“Estudo” afirma que não há bolha imobiliária: estão olhando para onde?
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“Estudo” afirma que não há bolha imobiliária: estão olhando para onde?

14 de abril de 2014

 

Post mais recente sobre a bolha imobiliária no Brasil: http://defendaseudinheiro.com.br/a-bolha-imobiliaria-no-brasil-e-a-economia

“Estudo” afirma que não há bolha imobiliária: estão olhando para onde?

Como sabemos, o núcleo Real Estate da Poli/USP é 100% composto por executivos da construção civil. Aqui, um dos professores deste núcleo, defende a “tese” de que não temos bolha imobiliária, apresentando alguns motivos.

Coloco abaixo o link com o “artigo” e logo em seguida, divididos em duas partes, analogias e traduções para entendermos melhor o que este professor está dizendo, comparando com fatos comprováveis relacionados a bolha imobiliária no Brasil:

Link com “artigo”:
http://www.correio24horas.com.br/detalhe/noticia/estudo-defende-que-brasil-nao-vive-bolha-imobiliaria/

PARTE 1:

“Elaborado pelo professor João da Rocha Lima Jr., a pesquisa aponta que o mercado imobiliário viveu duas fases de alta. A primeira, que durou do segundo semestre de 2007 até o primeiro de 2011, tinha um caráter mais especulativo, porque os preços subiam acima da evolução dos custos. Desde então, o movimento desacelerou, mais condizente com o encarecimento dos custos, sobretudo dos terrenos.”

ANALOGIA:

O funcionário chega no superior imediato e diz: “chefe”, quero aumento de salário mensal porque a inflação está muito alta todo mês. O chefe concorda e dá aumento de imediato que passa a vigorar de forma automática e mensal com base na inflação.

TRADUÇÃO:

A vida não é assim…

Se o seu custo subiu demais em virtude de uma falsa demanda combinada com especulação elevada, que gerou SUPER-ESTOQUES, como no caso do segmento imobiliário, você terá que reduzir seu preço e seus custos, e vender mesmo que seja para ficar no prejuízo, no mínimo para pagar suas dívidas, do mesmo jeito que o funcionário do exemplo acima precisa controlar suas despesas e não pedir aumento mensal e automático para o “chefe” porque a inflação é alta…

Fatos: queda de preços de 30% em Brasília na entrega de imóveis novos e de 35,5% para lançamentos, na comparação de 2.012 com 2013, descontos de até R$ 400 mil no Espirito Santo e de até R$ 80 mil em Salvador, promoções em Curitiba com descontos que variam de 30% até 35% por vários meses, com super-estoques permanecendo inalterados, promoções intermináveis com “descontos” de até 40% (ver Even Day), etc. Link que contém endereços com comprovação de tudo que consta aqui e muito mais casos similares: www.defendaseudinheiro.com.br/mitos-e-verdades-da-bolha-imobiliaria-parte-i.

Vejam ainda, trabalho sobre prejuízo na compra de imóveis, por investidores que adquiriram na planta e no ato da entrega, viram imóveis sendo vendidos mais baratos por construtoras, que precisavam reduzir preços para se desfazerem dos super-estoques e sobreviverem (depoimentos do ReclameAqui): www.defendaseudinheiro.com.br/comprar-imovel-em-tempos-de-bolha-imobiliaria.

Só se fosse um monopólio ou cartel, seria do jeito que consta no artigo, com os custos OBRIGANDO as pessoas a aceitarem os aumentos de preços, será que o professor quis dizer que este é o modelo para o segmento imobiliário? Se tentaram fazer um cartel, pelo jeito não deu certo, é só ver a quantidade de fatos acima…

PARTE 2:

“Mesmo assim, não há nada que nos diga que o mercado, do ponto de vista da demanda, piorou em relação ao ano passado. ”

ANALOGIA:

Você vê um elefante entrando em uma loja de cristais, mas nada indica que teremos problemas.

TRADUÇÃO:

Vendas de imóveis novos caíram 50% em Fev/14 na comparação com Fev/13 em São Paulo (fonte: SECOVI SP).  Lembrando que São Paulo é a principal cidade quanto a vendas no Brasil.

Em Belo Horizonte, a queda nas vendas de imóveis novos foi superior a 70% na comparação de Fev/14 com mesmo mês dos 2 anos anteriores (Fonte: IPEAD/UFMG).

Voltando a São Paulo, as vendas de imóveis usados em Jan/14 ficaram em segundo lugar entre as piores vendas desde 2.008, sendo que também tivemos queda nos preços (fonte: CRECI SP).

DETALHE: Carnaval em 2.014 foi em Março, em 2.013 foi em Fevereiro, significa que agora em 2.014, tivemos mais dias úteis para vendas que no ano passado, ou seja, o resultado é ainda pior que os números que constam acima para vendas de novos em São Paulo e Belo Horizonte…

Endereços que contém a comprovação do que consta acima e mais análises:

Bolha imobiliária SP – usados: queda de vendas e preços em Jan/14

Bolha imobiliária BH: vendas de imóveis novos caem mais de 70% em Fevereiro

Bolha Imobiliária SP: vendas de imóveis novos caem 50% em Fevereiro

Sugiro olhar na direção da loja, para saber se o elefante vai entrar, se ficar o tempo inteiro olhando para o lado contrário, com medo do que está acontecendo, não vai ver mesmo…

Até o próximo post!

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