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Qual o percentual de queda para caracterizar uma bolha imobiliária?

Afinal de contas, quanto tem que cair os preços do mercado imobiliário para caracterizar uma bolha imobiliária?
Nos EUA onde estourou uma crise imobiliária (subprime) na história recente houveram casos de imóveis sendo comprados pelo valor de até 10% do que valiam no topo da valorização.

E qual percentual de crédito imobiliário relativo ao PIB caracteriza uma bolha imobiliária?
Neste estudo do Ricardo Amorim tem uma resposta bem interessante para esta questão. Veja trecho abaixo:



Segundo, uma bolha imobiliária sempre se caracteriza por preços muito elevados em relação à capacidade de pagamento das pessoas. Considerando-se quantos anos de salários são necessários para comprar um imóvel de preço médio nas principais cidades do mundo, nenhuma cidade brasileira está hoje entre as 20 mais caras. Por outro lado, Brasília, Rio de Janeiro, Salvador e Balneário Camboriú estão entre as 100 mais caras. Entretanto, mesmo por esse parâmetro, Brasília, a mais cara do país, ainda é duas vezes e meia mais barata do que Rabat, no Marrocos, a mais cara do mundo.

O ar que infla qualquer bolha de investimento, imobiliária ou não, é sempre uma abundante oferta de crédito. Ela possibilita que investidores comprem algo que não poderiam apenas com suas rendas. Todas as bolhas imobiliárias que encontrei estouraram quando o total do crédito imobiliário superava 50% do PIB e, em alguns casos, passava de 130% do PIB. Nos EUA, em 2006, um ano antes dos preços começarem a cair, era de 79% do PIB. No Brasil, apesar de todo crescimento dos últimos anos, este número é hoje de 5% do PIB.



Fonte: http://ricamconsultoria.com.br/news/artigos/economia-sem-economes-ricardo-amorim-artigo-sobre-bolha-imobiliaria

No Brasil os preços começaram a cair, porém ainda pouco relativo ao que caiu nos EUA e o percentual do crédito imobiliário relativo ao PIB ainda é bem pequeno.
E como sabemos, desvalorização não é bolha. Diversos mercados tem desvalorização, não só o imobiliário.
O que parece ser mais provável pequenos ajustes de preços para baixo que são possíveis e até salutares e são eles os quais garantiriam que bolhas não estourem futuramente.
Por enquanto o Brasil ainda experimenta o pleno emprego e sem ter desemprego em massa, as pessoas continuam com capacidade para pagar suas dívidas.

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Existe bolha imobiliária … ou não?

Até o próximo post.

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