Bolha Imobiliária à brasileira, você acredita? Parte 2
Convidados, Geral

Bolha Imobiliária à brasileira, você acredita? Parte 2

5 de junho de 2013

Para facilitar acesso a texto específico, seguem links com resumo e logo depois a PARTE 2.

Parte 1: http://defendaseudinheiro.com.br/?p=1123 – visão geral sobre conceito de bolha imobiliária ;

Parte 2: http://defendaseudinheiro.com.br/?p=1335  Bolhas imobiliárias – EUA, Espanha e Flats

Parte 3: http://defendaseudinheiro.com.br/?p=1337 Mercado imobiliário Brasil – 2.007 a 2.010

Parte 4: http://defendaseudinheiro.com.br/?p=1339 Mercado Imobiliário Brasil – 2.011 a 2.013

Parte 5: http://defendaseudinheiro.com.br/?p=1378 Reflexões sobre preços de imóveis

Parte 6: http://defendaseudinheiro.com.br/?p=1394 Bolha imobiliária + protestos

Parte 7: http://defendaseudinheiro.com.br/?p=1448 Preço de imóveis, valorização futura

Parte 8: http://defendaseudinheiro.com.br/?p=1506 Vendas imóveis em SP no 1T2013

Parte 9: http://defendaseudinheiro.com.br/?p=1534 Infográfico mercado imobiliário brasileiro

Parte 10: http://defendaseudinheiro.com.br/?p=1640 Infográfico Economia VS mercado imobiliário brasileiro

Parte 11: http://defendaseudinheiro.com.br/?p=1707 Infográfico subprime brasileiro

Parte 12: http://defendaseudinheiro.com.br/?p=1829 Imóveis usados São Paulo & FIPE ZAP

Parte 13: http://defendaseudinheiro.com.br/?p=2247 Subprime brasileiro fase II

Parte 14: http://defendaseudinheiro.com.br/?p=2287 Especulação imobiliária em São Paulo

Nova série de trabalhos: http://defendaseudinheiro.com.br/?p=2366 Desenhando a bolha imobiliária brasileira

PARTE 2:

Além de termos as características destacadas no post anterior, visíveis em especial quanto a super-estoques de imóveis, outro ponto que merece destaque, é que cada bolha imobiliária tem seus mecanismos próprios para se desenvolver , gerar estímulos para envolvidos e explodir. A abrangência, intensidade e tempo de duração também diferem. Por que isto ocorre? Na realidade, este é um dos pré-requisitos para formação de uma bolha, em especial quando a mesma tem uma abrangência nacional, pois se o desenvolvimento desde o início for idêntico, encontrará fortíssima resistência e não poderá crescer, uma vez que todos sabem o quão danosa ela é. Além disto, cada bolha segue determinados padrões peculiares ao país onde foi criada, sua cultura, regime de governo e práticas de consumo, dentre outros pontos.

Apenas para termos uma referência inicial, vamos falar sobre Bolhas Imobiliárias dos EUA, Espanha e  também sobre uma bolha mais restrita que já ocorreu no Brasil 10 anos atrás,  como exemplos introdutórios ao assunto e para comparação em próximo post com cenário e expectativas do mercado imobiliário brasileiro neste momento. Tivemos e temos outras bolhas imobiliárias no Mundo, no entanto, para não termos texto ainda mais longo, limitarei comentários a estes casos.

