 (6,8%) para Agosto/2013 (9,8%), causado principalmente pela queda muito elevada nas construções de imóveis, sendo que o desemprego em 2.014 continua subindo em Salvador na comparação com mesmos meses de ano anterior. A ordem de grandeza destes números é absolutamente anormal, típica de bolha. Vejamos agora esta situação representada no diagrama abaixo:

    Post 28 imagem 5

    Temos em Salvador uma situação similar a explosão da bolha imobiliária espanhola: pela insistência em disfarçar a queda de preços e tentar reduzir os lançamentos de forma radical, gera-se uma aumento anormalmente elevado no desemprego e vendas só pioram com isto.

    Brasília:

    Vamos iniciar, trazendo algumas informações sobre o mercado imobiliário em Brasília:

    Notícia de 2.011: “Metro quadrado pode chegar a R$ 25 mil nas áreas mais nobres de Brasília”

    http://www.correiobraziliense.com.br/app/noticia/cidades/2011/12/28/interna_cidadesdf,284326/metro-quadrado-pode-chegar-a-r-25-mil-nas-areas-mais-nobres-de-brasilia.shtml

    Agora, vejamos algumas notícias de 2.013, para sabermos como esta situação evoluiu:

    www1.folha.uol.com.br/mercado/2013/12/1391790-especulacao-leva-a-queda-de-preco-nos-lancamentos-de-imoveis-em-brasilia.shtml

    Trecho da notícia acima, que é de 31/Dezembro/2013: “…os preços dos imóveis lançados em Brasília apresentaram uma forte queda neste ano, com redução de 35,5% na comparação com os valores cobrados em 2.012…”

    http://www.correiobraziliense.com.br/app/noticia/economia/2013/09/01/internas_economia,385651/especuladores-sao-penalizados-pela-retracao-do-mercado-imobiliario.shtml

    Trecho da notícia acima: “Queda na procura impõe perdas de até 30% a quem comprou casas e apartamentos com a intenção de revender o ágio e obter lucro a curto prazo.”

    http://g1.globo.com/distrito-federal/noticia/2013/12/construtoras-queimam-estoque-de-imoveis-no-df-dizem-corretores.html

    Trecho 1: “O estoque de imóveis está 30% maior que o de 2 anos atrás e corresponde a ‘aproximadamente a 15 meses de vendas.”

    Trecho 2: “Segundo ele, o DF deve fechar o ano com 19 grandes empreendimentos lançados este ano, volume 50% menor que o de 2012.”

    Agora, uma notícia de Março de 2.014:

    http://www.correiobraziliense.com.br/app/noticia/economia/2014/03/09/internas_economia,416485/desaquecimento-do-setor-imobiliario-faz-profissionais-abandonarem-carreira.shtml

    Trecho do último link, sobre corretores: “O encanto e a euforia deram lugar às dívidas.”.

    Como foi a evolução dos preços de imóveis novos em Brasília versus crescimento da renda?

    No primeiro link para cidade de Salvador, na tabela Geoimoveis comparando várias cidades, temos que de 2.008 a 2.013, os preços em Brasília cresceram 87,43%, já considerando a queda de 35,5% que consta mais acima e que ocorreu em 2.013, uma vez que ambas as pesquisas foram feitas pela mesma empresa (Geoimoveis), em épocas próximas ao final do ano de 2.013. Isto significa que até 2.012, preço havia subido 135,5% [cálculo: (87,43% / (100% – 35,5%)].

    Sobre o crescimento da renda:

    http://portal.mte.gov.br/data/files/FF8080812BA5F4B7012BA627C11F3DBE/PED_DF_anual_2009.pdf

    http://www.codeplan.df.gov.br/images/CODEPLAN/PDF/Pesquisas%20Socioecon%C3%B4micas/PED/2013/Boletim%20PED-DF%20setembro%202013.pdf

    Na página 6 do primeiro anexo, temos que em 2.008 o rendimento médio real em Brasília era de R$ 1.798,00. Na página 4 do segundo anexo, temos que o rendimento médio real em Brasília em Agosto/2013 foi de R$ 2.347,00. Com estas informações, concluímos que a variação da renda média em Brasília de 2.008 a 2.013 foi de 30,53%.

    Pelas informações acima, a situação do mercado imobiliário em Brasília seria normal?

    Temos uma série de indicadores anormais, como o preço exagerado do M2 que foi “prometido” pelo segmento imobiliário (R$ 25 mil o M2) como forma de atrair o máximo de especuladores possível, um crescimento dos preços de imóveis que em 4 anos (de 2.008 a 2.012) foi de mais de 135% em virtude desta mega-especulação, sendo que este crescimento dos preços foi mais de quatro vezes o crescimento da renda em Brasília (isto porque Brasília tem uma das maiores rendas do País e teve uma das variações mais relevantes neste período) ou ainda, variação de preços dos imóveis que foi muito maior do que qualquer aplicação financeira no mesmo período. Esta situação levou os preços a ficarem inacessíveis para os compradores finais, gerando uma queda acentuada nas vendas, quedas relevantes de preços de 35,5% nos lançamentos e 30% na entrega, apenas na variação de 2.012 para 2.013  e mesmo com uma redução tão elevada nos preços e com os lançamentos caindo 50% em unidades de 2.012 para 2.013, ainda assim terminaram o ano com um estoque acima do normal, equivalente a 15 meses de vendas somente do que está em poder das construtoras.

