Estrangeiro vê retorno compensar risco Brasil.
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Estrangeiro vê retorno compensar risco Brasil.

8 de abril de 2014

E parte do capital que está entrando no País, vai para o mercado imobiliário!

Estrangeiro vê retorno compensar risco no Brasil
26 de março de 2014 | 14h28
Fernando Dantas

A reação tranquila dos mercados ao rebaixamento do rating pela Standard&Poor’s, na visão de diversos analistas, deveu-se a uma combinação de fatores: a mudança da perspectiva do rating para estável, a percepção atual de que o processo de normalização monetária nos Estados Unidos será bem gradual e a visão de investidores estrangeiros de que o retorno dos títulos de renda fixa brasileiro tornou-se atraente, quando comparado aos riscos. Esta última percepção está ligada à aposta de que a política econômica no Brasil parou de piorar, e pode até melhorar um pouco.

“Os estrangeiros têm uma postura mais pragmática, e depois de assistirem a toda a reprecificação dos ativos brasileiros desde o ano passado, consideram que a relação risco/retornou ficou atrativa, isto é, que os riscos subiram mas os retornos subiram ainda mais”, diz Luiz Fernando Figueiredo, sócio fundador da Mauá Sekular Investimentos e ex-diretor do Banco Central (BC).

Figueiredo nota que há um fluxo líquido expressivo de recursos externos entrando no Brasil, de cerca de US$ 3 bilhões na última semana, segundo seus números.

“Isto não tem sido por causa da renda variável ou da conta corrente, o que há é um aumento de fluxo para títulos prefixados ou indexados à inflação”, acrescenta o economista.

No caso da bolsa, ele nota que a situação é mais complicada, por causa do ritmo baixo da economia, os problemas da Petrobrás com o controle do preço dos combustíveis, o problema da Vale com a queda do preço do minério de ferro e, pairando sobre tudo isso, a ameaça de danos mais sérios no setor elétrico e até mesmo de racionamento.

Ainda assim, Figueiredo nota que as empresas aumentaram seus programas de recompra de ações, sinalizando que veem suas ações como baratas. Nos Estados Unidos pós-crise, diz o diretor da Mauá Sekular, programas de recompra das empresas ajudaram o bom desempenho do S&P 500.

Um ponto frisado por diversos analistas é o fato de que, depois do rebaixamento, a S&P tenha mudado a perspectiva do rating soberano brasileiro de negativa para estável. Este era o cenário considerado mais provável, no momento do rebaixamento, mas, ainda assim, a sua confirmação gerou algum alívio. Não era 100% descartada a hipótese de que a perspectiva negativa pudesse ser mantida mesmo no novo nível mais baixo de rating. Isto acenaria com a possibilidade de uma perda do grau de investimento em prazo relativamente curto, e certamente teria consequências muito mais drásticas para os mercados.

Agora, de certa forma, a S&P deu tempo ao governo brasileiro para empreender mudanças de política econômica compatíveis com o calendário eleitoral. Assim, o simples cumprimento do que foi anunciado para este ano em termos fiscais – o superávit primário de 1,9% do PIB para o setor público consolidado – seria compatível com a estabilidade do rating BBB- ao longo de 2014. Mas o próximo passo, para estancar a queda da classificação e possivelmente preparar o terreno para o retorno ao movimento de melhora, teria necessariamente de incluir um ajuste mais duro da política econômica em 2015. Isto é algo que pode em teoria acontecer tanto com a vitória da presidente Dilma Rousseff quanto com a de algum dos candidatos de oposição.

Um gestor de recursos que já esteve no governo observa que também ajuda o Brasil neste momento o fato de que, em que pesem os muito problemas do País, outras importantes economias emergentes, como Rússia e Turquia, parecem bem piores, e melhoram o perfil brasileiro comparativamente.

Segundo Samuel Pessôa, sócio e economista-chefe da gestora Reliance, em São Paulo, “é possível que, com os últimos passos da política econômica no Brasil, o investidor externo esteja descartando cenários de deterioração muito drástica – apenas isto já poderia tornar atraente o investimento em renda fixa no Brasil”.

