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    6 pontos para entender como funciona a cotação do dólar

    26 de outubro de 2018

    Pontos para entender como funciona a cotação do dólar
    Entender as causas da oscilação da moeda é mais fácil do que você imagina

    Quem acompanha, ainda que pouco, as notícias do Brasil e do mundo, sabe que o dólar ora está com o preço lá em cima, ora com o preço lá embaixo.

    Mas, o que provoca essas oscilações da moeda? É sobre isso que trata este artigo. Se você quer entender um pouco mais sobre o assunto, continue lendo.

    1. Como funciona o mercado de câmbio

    Antes de mais nada é preciso entender o que a taxa de câmbio significa. Existe uma definição que diz “Câmbio é a referência em valor da moeda nacional com relação à moeda estrangeira”.

    Ou seja, quando a moeda estrangeira utilizada como referência, no caso o dólar, sobe, significa que a moeda nacional, o real, perdeu valor em relação ao dólar. E na situação inversa é a mesma coisa, quando a taxa do dólar cai, significa que o real ganhou valor em relação ao dólar.

    A taxa de câmbio é alterada diariamente de acordo com várias questões, incluindo a situação econômica de cada país. Exemplo disso é o período eleitoral. Aqui no Brasil é de praxe que durante as eleições o real ganhe e perca valor do dia para noite como resposta às pesquisas eleitorais.

    2. Dólar comercial

    Quando falamos em dólar é preciso primeiro explicar qual das duas cotações está sendo mencionada. São elas: dólar comercial e dólar turismo, classificadas de acordo com a natureza da operação em que estão envolvidas.

    O dólar comercial representa a cotação utilizada exclusivamente em operações na Bolsa de Valores e transações feitas no exterior entre empresas e pelo governo. Aqui a taxa tende a ser mais barata devido ao alto da valor das operações nas quais está envolvido.

    3. Dólar turismo

    É a cotação que rege as transações feitas em viagens no exterior, e também no pagamento da fatura do cartão de crédito utilizado para as comprinhas fora do país.

    Geralmente você pode escolher entre pagar com a cotação do dia da compra ou de acordo com a taxa de câmbio vigente na data de fechamento da fatura, basta verificar a possibilidade na operadora do seu cartão.

    Não pense que ao ver na TV que a cotação do dólar caiu e que por isso você vai economizar enquanto estiver tirando férias em Orlando. A cotação anunciada nos veículos de comunicação diz respeito ao dólar comercial, na maioria das vezes.

    Fique de olho antes de tirar conclusões precipitadas!

    4. O que provoca a queda do dólar?

    Em linhas gerais, quanto maior a disponibilidade do dólar no Brasil, ou seja, quanto maior a sua oferta por aqui, menor será a sua cotação. Para ilustrar isso, pense em uma loja de roupas.

    No inverno, a busca por biquínis e roupas de verão cai, certo? O estoque da loja fica com muita peça em estoque devido a baixa demanda. Ou seja, há muita disponibilidade e pouca procura, o que leva a queda no preço desses produtos.

    Com o dólar funciona basicamente da mesma forma. Quanto mais o Brasil exporta seus produtos para países estrangeiros, maior a entrada de dólares em território nacional, o que provoca a queda na demanda e na cotação da moeda em relação ao real.

    5. O que provoca o aumento do dólar?

    Em contrapartida, quando a circulação do dólar diminui no país, maior a demanda pela moeda. Quanto maior a demanda, maior será a sua taxa cambial em relação à moeda brasileira que, nesse caso, perde o seu valor.

    Ainda usando o exemplo da loja de roupas, a busca por casacos e blusas de frio aumenta no inverno, certo? Portanto, o estoque da loja tende a sofrer redução, diminuindo a disponibilidade. Ou seja, a oferta de casacos e blusas de frio na loja também cai, o que leva ao aumento de preço.

    Quanto maior o número de importações feitas pelo Brasil, maior também a demanda de dólares para pagar essas transações. Isso é chamado de déficit comercial e é uma das causas de aumento do dólar em relação ao real.

    6. Risco país

    Como o próprio termo sugere, o Risco País é um índice que classifica a estabilidade econômica das nações. Quanto mais instável um país está, maior o risco que esse Estado oferece a aqueles que investem dinheiro por lá. Isso, é claro, afasta investidores.

    O contrário funciona da mesma forma, quanto maior a estabilidade e solidez oferecida por determinado país, mais ele atrai investidores.