    Outro problema é que a própria redução de preços, que foi muito elevada, tornou inviável a revenda por especuladores e isto gerou uma avalanche de distratos na cidade, o que explica como o estoque terminou tão elevado após redução relevante em preços e lançamentos. Depois disto, depoimentos de corretores em 2.014 revelando que mercado imobiliário continuou imobilizado. Para entendermos melhor, vejamos abaixo:

    Post 28 imagem 6 CORRIGIDO

    Está claro que mesmo com a queda de 35,5% nos preços e com o aumento acumulado de 2.008 para 2.013 tendo ficado “só” em 87,43% após esta queda, isto ainda é muito superior aos 30,53% de aumento na renda que ocorreu no mesmo período (quase 3 vezes) e este é um dos motivos pelos quais, apesar da redução de 50% em lançamentos e da redução elevada nos preços, ainda terminaram o ano com estoques muito acima do normal, equivalente a 15 meses de vendas. Em outras palavras, a tendência é que a queda nos preços se intensifique.

    Considerações finais sobre a parte 1:

    Reforçando sobre os motivos pelos quais a tendência é que a explosão da bolha imobiliária no Brasil se torne cada vez mais abrangente e visível:

    1) Crédito mais restrito: o aumento de preços de imóveis seguiu a lógica da “parcelinha” barata com preço total abusivo, só que este esquema tem seus dias contados. Já em 2.014, a CEF, que é quem oferece os menores juros do crédito imobiliário, já desacelerou sua oferta de crédito, em virtude de problemas fiscais do Governo e isto, junto com os aumentos da SELIC em 2.013, já fez com que o juro médio do crédito imobiliário subisse muito e consequentemente, o valor médio das “parcelinhas” também. O crescimento acelerado da concessão do crédito pela CEF é que escondia a inadimplência bancária nos financiamentos imobiliários (como a base cresce muito e nas primeiras parcelas não tem inadimplência, o percentual apresenta uma normalidade enganosa). Com a desaceleração já percebemos um aumento discreto na inadimplência, que tende a crescer quando olhamos demais fatores abaixo, isto fará com que o juros suba ainda mais juntamente com “parcelinhas”, ou seja, cada vez menos negócios poderão ser concluídos, dentro dos preços atuais, fora da realidade ;

    2) Situação da economia: inflação no topo da meta, faz com que a parcela da renda da população que sobra para pagar “parcelinhas” seja cada vez menor, inviabilizando muitas vendas. Lembrando que aumento muito elevado de preços de imóveis e alugueis foram repassados para preços de produtos e serviços ao longo dos anos, o que combinado com construções que cresceram de forma abrupta com base nas vendas falsas, gerando crescimento de empregos sem ganhos de produtividade, ajudaram muito no aumento da inflação e sua manutenção em patamar exageradamente elevado. Este é um mecanismo auto-destrutivo de toda bolha imobiliária, aliás não só pela inflação e o quanto ela destrói da capacidade de consumo individualmente, mas também porque é ela que obriga os aumentos de juros que também prejudicam crescimento da economia e ajudam a inviabilizar vendas dos imóveis (ver item 1). Agora vemos que inflação e juros estão cobrando seu preço e com tendência de piorar, uma vez que o Governo tem cada vez menos espaço de manobra para “maquiar” a inflação ou protelá-la via contenção de tarifas públicas e outros mecanismos heterodoxos e ineficientes no médio e longo prazo (= eleitoreiros) e ainda, existe uma série de outras ações do Governo que são equivocadas e causam amplificação relevante nos danos (exemplos: eleger os “campeões nacionais”, benefícios setoriais ineficientes, aumento incessante nos gastos públicos sem estimular aumento de produtividade, etc., etc., etc…) ;

    3)  Recorde de entrega de imóveis em 2.014: como o esquema de venda falsa na planta explode na entrega dos imóveis, tivemos recorde de lançamentos em 2.011 com prazo médio de construção de 3 anos e recorde de entregas em 2.014, já estamos vendo recorde de distratos, que fazem com que os super-estoques cresçam ainda mais junto com os problemas de caixa das construtoras, fazendo com que os “descontos” se tornem cada vez maiores, chamando ainda mais a atenção daqueles que já percebem nossa bolha imobiliária ;

    4) Empregos e renda:  os aumentos de emprego e renda estão entre os pilares para o preço abusivo, mas ambos desacelerando e com forte ameaça de redução neste e nos próximos anos, em virtude da crise na economia ;

    5) Visibilidade da bolha imobiliária: o número crescente de evidências da bolha imobiliária, além de sua gravidade, fazem com que fique cada vez mais difícil escondê-la, mesmo com todo o apoio que a imprensa dá a seus principais anunciantes, o segmento imobiliário.