Fernando Dantas é jornalista da Broadcast

Até a próxima!

5 Comments

  • Reply Vilmar 9 de abril de 2014 at 22:03

    Olha como o Brasil é “atrativo”:


    09/04/2014 11h41 – Atualizado em 09/04/2014 16h01
    Comissão aprova CPI ampla para investigar Petrobras, metrô e porto
    Oposição prefere comissão de inquérito exclusiva para investigar Petrobras.
    Relatório pela CPI ampla pode ser votado ainda nesta quarta no plenário.

    http://g1.globo.com/politica/noticia/2014/04/comissao-aprova-cpi-ampla-para-investigar-petrobras-metro-e-porto.html

    Amanhã acho que pelo menos petrobras fogueta…

    Tomara, pq quem gosta de ganhar pouco é pobre…kkkkkk

    ae vai ser ladrão investigando ladrão, quem puder mais, chora menos ..
    esta política do brasil=lixo ahahahaahah

  • Reply Bob Carvalho 9 de abril de 2014 at 15:21

    Boa tarde Sr. Hudson,

    Não lhe conheço,e me estranha julgar meus comentários e tentar desqualificá-los como “factóides”. Eu estou no mercado imobiliário, trabalho nele, sei muito sobre o acontece. Veja esta notícia: “A Incorporadora Inncorp pretende lançar 200 hotéis econômicos no Brasil nos próximos 10 anos, com valor de vendas de 4,2 Bilhões, apostando no apetite por serviços de grandes redes hoteleiras em cidades carentes dessa oferta” ( Folha de S. Paulo ). Ah, trata-se de um grupo Norte-Americano. Você, com o outros que eu vi aqui, tem uma visão muito turva do Mercado Imobiliário. Investidor não coloca todos os ovos na mesma cesta. E Mercado Imobiliário tem investidores sim. Caso não tenha lido meus posts veja que eu mostrei que, todos os lançamentos das Grandes Imobiliárias de SP somam mais de 30 Bilhões. Quanto o Sr. acha que tem de Capital Estrangeiro aí?????
    Então, Sr. Hudson, sobre este mercado eu conheço, o Sr, precisa se informar melhor.

    Att

    • Reply Hudson 10 de abril de 2014 at 09:15

      Como eu disse, conhece o seu setor e desconhece o restante da economia. Aí vem em um site qualquer afirmar que o dinheiro que está sendo destinado majoritariamente para títulos públicos está sendo parte investido em imobiliário…

      Repito: o campeão de investimento de todo este dinheiro que entrou nos últimos dias tem ido em direção a títulos público, que estão imbatíveis. Você pegou uma notícia da entrada de dinheiro, junta com uma notícia de que uma empresa americana vai construir hotéis e diz que o dinheiro tá vindo pro IMOB. Tá bom, acredita quem quer. Quando você me mostrar a movimentação financeira dos últimos 15 dias com a grana dessa empresa entrando em algum pool de construção hoteleiro a gente conversa mais.

  • Reply Hudson 9 de abril de 2014 at 12:41

    Sua visão é completamente míope. O grosso dos capitais estrangeiros está entrando em títulos públicos. O investidor estrangeiro está ganhando na famosa trinca: bolsa, câmbio e juros. Dificilmente veremos outra oportunidade como esta nos próximos meses, talvez anos.

    Nenhum investidor estrangeiro está entrando no imobiliário, eles estão atrás de investimentos de liquidez, já que o movimento atual de entrada de capitais é de curto prazo.

    Sua tentativa de aproveitar um noticiário pra jogar um factoide qualquer do setor não funciona.

    Abraço.

    • Reply vilmar 9 de abril de 2014 at 13:07

      Tanto que a bolsa saiu de 44 mil pontos e foi até perto de 52 mil pontos em poucas semanas, agora a pouco tempo.
      Capital especulativo de curto prazo levou a bolsa para cima, claro, as sardas venderam no fundo, só para variar, rsrsrs.

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