Os investidores só devem considerar investir em moedas digitais como o bitcoin se estiverem preparados para perder tudo, disse a BlackRock – maior gestora de ativos do mundo, com US$ 6,28 trilhões em ativos sob gestão – em seu relatório semanal nesta segunda-feira (26).
“Nós percebemos que as criptomoedas devem se tornar potencialmente mais utilizadas no futuro à medida que os mercados amadurecem. No entanto, acreditamos que elas só deveriam ser consideradas [investimento] por aqueles que têm estômago para aguentar as potenciais perdas”, disse o estrategista-chefe de investimento da BlackRock, Richard Turnill.
Ele ressaltou no documento a alta volatilidade das criptomoedas, mercados fragmentados e a falta de regulação como fatores de grande risco. “Nós não vemos isso se tornando parte das principais carteiras de investimentos em breve”, disse ele, acrescentando que sua volatilidade faz com que a turbulência no mercado de ações dos EUA durante a crise financeira pareça “quase plácida”.
Além disso, ele destaca que as moedas digitais não conseguem proteger os investidores de quedas acentuadas nas ações. Turnill diz que as criptomoedas precisam superar desafios significativos para ganhar um maior apelo.
Ele observou que a tecnologia blockchain exigiria uma “mudança maciça” no desenvolvimento de software para ter ampla adoção. Os reguladores provavelmente teriam que desempenhar um papel importante nessa mudança, disse Turnill. Ele espera que um quadro regulamentar global sobre criptomoedas apareça, ganhando força a partir das reuniões do G20 para março.
fonte de consulta: infomoney.com.br/mercados/bitcoin/noticia/7288437/bitcoin-para-quem-tem-estomago-para-perder-tudo-diz-maior
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27 FEV, 2018 10H10
Homem que se diz criador do Bitcoin é processado em US$ 5 bilhões por roubar criptomoedas
Na ação judicial, o executivo é acusado de planejar enganar o especialista em segurança Dave Kleiman em caso envolvendo mais de um milhão de bitcoins
O empresário australiano Craig Wright ficou famoso nos últimos anos por se autoproclamar o fundador do Bitcoin, mas nunca ter conseguido provar isso. Agora, ele está sendo processado em US$ 5 bilhões acusado de participar de um esquema para roubar criptomoedas e outros ativos de um antigo parceiro de negócios.
Em 2016, Wright disse ser Satoshi Nakamoto, o pseudônimo a quem é atribuída a criação da primeira e maior criptomoeda do mundo. Na ação judicial, arquivada no início deste mês em um tribunal da Flórida, o executivo é acusado de planejar enganar o especialista em segurança de TI, Dave Kleiman, em caso envolvendo mais de um milhão de bitcoins.
A denúncia afirma que Wright aproveitou e “forjou uma série de contratos que pretendiam transferir ativos da Dave para Craig e/ou empresas controladas por ele. Craig retrocedeu esses contratos e forjou a assinatura de Dave neles”.
Wright afirmou que Dave havia cancelado o direito a qualquer riqueza resultante ou propriedade intelectual em troca de uma participação não controladora e não operacional em uma empresa australiana. De acordo com o requerente, Wright estimou que a ação valia “milhões”, e informou Ira Kleiman (irmão de Dave) que ele poderia vender a parcela em nome da propriedade em poucos meses.
A declaração diz que não é “claro” se Wright, Kleiman ou os dois juntos foram responsáveis ??pela criação do Bitcoin, mas o documento acrescenta que é “inegável” que a dupla estava envolvido na criptomoeda “desde o início”, e que eles adquiriram um “vasto” número de bitcoins entre 2009 e 2013.
infomoney.com.br/mercados/bitcoin/noticia/7288519/homem-que-diz-criador-bitcoin-processado-bilhoes-por-roubar-criptomoedas
26 FEV, 2018 19H29
Criptomoedas dificultam ainda mais divórcios complicados
As moedas virtuais, como o bitcoin e o ethereum, representam um novo desafio para os advogados britânicos, por sua volatilidade e seu sigilo
Os divórcios são complicados, e as criptomoedas estão ajudando a complicá-los ainda mais.
As moedas virtuais, como o bitcoin e o ethereum, representam um novo desafio para os advogados britânicos, por sua volatilidade e seu sigilo, e prolongam o processo já doloroso de dividir os ativos de um casal.
A popularização do bitcoin – e, pelo menos durante um tempo, sua valorização – implica que mais separações envolvem a moeda, que é difícil de rastrear e de cotar. Embora as partes tenham a obrigação de divulgar todos os seus ativos em um divórcio, por seu caráter anônimo, as criptomoedas podem se tornar um refúgio seguro para cônjuges que desejam ocultar dinheiro de um parceiro beligerante.
“Em muitos divórcios, um cônjuge procura uma dinheirama que não existe. Mas, com as criptomoedas, é possível que ela exista”, disse Toby Yerburgh, diretor de direito de família na Collyer Bristow, em entrevista. Yerburgh disse que começou a receber casos em que os parceiros se preocupam com a ocultação de bitcoins desde que a moeda se tornou mais conhecida no ano passado.
Se uma das partes decidir não divulgar ou fornecer provas de suas posses, o processo de divórcio fica mais caro e consome mais tempo, e um dos parceiros poderia não obter sua parte justa dos ativos. Isso pode representar muito dinheiro no Reino Unido, país com reputação de ser mais compreensivo em casos de divórcios com muito em jogo, porque os juízes costumam dividir os ativos em metades iguais, dando o mesmo peso ao trabalho de um criador de riqueza e a um cônjuge.
Dificuldades
As criptomoedas cotadas em uma bolsa on-line ou compradas com fundos de uma conta bancária podem ser mais fáceis de rastrear e cotar. Mas se forem feitas transações fora da internet – por exemplo, se alguém transferir sua carteira digital a um pen drive –a situação se torna mais difícil. Neste caso, um especialista em ciência forense digital pode ser convocado para analisar o e-mail do cônjuge a fim de determinar quais transações foram realizadas. Trata-se de um processo lento que pode custar milhares de libras esterlinas – às vezes, mais que o valor da própria moeda.
As criptomoedas também apresentam o problema da cotação. Em dezembro, o bitcoin atingiu um pico de quase US$ 20.000 e, menos de dois meses depois, tinha caído para cerca de US$ 6.000. Essa volatilidade dificulta a determinação do valor, sendo que o preço pode oscilar muito durante um processo de divórcio.
“Os tribunais enfrentam um desafio, mas não têm poder para lidar com ele”, disse Vandana Chitroda, sócia da Royds Withy King, em entrevista. “O tribunal pode emitir uma medida liminar válida para o mundo inteiro, mas ela não serve de nada se não houver uma autoridade centralizada para executá-la.”
infomoney.com.br/mercados/noticia/7287412/criptomoedas-dificultam-ainda-mais-divorcios-complicados