    Essas duas situações também são causa de aumento e diminuição do dólar. Pois, como dito, a oscilação da moeda acontece de acordo com a relação oferta e demanda. Portanto, quanto mais investidores apostando no país, maior a disponibilidade da moeda em território nacional.

    Do contrário, quanto maior o risco oferecido pelo país, menos dólar circulando no país e, com isso, mais alta a taxa de câmbio da moeda em relação ao real.

    A dica para você que tem interesse no assunto é: não deixe de comprar dólar durante a baixa, ainda que de forma fracionada. Gente que fica sempre a espera da cotação perfeita acaba perdendo boas oportunidades de fazer o dinheiro render.

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    Guest Post: Recuperação dos Estados Unidos e alta do dólar

    23 de outubro de 2014

    A recuperação dos Estados Unidos e a alta do dólar

    Esse mês recebemos a boa notícia de que a taxa de desemprego nos Estados Unidos caiu para 5,9%, sendo a menor desde o mês de julho de 2008 e antes da pior crise financeira por lá.

    Porém, o dólar subiu no mundo inteiro, inclusive no Brasil, pois o mercado está apostando que os juros americanos vão subir já no primeiro semestre do próximo ano. Devido ao fato de que os jutos são o preço do dinheiro, então se os juros sobem nos Estados Unidos, o valor do dólar só tende a aumentar.

    A taxa de juros americana ficou em um patamar que conhecemos bem, desde a crise de 2008, de forma desproporcional, ou seja, entre 0 e 0,25% ao ano. Isso quer dizer que as pessoas que compram um título americano perde para a inflação, pois esta gira em torno de 2% ao ano nos EUA.

    O Brasil ainda sofre com a inflação, o que se tornou um problema histórico chegando em 11% ao ano, então o Real acabou se valorizando nos últimos 10 anos e isso parece ser bom, pois o brasileiro consegue comprar mais produtos importados e viajar com mais frequência, inclusive para o exterior.

    A alta do dólar acaba por ser um problema bom ao nosso país, embora associamos isso aos problemas estruturais do país. Podemos dizer que a alta do dólar só é ruim para o combate a inflação, assim como para nossos planos de viagem com o dólar turismo, porém no geral esse movimento cambial acaba tornando nossos custos internos mais baixos, deixando o Brasil mais competitivo internacionalmente.

    Um exemplo disso é que cada vez mais brasileiros compram imóveis de alto padrão em Miami, por exemplo, além de outras cidades como Orlando, na Flórida. Mas agora com o crescimento dos Estados Unidos, isso se tornou algo excelente para o mundo todo, uma vez que esse país é o maior importador mundial, o que estimula o comércio no mundo inteiro.

    Taxa de juros real negativa nos Estados Unidos

    A taxa de juros descontada da inflação é vista como algo bizarro, mas seu fim está mais próximo. Assim como no início dos anos 2000 essa taxa de juros se tornou bizarra e mantê-la por muito tempo é perigoso.

    Já em 2002, também ano eleitoral, o dólar atingiu o entorno de R$ 4 devido ao chamado “risco-Lula”, mas com o contexto cambial dessa época o Brasil foi ajudado para voltar a crescer em 2004. Daí então foi baseado em exportações e com o efeito positivo que se alastrou por várias indústrias nacionais, possibilitou o crescimento que presenciamos nos anos de 2007 a 2010 que só não cresceu ainda mais por causa da crise dos Estados Unidos.

    Agora com a alta do dólar podemos ver, novamente, a recuperação americana e com isso os efeitos positivos. Com o dólar mais caro, a Bolsa poderá ser derrubada para um nível mais atraente e com sua recuperação futura, pode ser repetido algo que aconteceu nos anos 2000 que foi onde a Bolsa brasileira acabou por subir muito.

    Fique atento, afinal, no Brasil um dólar que está mais alto gera uma pressão inflacionária ainda maior e isso será um desafio devido aos desajustes fiscais do governo.

    No caso dos Estados Unidos, é muito importante que não aconteça algo semelhante, como o que aconteceu em 2004 a 2006 onde houve uma explosão irracional de muita euforia. Vamos torcer para que o mercado, o Fed e os cidadãos comuns de lá tenham aprendido a lição nessa época.

    Imagem: exame.abril.com.br

    Por Andreia Silveira, colaboradora do blog www.dolarturismo.net/ e http://www.financiamento.net/

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