Grau de investimento menor: o que fazer?
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Grau de investimento menor: o que fazer?

11 de setembro de 2015

Olá leitores!

Primeiramente queria agradecer ao blog Defenda seu Dinheiro pela oportunidade de escrever aqui. Quanto mais pessoas ajudarem através da educação financeira, melhor.

seta_grau_investimento

Vamos comentar uma notícia bem recente e que pode mudar a visão que as pessoas tem do Brasil.
Em setembro de 2015 recebemos a notícia de que o Brasil teve sua nota de classificação rebaixada, devido a turbulências na gestão político-econômica do país. Entretanto, muitos podem estar na dúvida sobre o que isso significa e se há algo que possa ser feito.
Primeiramente vamos abordar:

  1. Sua definição
  2. Agências de Risco
  3. A Nota e o Histórico no Brasil
  4. As Agências são Confiáveis?
  5. O que fazer?

1) DEFINIÇÃO DE GRAU DE INVESTIMENTO

O grau de investimento é uma nota concedida pelas agências de risco do Brasil e do mundo, que indicam sua capacidade de pagamento de dívidas perante a investidores internacionais.
Seria uma espécie de recomendação que vai de bom pagador até o caloteiro. Tem se tornado um tipo de norte para os investidores e instituições financeiras quando é decidido onde colocar o dinheiro e qual a taxa de juros estabelecida.
Desta forma, quanto mais seguro um país ou uma empresa for considerado por uma agência, mais dinheiro recebe a custos menores.
Entre os diversos indicadores, são abordados as reservas internacionais, a solidez da economia, a estabilidade ou instabilidade política, liberdade de imprensa, distribuição de renda, entre outros fatores.
Sua nota, chamada de rating é calculada, como pode ser visto na tabela abaixo.
rating

2) AS AGÊNCIAS DE RISCO

ag_risco

Conforte já foi mencionado em um post e no meu livro digital sobre o CDB (clique aqui e aqui), as agências de risco são instituições que qualificam determinados produtos financeiros (tanto de empresas, como de governos ou países),e atribuem notas e os classificam de acordo com o espectro relacionado a seu histórico de pagador.
Podemos citar as maiores e mais conhecidas no mundo todo, que são:

  1. Standard & Poor´s
  2. Moody´s
  3. Fitch

Tanto grandes quanto pequenos investidores utilizam essas agências como forma de avaliar certos investimentos e se valem ou não a pena de acordo com seu aval.
Em tempos de crises, o grau de investimento geralmente tende a abaixar e sua confiança tende a diminuir, o que faz com que investidores não coloque seu dinheiro em um determinado país.

Geralmente bancos maiores possuem nota de risco mais alta, ou seja, são estáveis e apresentam maior garantia de solvência e credibilidade perante aos investidores nacionais e internacionais
Entretanto, devido a sua solidez, suas taxas de juros não serão tão vantajosas, afinal quanto menor o risco menor o retorno.
 Em contra-partida os bancos menos expressivos cujo risco de quebra é mais elevado (ou sua nota de risco é mais baixa) ofertarão taxas maiores como forma de compensas a sua falta de estabilidade.
Até que ponto você trocaria segurança por mais retornos?
Creio que essa seja uma pergunta bastante individual e cuja resposta vai depender do quão informado você está a respeito de cada banco em questão

3) A NOTA E O HISTÓRICO DO BRASIL

histórico
Observando a imagem acima vemos, que não há uma estabilidade nas notas. O país dificilmente teve uma política de contas bem definidas e uma economia sólida.
A constante burocracia aliada e sempre intervenção estatal, torna qualquer tipo de criação de riqueza insustentável.
Você leitor, já tentou abrir uma empresa aqui no Brasil?
Então você sabe muito bem do que estou falando.
Para piorar, os impostos sempre aumentam como uma forma de arrecadação, prejudicando o seu bolso cada vez mais.
Recentemente a nota do Brasil que era BBB- caiu para BB+, o que significa que algumas mudanças são necessárias. Não me surpreenderia se cobrassem do brasileiro com mais impostos.
Em um dos meus posts sobre a manifestação ocorrida mais cedo neste ano, uma das suas reinvindicações seria a redução de gastos públicos, bonitamente chamando de austeridade.
Em outras palavras, seria como reduzir as contas para que caibam dentro do seu orçamento.
Para quem é pai de família, isso acaba sendo bem compreensivo. Como você pode ter uma vida tranquila se está passando por apertos o tempo todo?
Os problemas enfrentados pelo país possuem origens políticas, que usam e abusam do dinheiro público para sustentam investimentos duvidosos e populistas, principalmente quando em épocas de eleições.
Novamente, pagaremos com o nosso dinheiro a festa irresponsável dos nossos representantes.