EUA:  estímulo inicial foi queda forte nos juros reais (descontada a inflação) que ficaram negativos, como estratégia do Governo para recuperação da Economia após a “explosão” das empresas “.com” na bolsa de valores americana, o que levou investidores a optarem por imóveis (perda de confiança na bolsa foi intensa à época, outras aplicações financeiras com “rendimento” negativo em termos reais). A base para que a bolha pudesse crescer,  foram hipotecas, feitas mais de uma vez para o mesmo imóvel e proprietário, “em cascata” (uma sobre a outra), sem critérios adequados para avaliação de crédito e portanto gerando alto volume de crédito duvidoso (bancos estimulados a concederem hipotecas sem critério, por prêmios variáveis a executivos serem vinculados a montante de empréstimos concedidos). As pessoas que contraíam empréstimos em cascata sobre mesmo imóvel,  contavam com valores disponibilizados crescentes (empréstimo com base no preço do imóvel, que havia subido) e com isto, ampliavam seu consumo (devedores utilizavam dinheiro obtido das hipotecas para diversos itens de consumo no dia-a-dia). Este ciclo gerou crescimento mais relevante do PIB e dos empregos. O preço dos imóveis disparou, alcançando alta de mais de 100% em menos de 5 anos. Este foi um processo inflacionário, pois o Governo complementava os estímulos com elevada injeção de Capital na economia e sem medidas restritivas ao consumo, sendo que o crescimento no preço dos imóveis gerava reajustes nos custos para outras atividades, como por exemplo, locação de imóveis comerciais e estes custos adicionais por sua vez, eram repassados aos preços do comércio e serviços, além do próprio efeito inflacionário da explosão do consumo por crédito excessivamente farto. Os ganhos de produtividade não acompanhavam os aumentos em custos e no nível de emprego, sendo este outro agravante para inflação. Até o último momento, todos negavam a existência de uma bolha ou de algo anormal relacionado ao mercado imobiliário Americano, incluindo o FED, que fazia declarações públicas negando existência da bolha. O Governo americano tomou diversas medidas para tentar atrasar a explosão da bolha, para que ocorresse somente após eleições presidenciais de 2.008, mas a mesma ocorreu pouco antes disto e acabou sendo uma das principais causas para que um democrata fosse eleito após 20 anos de republicanos no poder. A explosão da bolha ocorreu quando juros começaram a aumentar como decisão do FED (BC Americano) para conter o efeito inflacionário, com isto, a inadimplência relacionada a hipotecas disparou, o número de imóveis tomados pelos bancos cresceu de forma relevante e o preço dos imóveis começou a cair, de forma mais abrangente e em níveis elevados. Estas ocorrências combinadas trouxeram um desemprego alto para o padrão do País, recessão e estes por suas vez, retroalimentaram os impactos negativos da explosão da bolha.  Devido a um mecanismo que permitia repassar estes empréstimos a outros bancos, o que ocorreu em cascata e envolvendo diversos Países, tivemos uma crise financeira global, que teve seu marco inicial com a quebra do Banco Lehman Brothers que não teve socorro pelo Governo Americano. Os preços dos imóveis nos EUA caíram em percentuais elevados, chegando em alguns casos a mais de 80% de queda. Não foi uma queda imediata e tampouco ocorreu de forma sincronizada ou com mesmos percentuais, em cada Unidade Federativa percebia-se uma intensidade e velocidade diferentes da outra. O processo todo, levou cerca de 7 anos, desde a sua gestação ao fim de 2.001 até a reconhecida explosão no segundo semestre de 2.008. Em um curto prazo após explosão da bolha, muitos americanos ficaram sem seus lares (passaram a utilizar veículos como moradia, ilegal no País, até conseguirem novo lar) e até hoje, percebemos os efeitos negativos desta crise em todo o mundo.