    Referências adicionais:

    Sobre evidências da bolha imobiliária em São Paulo, mencionadas no diagrama do início deste trabalho: http://defendaseudinheiro.com.br/a-evolucao-da-bolha-imobiliaria-em-sao-paulo

    Sobre informações de São José dos Campos que constam no início deste trabalho:

    http://g1.globo.com/sp/vale-do-paraiba-regiao/noticia/2013/05/preco-dos-imoveis-cai-25-em-sao-jose-em-dois-anos-revela-creci.html

    http://www.aconvap.com.br/noticias/sao-jose-tem-aumento-de-300-na-oferta-de-locacao/3599.html

    Até o próximo post!

    Convidados, Geral

    Bolha Balneário Camboriu

    8 de julho de 2014

    Post mais recente sobre a bolha imobiliária no Brasil: http://defendaseudinheiro.com.br/a-bolha-imobiliaria-no-brasil-e-a-economia

    Segue abaixo, um trabalho que considero excelente e foi desenvolvido por um dos leitores do www.bolhaimobiliaria.com e encaminhado para publicação por aqui também:

    História de uma Cidade Brasileira

    Antes da leitura deste trabalho, gostaríamos que fosse visto o vídeo Espanhistão, por ser uma bolha que já estourou.

    http://www.youtube.com/watch?v=UJ8-dJ5WCo4

    Começaremos a falar da história de um local, onde os preços aumentaram mais do que na Espanha e onde a distorção Renda por preço é muito maior. E que a especulação imobiliária, está transformando morros em planícies e tornando um Balneário num esgoto ao Céu Aberto nos meses de verão.

    Sim esse local existe no Brasil, e a partir de agora mostraremos para vocês a evolução da Bolha Imobiliaria em Balneário Camboriu. Utilizando por base o da bolha de São Paulo feito pelo CA: http://www.bolhaimobiliaria.com/2014/06/24/a-evolucao-da-bolha-imobiliaria-em-sao-paulo-ca/

    Por absurda falta de divulgação é possível ter os dados das vendas de imóveis da localidade apenas demonstrarei o panorama descrito pelos atuantes na área, ou seja, terei como disponível apenas dados relatados pelas próprias Construtoras e Imobiliárias.

    Começarei o trabalho demonstrando a diferença do Custo do m² da cidade em comparação com o valor cobrado.

    http://ndonline.com.br/florianopolis/noticias/132286-por-que-os-predios-estao-ficando-tao-altos-e-caros-em-balneario-camboriu.html

    O CUB apurando pelo Siduscon relata que o m² da construção em BC é de R$ 1.371,44 em junho de 2014 enquando o valor cobrado por esse metro quadrado de acordo com o site do www.Zap.com.br esta em R$ 7680,00 para maio/2014.

    http://www.scempreendimentos.com/indicadores/

    Ou seja, o valor atual dos imóveis da oferta de imóveis esta mais que 5,5x o seu custo.

    A reportagem diz que  do início de 2008 a maio de 2013, a construção de 7 milhões de m² foi autorizada. Num calculo simples, tratando de apartamentos de 100m² de área útil, com 200 m² de área total,  preço de R$ 7.680,00/m²  da área útil. Teremos a nova construção de 35 mil unidades habitacionais ao preço de R$ 768.000,00. Numa cidade que a população estimada pelo IBGE é de 120.000 habitantes e que de acordo com propagandas do setor 25% da população trabalha na construção civil.

    Se utilizarmos o link de quanto precisa ganhar para comprar um apartamento em cada cidade, teremos que para estes 70 mil imóveis, Precisaremos de 70 mil pessoas com renda mensal de R$ 21.000,00.

    http://exame.abril.com.br/seu-dinheiro/noticias/quanto-voce-deve-ganhar-para-comprar-um-imovel-em-16-cidades/#2

    Ops, só um pouco, mas a cidade não tem só 120.000 habitantes.

    Sendo que a Renda per capita da população local era de R$ 1.625,59 em 2010. http://www.atlasbrasil.org.br/2013/pt/perfil_print/balneario-camboriu_sc

    O censo de 2010, que distribuiu as classes sociais das Cidades, constatou que Balneário Camboriú (SC) — 6,85% — 22,07% — 60,13% — 7,62% — 3,32%

    http://www.skyscrapercity.com/showthread.php?t=1397168

    Verificando que mesmo a Classe A, de 2014 que são pessoas com Renda Per capita acima de R$ 2.728,00, não é população que pode comprar imóvel em Balneário Camboriu.

    http://g1.globo.com/economia/noticia/2014/02/classe-media-brasileira-e-o-18-maior-pais-do-mundo-em-consumo.html

    Ou seja, nem grande parte dos 6,85% da população de Balneário Camboriu que pertence a Classe A, pode comprar imóvel atualmente.

    Digamos que 10% da Classe A possa e queira comprar imóvel. Não teremos 822 compradores em potencial na cidade que esta entregando 70.000 imóveis.

