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Ganhar dinheiro no YouTube não é simples, mas existem algumas receitas que funcionam melhor do que outras, de acordo com o Google. A gigante de tecnologia realizou ontem a terceira edição brasileira do evento YouTube Brandcast, que analisa o panorama da plataforma de vídeo do ponto de vista dos produtores de conteúdo e dos anunciantes.
Nessa edição do evento, comemorou-se o fato de que Whindersson Nunes, YouTuber comediante, foi considerado a pessoa mais influente do Brasil na faixa os 14 a 34 anos. Outros 4 YouTubers aparecem na lista de 10 personalidades – como Rodrigo Faro, Lázaro Ramos, Taís Araújo e Juliana Paes.
A empresa apresentou, ainda, alguns dados de sua pesquisa mais recente sobre consumo de vídeo no Brasil, a Video Viewers, que está na quarta edição. Os dados mostraram que, em 2017, alguns grupos de consumidores já assistem a mais tempo de vídeo na internet do que na televisão.
Espectadores que veem até 20 horas semanais em vídeo usam o meio digital para 13,4 dessas horas. Esse grupo corresponde a 56% dos entrevistados do Google. No geral, os consumidores de vídeo no Brasil assistem a 22,6 horas no formato tradicional e a 15,4 horas na internet.
De acordo com o Google, o YouTube é reconhecido como substituto da TV aberta por 63% da população conectada à internet. Isso gera grande potencial para que produtores de conteúdo na plataforma agreguem um público fiel – e, consequentemente, gerador de receita.
O alcance é potencializado pelo fato de os espectadores serem mais atentos ao conteúdo visto no YouTube. Brasileiros são a segunda população do mundo em tempo de visualização dos vídeos, o que significa que a desistência é baixa. Nesse sentido, 86% dos usuários do YouTube acreditam que a plataforma é o local onde encontram mais conteúdo que amam.
Como fazer sucesso
Considerando esses dados, é possível dizer que a identificação (conteúdo “amado”) é um dos fatores essenciais para conseguir um público cativo dentro da plataforma. De acordo com Maria Helena Marinho, diretora de insights e pesquisas do Google Brasil, a “quebra da quarta parede” é um dos fatores essenciais para atração do público.
“Interação é chave”, disse a porta-voz, no evento do Brandcast. Permitir que usuários sugiram o tema dos próximos vídeos, ler comentários, conversar e demonstrar que o espectador faz parte da produção daqueles vídeos é essencial para atrair fidelidade, garante.
Concomitantemente, refletir a imagem desse público facilita ainda mais essa aproximação. “O usuário é plural, o YouTube atinge todos os tipos de pessoas”, diz Maria Helena. Nos últimos anos, a empresa percebeu que a auto-identificação é outro fator que ajuda nessa quebra da quarta parede: 7 em cada 10 brasileiros dizem que a plataforma de vídeo é o lugar em que todos têm voz.
Essa auto-identificação, boa parte das vezes, passa pela publicação da vida privada. “Ele mostram quando eles acordam, falam dos problemas do dia a dia, se abrem”, exemplifica a executiva. Isso é o que diferencia o YouTube das plataformas tradicionais de vídeo e, para o Google, é o que cria o apelo das novas mídias.
Além da proximidade, o público busca também por contexto. Quando busca conteúdo sob demanda, o usuário, por mais que se interesse por múltiplos assuntos, quer consumir um tema por vez. Por isso que os canais de sucesso são, em sua maioria, temático: games, educação, esporte, comédia, moda, beleza, entre outros. A chave é manter uma frequência de vídeos e não perder de vista o tema de preferência do público.
E os anunciantes?
Só ganha dinheiro o YouTuber selecionado pelo algoritmo da plataforma a receber os anúncios que aparecem antes ou durante as transmissões; ou aquele que consegue contratos para a produção de conteúdo patrocinado e product placement. Mas como as marcas podem otimizar suas vendas na plataforma de vídeo.
De acordo com estudos da Nielsen citados pelo Google durante o Brandcast, o YouTube entrega retorno sobre investimento (ROI) maior do que a televisão aberta em 100% dos casos. O motivo para isso é a segmentação – anunciantes de internet usam a inteligência dos dados pessoais para entregar a propaganda apenas aos consumidores potencialmente mais interessados.
Mas não basta usar os dados demográficos e preferências de interesse sem saber segmentar o público. “É necessário pensar no usuário”, diz Nathalia Iervolino, diretora de soluções de marca da empresa.
Cada cliente em potencial possui múltiplos interesses. Por isso, o anunciante tem mais chances de obter sucesso na venda de seu produto ou serviço se conseguir identificar temáticas diferentes para aplicar sua propaganda. Isso inclui anunciar em todos os momentos do que ela chama de “janela de consumo” – antes de conhecer o produto, após ter um primeiro contato e quando já existe intenção de compra.
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Até o próximo post.