Espanha: estímulo inicial foi queda forte nos juros básicos da economia espanhola em função da entrada do País na zona do Euro, saindo de 11,5% de juros ao ano, para 3,5% ao ano. Isto combinado a fortíssimo aumento no fluxo de imigrantes para Espanha (4,2 milhões entre 1.996 e 2.007, muito mais pessoas procurando por lares), redução elevada no nível de desemprego, euforia quanto as expectativas de crescimento do País e expansão do número de imóveis para uso em férias e como investimento de maior retorno, não só por cidadãos espanhóis como também por pessoas de outros países da Europa. Ao longo do tempo,  Governo foi aumentando cada vez mais o prazo de financiamento, chegando a um limite de 40 anos, dentre outros estímulos. Os preços dos imóveis foram crescendo de forma rápida, acima de 10% ao ano, até alcançarem crescimento acumulado de 191% no período de 1.997 a 2.007. Estas foram as estimativas sobre os preços, embora parte do problema, fosse a falta de dados confiáveis a este respeito. A bolha estourou a partir do momento em que foram necessários aumentos nos juros pelo Banco Central Europeu e ficou clara a percepção para todos de que não haveria um milagre econômico ou fluxo contínuo de imigrantes que pudesse manter o crescimento da economia e dos empregos da mesma forma que vinha antes. O volume de inadimplência aumentou de maneira rápida e relevante, junto com o desemprego e a crise e as pessoas deixaram de acreditar em imóveis como investimentos. Os bancos tomaram os imóveis inadimplentes e já há alguns anos, vem mantendo estes imóveis como seu estoque e despejando para vendas aos poucos no mercado, para que quedas de preços não sejam abruptas, no entanto, desde então a queda de preços já chegou a mais de 32% e há fortes dúvidas quanto à solvência destes bancos no curto prazo. Enquanto isto, o volume de imóveis desocupados está na casa dos milhões (não há estimativa oficial). Praticamente todos os meses, nos últimos 3 anos pelo menos, os jornais espanhóis anunciam que é o melhor momento para se comprar imóveis, pois os preços chegaram ao “fundo do poço”, no entanto, as quedas de preços ainda não deixaram de acontecer. Todo o processo levou mais de 10 anos desde o seu início, ainda não pode ser considerado inteiramente finalizado e o impacto social no País foi enorme, embora o seu grau de contaminação para outros países tenha sido bem menor que no caso americano.

Brasil: destaco que a bolha brasileira que será utilizada aqui como exemplo, ocorreu 10 anos atrás e teve escala e segmento muito mais restritos que os casos mencionados acima, logo, trazendo impactos muito menores a economia como um todo. Na bolha dos flats no Brasil, que se finalizou em 2.003, tivemos incentivos iniciais trazidos por altos retornos na aquisição de flats (1,5% ao mês prometido por imobiliárias / corretores), combinados com um volume de usuários deste tipo de imóvel, na casa de 9 milhões / ano, que vinham se mostrando crescentes até então.  Graças a estes estímulos, a procura de flats como investimento disparou e com isto, o número de unidades construídas saltou de 7.000 para 35.000, no período de 1.998 a 2.003. O Governo brasileiro assistiu a este movimento de excessivo consumo de forma passiva, mesmo tendo percebido que era algo anormal, não tomou nenhuma ação para procurar conter este movimento especulativo. Em 1.998, comprava-se um flat com área útil de 25 M2 por R$ 70 mil, recebendo receita mensal de aproximadamente R$ 1 mil / mês, sem outros investimentos à época que pudessem oferecer rendimento sequer próximo a este. No topo dos preços, o mesmo flat de 25 M2 já era vendido a R$ 145.000,00, ou seja, uma variação de mais de 100% no preço em período de menos de 5 anos, muito acima de outros investimentos também. Muitos profissionais liberais e acionistas de pequenas empresas em especial, aderiram a esta modalidade de investimentos. A demanda esperada não aconteceu e com isto, caracterizada a super-oferta, o preço dos flats despencou e já em 2.005, podia se adquiri um flat de 50 M2 por R$ 50 mil, um pouco menos da metade do que era cobrado ao final da década de 90 e junto com a queda no preço do flat, veio a queda no retorno mensal, que em 2.005, despencou para percentual de 0,3% ao mês.  O preço cobrado dos usuários dos flats também caiu, neste caso, mais de 30% a partir da explosão desta bolha.

Quais os pontos em comum para todas as ocorrências acima? em todos os casos, tivemos forte incentivo a aquisição de imóveis trazida por uma combinação de promessas quanto a retornos superiores para imóveis e retornos muito baixos e decepcionantes quanto a outras opções como investimentos financeiros e bolsa. Junta-se a isto, a inação do Governo , que não tomou nenhuma ação no sentido de conter consumo que tinha característica inflacionária, mesmo na situação em que era mais restrita. Outros pontos em comum: tivemos subida muito elevada de preços dos imóveis em prazo muito curto e  geração de super-oferta, com sua consequente redução relevante de preços e demora para recuperação do segmento, estas últimas consequências, em  linha com definição sobre bolha imobiliária informada no post anterior.