    Como visto na reportagem que 75% da população já possui imóvel próprio http://ultimosegundo.ig.com.br/brasil/2012-09-21/casa-propria-ja-nao-e-so-sonho-75-no-brasil-sao-donos-do-imovel-onde-vivem.html.  A situação fica ainda mais critica com apenas 200 compradores que realmente possuem potencial e ainda não podem comprar seu primeiro imóvel.

    Ah, mas daí não estou levando em conta que quem compra imóveis em Balneário geralmente, não vai comprar para morar. E sim para ficar um mês de férias anuais.

    Ai que mora o maior problema, não é um reduto de milionários. Com os novos preços, os compradores preferem viajar para o exterior do que pagar quase R$ 800.000,00 para a compra mais R$ 4.000,00 mensais para manter para ficar um mês do ano.

    O calculo dum custo de oportunidade de 10 % ao ano e mais R$ 4.000,00 mensais entre condomínio e demais manutenções. As férias desse cidadão estará custando só de moradia R$ 128.000,00 reais. Ou R$ 4800,00 por dia, ficando barato os alugueis que estavam sendo cobrados próximos ao Itaquerão na Copa (que ninguém pagou).

    A diária de um Bangaloo sobre a Água em Bora- Bora sai em média R$ 1.000, 00 e a passagem para um casal R$ 4.000,00/ pessoa. Ou seja, um casal dono de imóvel em BC estão esbanjando R$ 90.000,00 a mais do que passar um mês num Bangaloo em Bora-Bora.

    O custo de R$ 4.000,00 reais por mês para manutenção, foi retirado deste artigo da revista Exame. Que citando a parte que cabe:

    “Alguns fatores podem explicar essa dificuldade na venda. O primeiro deles é a mudança de hábitos das famílias. De acordo com Andreatta, com a maior facilidade para viajar ao exterior, alguns proprietários têm preferido gastar seu dinheiro lá fora a usá-lo com a manutenção da casa de praia. “Muitos proprietários não querem mais ter casa de veraneio porque ficou mais fácil viajar para outros países do que manter uma casa na praia, o que costuma consumir quatro mil reais por mês”, diz.

    http://exame.abril.com.br/seu-dinheiro/noticias/anda-dificil-vender-casas-na-praia-entenda-por-que

    Daí pessoas sem nenhum conhecimento financeiro, podem me dizer que não estou levando em conta a valorização imobiliária. Estão certos, se eles acharem um tolo maior que eles que paguem mais por aquilo que eles já pagaram caro.

    O pessoal que realmente é esta tentando se mostrar como Rico nesta cidade, tem a obrigação de fazer isto, pois estão ganhando com especulação imobiliária. Por isso precisam passar idéia de prosperidade, para vender algo pra um otário, a corrente do maior tolo não pode parar. (explicada a seguir).

    “Como toda bolha envolve a compra de um ativo, geralmente um imóvel ou valor mobiliário, e não por causa da taxa de retorno sobre o investimento, mas na esperança de que o ativo ou valor mobiliário possa ser vendido para mais alguém a um preço ainda maior. O termo the greater fool (“o maior tolo”) foi usado para sugerir que o último comprador está sempre contando em encontrar mais alguém para quem vender a ação, o apartamento ou cartão de beisebol.”

    O preço do metro quadrado é tão caro que, olhem o texto retirado da entrevista.

    ND – Quais os lugares que disputam a preferência com Balneário?

    O preço do metro quadrado se equipara ao de Jurerê Internacional, por exemplo.

    Exato, querem comparar o metro quadrado de uma cidade que 25% da população trabalha na Construção Civil, com um reduto de milionários. Pior, a custo do terreno de Balneário esta dividido por diversos imóveis, enquanto Jurerê os imóveis geralmente são Casas, onde não tem como diluir preço do terreno. Digamos chutando muito alto, custo da construção e o valor do terreno. Podemos dizer que se uma casa tem o custo de 2CUB, um apartamento não custaria 1,3 CUB.

    Mas pesquisando melhor a situação é pior, o metro quadrado de BC é maior que Jurerê internacional

    http://revista.penseimoveis.com.br/mercado-imobiliario/noticia/2013/05/balneario-camboriu-tem-o-metro-quadrado-mais-caro-de-santa-catarina-4143371.html

    Chego agora a pior parte de você cair no golpe financeiro praticado nesta famosa cidade brasileira, ela não é um reduto de milionários, mas sim um lugar onde a lavagem de dinheiro corre solta.

    http://osoldiario.clicrbs.com.br/sc/seguranca/noticia/2014/03/pf-deflagra-operacao-para-coibir-lavagem-de-dinheiro-em-balneario-camboriu-e-mais-16-cidades-4448575.html

    Fica o pior, pro cidadão de bem, ele não esta apenas sendo otário comprando algo acima do valor nesta cidade ele está se escravizando com parcela de 30 anos para, em alguns casos, dar dinheiro para o Crime Organizado.

    Ou tem muita gente burra, ou tem muita gente lavando dinheiro. Mas acho que o poder de compra de gente burra não esta tão alto assim. E a lavagem de dinheiro esta correndo solta.