4) ELAS SÃO CONFIÁVEIS?

confiavel
A polêmica  em torno das agências de classificação de risco está no fato de os seus clientes que também são responsáveis pelo seu faturamento serem os bancos e outras empresas.
Para que sua nota seja avaliada é necessário que você pague a instituição. Dependendo do critério de quem paga, a classificação pode manter-se em sigilo, geralmente quando a nota fique aquém das espectativas
Se for do interesse das requisitantes que a nota venha a público, é necessário uma autorização formal. Todavia, essa nota pode subir (upgrade) ou descer (downgrade)
 Para que a classificação se torne pública, a empresa contratante deve autorizar formalmente a publicação.
Não vamos esquecer também que elas foram co-responsáveis pela crise americana de 2008. Para quem perdeu a explicação completa, vamos resumir dizendo que o que ocorreu nos EUA foram um quebra sistêmica onde vários bancos americanos e mundiais quebraram devido a ativos cujo lastro estava em hipotecas.
Seria como você, sendo um inquilino, pagasse o aluguel para o banco e o detetor do título hipotecário ganhasse uma rentabilidade em cima desse valor.
As crise, oriunda dos títulos, tiveram incentivo das agências de risco, que deram nota máxima aos mesmos.
E olha o que aconteceu com essas mesmas agências esse ano.
punição
Volto a minha pergunta anterior!
Elas são confiáveis?
Acredito que devemos buscar todas as informações, desde as mais óbvias até as mais absurdas aos olhos nus. Devemos sempre buscar fontes alternativas e não oficiais para desenvolvermos uma opinião mais aguçada.
O que devemos fazendo então?

5) O QUE FAZER?

passos
Choices Dilemma
Acredito que essa seja uma dúvida bastante comum, dado que a confiança no Brasil irá cair perante aos outros países do mundo. Entretanto, para o público leigo e que está começando a investir, só existem 3 tipos de preocupações.
  1. Trabalhar
  2. Gastar menos do que ganha
  3. Estudar sobre os investimentos
Você pode estar se perguntando….
“Mas isso eu já faço!”
Exatamente, nada muda para você leitor. Procure se preocupar com aquilo que está ao seu alcance e que você tenha total controle.
Problemas político-econômicos não podem ser resolvidos por nós, então a única solução que podemos encontrar sempre foi a mesma: reduzir nossos gastos e deslumbrar uma vida de independência financeira, que é o propósito deste blog.
Notícias como acima mais atrapalham do que ajudam, apesar de sua boa intenção informática. Temos a impressão que precisamos tomar alguma atitude agora antes que seja tarde demais.
Não se preocupe leitor e continue o que está fazendo e mantenha-se fiel a sua estratégia independentemente das matérias veiculadas na mídia. Normalmente elas possuem uma carga de terrorismo e medo, o que nada ajuda.
Diminuia seus gastos supérfluos, trabalhe e busque informações de qualidade sobre o que fazer quando tiver uma boa quantia em mãos. Não tem nota de risco que possa medir o seu grau de disciplina e determinação.
Você, leitor, é a único com quem tem que se preocupar!
Espero que tenha gostado.
Não esqueça de comentar aqui no post dizendo o que você acha desse rebaixamento e o que influencia diretamente na sua vida.
Abraços e bons investimentos.
assinatura

http://www.odinheirista.com.br

Até o próximo post.

1 Comment

  • Reply Vilmar 11 de setembro de 2015 at 15:07

    14h53- Ricardo Bomfim
    Mais uma vítima: BM&FBovespa é rebaixada de BBB para BBB- pela S&P
    Bolsa brasileira é mais uma empresa a entrar na mira da agência de classificação de risco

    SÃO PAULO – A BM&FBovespa (BVMF3) tornou-se mais uma empresa a ser atingida pela onda de rebaixamentos da agência de classificação de risco, Standard & Poor’s. O rating da Bolsa brasileira foi cortado de “BBB” para “BBB-“, ainda acima do grau de investimento. No entanto, o “outlook” (perspectiva) para a nota de crédito da empresa foi colocado em negativo.