    Em outra reportagem, verificamos mais uma frase típica de bolhas

    http://www.brasilportugal.org.br/sc/noticia/1838,balneario-camboriu-sustenta-mercado-imobiliario-de-luxo.html

    “Segundo o sócio da imobiliária Desc Imóveis, Cleber Favaretto, Balneário Camboriú sempre teve uma valorização superior a média de outras regiões, por causa, principalmente, da infraestrutura que o município tem. “É uma praia urbana, que tem vida própria o ano todo, o comércio é forte e a rede gastronômica é de primeira qualidade, tudo isso em uma cidade tranquila e segura”, afirma. Os imóveis da construtora FG Empreendimentos, por exemplo, valorizam 30% ao ano.”

    Por isso, que algumas pessoas fazem compras, pois este tipo de noticia faz com que achem que não poderão comprar no futuro. Desta forma incautos se endividam por 35 anos. Ou acham, que estão fazendo investimento, pois essa falsa valorização de 30% ao ano, faz pessoas acharem que é o melhor lugar para se investir dinheiro.

    Porém, todo o investimento, pressupõe uma valorização do Lucro isso não tem como ocorrer. Não possuem compradores reais em potencial. Vamos visualizar o site imovelweb.com.br

    http://www.imovelweb.com.br/venda/sc/balneario-camboriu/

    Na data de 03.07.2014, estão sendo ofertados 7.395 Apartamentos Padrão, 116 Casas de Condomínio e 495 Casas Padrão.

    Se tomarmos por base apenas os Apartamentos Padrão e dividirmos  Visualizarmos os valores de vendas

    Até R$ 250.000 241
    De R$ 250.001 até 350.000 454
    De R$ 350.001 até 500.00 830
    De R$ 500.001 até 700.000 1.168,00
    De R$ 7000.001 até R$ 1.000.000 1.633
    De R$ 1.000.001 até R$ 1.500.000 1.355
    Acima de R$ 1.500.000 1.714

    Ou seja, teremos apenas 20 % das ofertas até R$500.000,00. Que já é um valor absurdo para a população brasileira, lembrando o vídeo do Canal do Otário.

    http://www.youtube.com/watch?v=Oxcfw7HJ68E

    Para receber os R$ 12.000,00 do vídeo. O Brasileiro, entre os impostos do empregador e do empregado Cidadão Brasileiro tem que ser custar quase R$ 20.000,00 para a sua empresa. Pois desse valor temos que retirar 27,5% de IRPF e a Contribuição Social.

    http://www.youtube.com/watch?v=iGdj6B2lsfY

    Nem perto de 1% da população possuí essa renda, conforme mencionei no inicio, a Renda da Classe A, (Alta Alta) que em Balneário Camboriu é 6,85% da população possui Renda Per capita acima de R$ 2.728,00 no Brasil.

    Os valores estão tão absurdos, que o cidadão fudido do vídeo do Canal do Otario faz parte uma pequena porcentagem da Classe Alta, que investiu num dos 20% dos imóveis mais baratos do mercado.

    Os outros, quem são??? Onde estão??? Existem de verdade?? Quem esta “investindo” não esta no topo da pirâmide?? Vai vender pra quem??

    Simples, não existe problema para os donos de construtora não venderem na totalidade os seus imóveis. Com o custo total da obra no melhor dos casos, se os materiais realmente possuírem qualidade e pagando muito caro o terreno, ficaria em 1,2 CUB  ou seja, menos de R$ 1.600,00.

    As construtoras que estão vendendo o seu metro por R$ 8.100,00. Estão construindo 5 apartamentos pelo preço da venda de 1. E estão fazendo um ótimo negócio, mesmo que a cada 3 imóveis da cidade apenas 1 é habitado, estas construtoras acharam um trouxa que pagou pelo custo de 5.

    O Resto fica no estoque como patrimônio.

    O negócio era tão bom, tão prospero, que os donos de construtora estavam fazendo fortunas em estoque. Mas, e sempre tem o mas.

    Imóveis prontos geram despesas, as de mais fácil acesso é o IPTU, dividas gigantescas com este imposto estão em todos os Balanços Patrimoniais da Cidade.

    Imóveis caros, tem um valor, se tu achar alguém que compre, porém estas construtoras estão com um sério problema de vendas e não estão com liquidez nem para pagar o IPTU.

    http://tj-sc.jusbrasil.com.br/jurisprudencia/23930657/agravo-de-instrumento-ag-20110574482-sc-2011057448-2-acordao-tjsc

    Porquê então não baixar os imóveis e pagar as suas dividas??

    Porque não podem… Isso, as construtoras não podem baixar o preço de seus imóveis, pois os seus compradores são sempre os mesmos, são pessoas que acham que estão investindo para vender mais caro no futuro. E nessa expectativa de lucros são esses os únicos Clientes atuais das construtoras daqui.

    Neste cenário de mato sem cachorro, surge o Suicídio, dum dos mais, ou talvez o mais, importante empresário do ramo da cidade. Não tenho como dar certeza do motivo, longe disso, mas é um fato no mínimo estranho.

    http://www.camboriuinvestimentos.com.br/19141/secao/1176323/rogerio-rosa-encontrado-morto

    Esse mesmo empresário, numa reportagem usou uma bolha para explicar outra bolha,

    http://www.gazetadopovo.com.br/imobiliario/conteudo.phtml?id=1425475

    Perguntamos, se já não existe publico que compra um imóvel por R$ 2,5 milhões, pra quem ele acha que essas pessoas vão vender por R$ 10 milhões? Na verdade ele sabia que não existiria essa venda. Mas precisava achar alguém que acreditasse nisto,

    http://www.gazetadopovo.com.br/imobiliario/conteudo.phtml?id=1425475

    Na reportagem, mostra a foto de algo que estamos querendo levar em conta para dizer que existe excesso de oferta. Entrem novamente na reportagem e vejam a primeira foto, mais isso esta mesmo acontecendo, uma nova cidade inteira de apartamentos de luxo esta sendo construída na praia do lado, que não faz parte do Município de Balneário Camboriu, e sim Itajaí, por isso, não esta incluída nos 7 milhões de m² autorizados, o que sem dúvida irá tirar muitos dos compradores em potencial de Balneário Camboriu, o que como vimos, compradores finais já eram poucos.

    As maiores construtoras da cidade estão com mais de R$ 3 bilhões em estoque. Se formos ver o tamanho da cidade e fazermos um comparativo com o Brasil, que as quatro maiores companhias, MRV Engenharia, Cyrela, Direcional Engenharia e Gafisa acumulavam mais de 25 mil imóveis não vendidos ao fim de 2013.

    http://www.bolhaimobiliaria.com/2014/03/25/construtoras-tem-r-146-bi-em-estoque-de-imoveis-brasil-economico/

    O estoque é muito maior proporcionalmente, gerando dívidas astronômicas, com manutenção, impostos e demais encargos.

    Mas porque então seguem lançando??

    Vou ter dificuldades para explicar, pois não consigo entender a lógica dum mercado, em que os principais fatores não se enquadram em algo honesto. Talvez eles consigam financiamentos absurdos, dando como garantia o seu estoque que sabem que não vão conseguir vender, vendendo apenas o filé de cada prédio e o resto usem como garantia. Talvez, exista uma quantidade quase infinita de dinheiro para ser lavado. Talvez para lançar diversas plantas e não entregar no final das contas, como o exemplo a seguir…

    http://www.blogrelatorioreservado.ig.com.br/index.php/2014/07/03/construtora-mexicana-sai-brasil-sem-entregar-imoveis/

    Veremos, diversas obras paradas, e diversas de desculpas para manter as construções paradas.

    http://wp.clicrbs.com.br/guarda-sol/2014/05/01/justica-suspende-obras-do-maior-predio-do-pais-em-balneario-camboriu/?topo=98,2,18,,,15

    http://osoldiario.clicrbs.com.br/sc/noticia/2014/01/defesa-civil-descarta-risco-de-desabamento-em-predio-em-balneario-camboriu-4397198.html

    Nos Reveillons 2013 e  2014 a cidade verificou que não existe estrutura alguma para crescimento, nas duas viradas de ano a cidade vivenciou falta de água e apagões.

    http://osoldiario.clicrbs.com.br/sc/noticia/2014/01/falta-de-agua-e-apagao-geram-transtornos-em-balneario-camboriu-durante-a-virada-do-ano-4378712.html

    E isso é ressaltado por membro da própria Secretaria de Planejamento da Cidade

    “Impactos. Enquanto o céu é o limite para as construtoras, ninguém se dispõe a precisar os impactos que construções tão grandes podem causar à cidade. “Não há estudos que nos indiquem quais podem ser as consequências sobre a incidência de luz, o regime de ventos ou o meio ambiente, e muito menos temos referências de como mitigá-los”, diz o arquiteto e urbanista Ênio Faquetti, membro do Conselho da Cidade, órgão consultivo vinculado à Secretaria de Planejamento e formado por representantes da sociedade civil.

    Há pelo menos uma década Balneário Camboriú discute a necessidade de aterrar a praia para alargar a faixa de areia, de modo a evitar que a sombra dos prédios se abata sobre os banhistas.”

    http://economia.estadao.com.br/noticias/geral,em-camboriu-a-disputa-pelo-predio-mais-alto-imp-,1113272

    Da mesma reportagem retiramos, como estão agindo as construtoras.

    “Sem limites. O plano diretor da cidade impõe índices de ocupação máxima dos terrenos. Porém, não estabelece limites para a altura dos prédios. Nos anos 2000, a prefeitura regulamentou a transferência de potencial construtivo (TPC), instrumento que permite às incorporadoras aumentar a área construída nos terrenos, mediante o pagamento de taxas usadas para realizar investimentos em intervenções urbanas específicas. Isso facilitou o caminho rumo ao céu – e ao luxo. Praticamente só há construções de alto padrão em Balneário Camboriú. Um estudo conduzido pela consultoria Brain, de Curitiba, indica que 60% do estoque de apartamentos lançados na cidade custa acima de R$ 1 milhão. “

    Esta falta de limite, torna o mar durante todo o verão um esgoto ao Céu aberto. E a praia sem sol a partir das 3 da tarde por causa dos prédios. Imaginem quando ficarem prontos todos estes prédios que estão em construção e para serem lançados.