    Na noite de quarta-feira (9), a S&P rebaixou o rating soberano dos títulos da dívida brasileira de “BBB-” para “BB+”, abaixo do grau de investimento. Depois da decisão, a agência passou a revisar as notas de diversas empresas do País.

    Além da Bovespa, outras 45 empresas já haviam tido suas notas revisadas para baixo. Veja a lista:

    Bancos

    – Itaú Unibanco*

    – Bradesco*

    – Banco do Brasil*

    – Caixa Econômica

    – BNDES

    – Citibank

    – Banco Votorantim

    – Banco do Nordeste

    – HSBC Brasil

    – Banco ABC Brasil

    – Banco Santander Brasil

    – BNP Paribas

    – BTG Pactual

    *todos cortados de “BBB-” para “BB+”, com perspectiva negativa, entrando na categoria “junk”, sem grau de investimento.

    Entidades com rating rebaixado para BB+ na escala global e brAA+ em escala nacional e perspectiva negativa:

    – Companhia de Gás de São Paulo – Comgás

    – Companhia Energética do Ceara – Coelce

    – Elektro Eletricidade e Serviços

    – ***Eletrobras

    – Transmissora Aliança de Energia Eletrica (TAESA)

    – Neoenergia

    – Companhia de Eletricidade do Estado da Bahia (COELBA)

    – Companhia Energética do Rio Grande do Norte (COSERN)

    – Companhia Energética de Pernambuco (CELPE)

    – ***Itaipu Binacional

    – Atlantia Bertin Concessões (AB Concessões)

    – Rodovia das Colinas

    – Triângulo do Sol Auto-Estradas

    – Arteris

    – Autopista Planalto Sul

    – CCR

    – Autoban – Concessionária do Sistema Anhanguera Bandeirantes

    – Concessionária da Rodovia Presidente Dutra

    – Rodonorte Concessionária de Rodovias Integradas

    – Ecorodovias Concessões e Serviços

    – Concessionária Ecovias dos Imigrantes

    – Santos Brasil Participações

    ***ratings em escala global rebaixados para BBB-/escala nacional mantiveram-se em brAAA; perspectiva negativa

    A agência também rebaixou o rating em escala global das empresas listadas abaixo em um ponto, com perspectiva negativa, e afirmou os ratings brAAA em escala nacional de todas elas. A perspectiva em escala nacional do Grupo Votorantim, Ultrapar e Multiplan é negativa, enquanto a perspectiva das demais se mantém estável.

    – AmBev

    – Globo Comunicação e Participações

    – Multiplan Empreendimentos Imobiliários

    – Ultrapar Participações

    – Votorantim Participações

    – Votorantim Industrial

    – Votorantim Cimentos

    As empresas listadas abaixo foram colocadas sob avaliação para possível rebaixamento com implicações negativas:

    – Braskem

    – Klabin

    – Odebrecht Engenharia e Construção

    – Baesa

    – Duke Energia International Geração Paranapanema

    – Tractebel Energia

    A agência afirmou os ratings das seguintes empresas sem alteração de perspectiva:

    – Ache Laboratórios Farmacêuticos

    – BRF

    – Embraer

    – Fibria Celulose

    – Gerdau

    – Natura Cosméticos

    – Telefonica Brasil

    – Vale

    – Vale Canada

    A S&P afirmou o rating em escala global das empresas listadas abaixo e revisou a perspectiva das companhias para negativa. A perspectiva em escala nacional das empresas também foi revisada para negativa, exceto da Raizen, que se mantém estável:

    – Raizen

    – Localiza Rent a Car

    – Ampla Energia e Servicos

    – Cachoeira Paulista Transmissora de Energia

    – Norte Brasil Transmissora de Energia

    A agência rebaixou os ratings em escala nacional para brAA das seguintes empresas, com perspectiva negativa:

    – Companhia Energética de Minas Gerais

    – Cemig Distribuição

    – Cemig Geração e Transmissão

    – CPFL Energia

    – Companhia Paulista de Forca e Luz

    – Companhia Piratininga de Forca e Luz

    – Rio Grande Energia

    – Bandeirante Energia

    – Espírito Santo Centrais Elétricas

    m.infomoney.com.br/bmfbovespa/noticia/4280218/mais-uma-vitima-fbovespa-rebaixada-bbb-para-bbb-pela

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