    Banho de mar a partir de novembro é quase garantia de alguma doença de pele. Nos meses de alta temporada, o tratamento de esgotos, são consegue filtrar 3% da demanda.

    Qual é o luxo de se banhar num esgoto??? Para tomar banho neste mar que os proprietários estão gastando 3,36 vezes mais do que ir para Bora-Bora??

    Não queremos, falar mal de nenhum economista brasileiro, mas digamos que Ricardo Amorim, possa para alguns ser considerado o cavaleiro do apocalipse, e sim ele, deu palestras em Balneário Camboriu. O economista que previu a bolsa a 200.000 pontos, que tentou passar seriedade sobre as empresas de papel da EBX e que hoje defende que não existe bolha imobiliária. Sempre, citando dados, que não possuem fonte. Como no caso, que falou que o preço dos imóveis em relação a renda é barata no Brasil.

    Citarei dados, somos um dos o paises mais caro do mundo neste quesito.

    http://www.revistaportuaria.com.br/noticia/15796

    Fato:

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    Sendo, que dos 5 maiores indices preço/renda per capita apenas o Brasil tem densidade populacional abaixo de 100 habitantes por km2 (Brasil: 22 habitantes por km2);

    http://www.bolhaimobiliaria.com/2013/08/20/bubble-busters-i-preco-imoveis-x-renda-bolhadao_rj/

    O problema que a situação da cidade é tão desesperadora, que até o defensor do fato que não existe bolha, coloca a cidade como uma das 100 mais caras em relação a renda do mundo

    http://ricamconsultoria.com.br/news/entrevistas/palestra_tendencias_mercado_imobiliario_2013

    Por não possuirmos dados relativos as vendas, usatilizaremos como base. Cabo Frio RJ, cidade com as características de Balneário Camboriu em termos de crescimento populacional e publico para a venda de imóveis. Com um agravante, a população de Cabo Frio é 50% maior que a de Balneário e conseguiria agüentar melhor o crescimento.

    http://folhadoslagos.com/home/home/superimoveis-entram-em-mare-baixa-em-cabo-frio-decepcao-com-vista-para-o-mar#materia

    Na matéria elencada a cidade de Cabo Frio- RJ, em meses de alta demanda. Possui uma venda de 50 a 70 unidades por mês, possuindo um publico 50% maior.

    Mesmo sem levarmos em conta, quantas dessas unidades são vendidas para investidores, que não são consumidores finais e mesmo com publico alvo menor, tomaremos por base o mesmo número de unidades vendidas, que de um mês de demanda alta nesta cidade do Rio de Janeiro.

    Ou seja, mesmo que considerássemos que anualmente ocorram a venda de 700 unidades em Balneário Camboriu-SC.

    Teremos estoque em apenas um site o equivalente a 11 anos de venda e estão sendo lançados imóveis para mais 50 anos.

    Começaremos uma análise histórica dos valores de imóveis em Balneário Camboriu, usando como base a premissa do Ex-dono na Embraed. Palavras dele, imóveis comprados no Ano 2000 por R$ 100.000,00 estavam valendo na época da reportagem R$ 1.000.000,00, novembro 2013. E que em poucos anos imóveis que ele estava vendendo por R$ 2.500.000,00 serão vendidos por R$ 10.000.000,00.

    Pegaremos o CUB de Janeiro de 2000 que era R$ 478,39 e o de novembro de 2013 R$ 1.307,65. Para facilitar o calculo, mas sabendo que não é o que ocorre, pois um imóvel com 10 anos possui inúmeras manutenções que devem ser feitas, daremos para ele, o preço do metro quadrado médio do fipe zap que teremos referencia agora que é de R$ 7.680,00 não usaremos o de novembro que estava em quase R$ 10.000,00 pois a amostra era pequena e eu já poderia comprovar uma bolha pelo simples desconto de R$ 2.320,00 reais no metro quadrado em pouquíssimos meses.

    Mas prefiro, comprovar por A+B a existência.

    Conforme, constatamos o imóvel que no ano 2000 era comprado por R$ 100.000,00 e hoje é vendido por R$ 1.000.000,00 é um imóvel de 130 m² de área útil.

    Na prática é um imóvel maior, pois o imóvel de 10 anos, possui um valor m² menor que o de um lançamento, mesmo assim, faremos um calculo favorecendo os “players” do mercado.

    O valor da venda do m² em 2000 foi de R$ 769,23 reais ou 1,60 CUB da época, a tendência é que era menos que isso. Mas o melhor será usar os cálculos a favor da construtora, para não deixar dúvidas sobre uma distorção no mercado.

    Se este mesmo imóvel é vendido por R$ 1.000.000,00 o m² esta em R$ 7.692,30 ou 5,88 CUBs. O que dá um desvio de valor de 3,675x ao que era cobrado.

    Agora, bateremos em cada item dos defensores que o mercado é sustentável ainda.

    • O aumento da Renda Brasileira.

    http://www.atlasbrasil.org.br/2013/pt/perfil_print/balneario-camboriu_sc

    Notamos que de 1991 ao ano 2010, a Renda Per Capita, passou de R$ 791,69 em 1991, para R$ 1.563,49 em 2000 e por fim R$ 1.625,59 em 2010. A renda aumentou, muito menos que o crescimento do valor do CUB da cidade, com uma clara distorção mais de 10x no aumento da renda e do m².

    • Déficit habitacional,

    Não há déficit algum no mercado de luxo, na verdade quem compra imóvel nesta localidade, geralmente esta comprando seu segundo, terceiro imóvel.

    • O imóvel nunca baixa,

    Talvez até fosse, uma forma de manutenção do seu patrimônio, comprar imóveis, pois como vimos o valor do CUB aumenta com o tempo. Mas, isso é valido para imóveis que seu valor esta atrelado ao CUB, como vimos o m² esta em 5,8 CUB, então não existe como manter algo que se esta pagando 5,8x mais do que vale.

    Comprando bem, próximo ao 1CUB, o imóvel pode ser considerado como forma de manutenção do patrimônio, mas exceto em mercados distorcidos como foi no passado, não é forma de investimento para o comprador final.

    Para o construtor as variáveis são diferentes e é um investimento. Muito bom por sinal, se conseguir vender.

    No caso atual, o imóvel tende sim a baixar, buscando os preços históricos em relação aos seus custos. Conforme o que aconteceu em todas as bolhas da história.

    No gráfico veremos que em momentos de Pânico, o que sempre ocorre em qualquer mercado, os valores ficam menores que o preço de referencia.

    http://www.bolhaimobiliaria.com/2011/03/04/bolha-em-graficos/

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    Por fim, demonstraremos o absurdo da declaração o Ex-dono de construtora,

    http://www.imovelweb.com.br/venda/sc/balneario-camboriu/imovel/barra-sul-1001354249

    O imóvel mais caro da cidade, esta para vender por R$ 16.000.000,00 e possuí 740 m². Valor do m² R$ 21.621,62, com o CUB atual em R$ 1.400,00. Teremos esse imóvel esta sendo vendido por 15,4 CUBs, quase 10x o valor histórico. Claramente, valendo em termos históricos, 10% do valor atual. Sendo assim, quem tinha dúvidas de que se haverá ou não quedas de 90% quando estourar a bolha no Brasil, estou demonstrando um exemplo.

    Mas a declaração do Construtor remete a valorização em poucos anos de 500%, 1000%. Um calculo em relação ao Fundo de Investimento Imobiliário, Floripa Shopping que possui uma fração ideal de 38% do empreendimento “FLORIANÓPOLIS SHOPPING CENTER” com área construída total de 75.127,36 m2.

    O fundo possuí, e as cotas desse fundo chegaram a ser vendidas por R$ 433,00. ou seja, o valor de mercado desse fundo inteiro valia R$ 20.784.000 enquanto esse apartamento R$ 16.000.000.

    https://www.mzweb.com.br/btgpactualfundos/web/arquivos/1Semestrede201010.pdf

    Quem acredita na valorização imobiliária do mercado atual, irá comprar por R$ 16.000.000,00 para vender em 10 anos por R$ 160.000.000,00.

    Digamos que em 10 anos o Shopping valorizará 10% ao ano, chegando o fundo a valer R$ 53.908,34 ao final de 10 anos o Shopping todo valerá R$ 141.863.157,89. Ou seja, baita negócio, comprou um ape com 740m² que só gera despesas e no final de 10 anos trocou por um Shopping com 75.127,36 m² que possui diversos locatários e renda garantida..

    É o mais provável do que acontecerá com esse  “Investidor”não acham? Por óbvio, “ La vivienda nunca baja”

    Conclusão

    Em Balneário Camboriu- SC, estamos vivenciando uma Bolha Imobiliária em que os imóveis estão sendo vendidos por no mínimo 3,675x o preço que poderiam valer, isto sendo otimista, pois estou levando em conta que no Ano 2000 os preços estavam normais e sem ter levado em conta que o m² de um prédio com mais de 10 anos custa menos do que a média do m² local.  Neste cenário otimista, teremos uma queda de pelo menos 70% no valor real do imóvel.

    Sendo que em alguns casos como o demonstrado, os imóveis poderão perder até 90% em termos real do seu valor atual.

    E o mais importante, este Balneário não possui estrutura de abastecimento, tanto de Água como de Energia Elétrica e esta gerando grave poluição ambiental.

    Por fim, termino o trabalho com a Ultima noticia relacionada, e vamos esperar a bolha estourar…

    http://diariocatarinense.clicrbs.com.br/sc/economia/noticia/2014/07/disputa-entre-construtoras-muda-a-paisagem-de-balneario-camboriu-4545118.html

    Até o próximo post.