Quais as principais diferenças entre todas as ocorrências acima? Tirando-se a motivação do investimento em imóveis prometer retorno bem superior a demais aplicações que foi comum para todas, as demais motivações para o início da bolha foram diferentes entre si: nos EUA, os Americanos eram estimulados a utilizar o dinheiro para aumentar seu consumo de forma desenfreada, gastando 100% do dinheiro recebido das hipotecas, já no caso da Espanha, eram estimulados a utilizar o dinheiro do financiamento para adquirir imóveis novos adicionais que iriam sempre valorizar no futuro e ainda oferecerem rendimentos crescentes em aluguéis quando desejado, enquanto no caso dos Flats no Brasil, embora mais similar à Espanha, se diferenciava por ser focada em empreendimento 100% comercial e não para uso eventual.

Temos ainda, alguns pontos em comum para as ocorrências dos EUA e Espanha, que também ocorreram em outros países quando a bolha imobiliária teve abrangência nacional e atingiu todos os segmentos do mercado imobiliário: forte incentivo inicial do Governo buscando taxas de juros historicamente baixas,  participação relevante de bancos no processo garantindo os volumes de crédito necessários para crescimento da bolha, negação do início ao fim quanto a existência da bolha, inclusive por escrito e pelo Banco Central e tentativas até o último minuto de postergar sua explosão.

Quais as principais diferenças entre as bolhas imobiliárias mais abrangentes que ocorreram nos EUA e Espanha: no caso dos EUA, tivemos mecanismos como hipotecas em cascata para outros países, que não foram utilizados na Espanha, por outro lado, o aumento no prazo para pagamento dos financiamentos imobiliários na Espanha (40 anos) não foi utilizado nos EUA. Os mecanismos em si foram diferentes. Outra diferença, foi que o Governo Americano primeiro deixou quebrar um banco, para depois socorrer demais em operações de larga escala, enquanto na Espanha, a principal estratégia dos Bancos tem sido desovar estoques de forma lenta, transformando a redução de preços dos imóveis em uma “tortura chinesa”.

11 Comments

  • Reply Jose 15 de fevereiro de 2014 at 13:07

    Cuando se fala de bolha imobiliaria e porque ja estorou
    toneladas de cimento e percapita no e valido ,para facer calculo percapita es entre pesoas que disponen de dinero a vista para comprar ,si e com banco e UN PROBLEMA MUITO GRANDE si A BOLHA ESTORA POR O SITIO MENOS PENSADO por baja de preços de comoditis , ,baicha da demanda de materias primas da china , saida de capitales atraidos por veneficios seguros nos EEUU. A BOLHA ESTORA POR MUITOS MOTIVOS no e por voluntade de nadie

  • Reply Vilmar 6 de junho de 2013 at 23:57

    Batido martelo, Gafisa vendeu Alphaville:

    Alphaville vendido para Blackstone/Pátria
    06.junho.2013 | 6:27

    A Gafisa acaba de vender 70% de Alphaville para o fundo Blackstone/Pátria. Por R$ 1,4 bilhão.

    Ao mesmo tempo, a Gafisa comprou os 20% que Renato Albuquerque (Alphapar) tinha de Alphaville. Segundo fonte próxima à operação, o negócio dará um lucro de R$ 500 milhões para a incorporadora. Dinheiro esse que será usado para pagar dívidas.

    http://blogs.estadao.com.br/sonia-racy/alphaville-vendido-para-blackstonepatria/

    • Reply CA 7 de junho de 2013 at 09:55

      É a Gafisa ganhou um pouco mais de fôlego, mas como todos dizem, ela é o caso típico de quem matou a galinha dos ovos de ouro. Matou a galinha, tirou os ovos de dentro dela, mas agora vai viver do que? Mesmo pagando boa parte da dívida, o que sobra do negócio (Gafisa + Tenda) a coloca em boa situação, ou seja, o fluxo de caixa que será gerado tornará o restante da dívida administrável e a empresa lucrativa? Cortes de custos adicionais provavelmente acontecerão, a verificar.

      Agora faltaria resolver “só” a situação de outras 5 grandes construtoras que devem mais do que todo seu patrimônio: Brookfield, Rossi, Tecnisa, PDG e Viver. Estas já sinalizaram que vão lançar mais, para poderem pagar as parcelinhas da dívida. Já venderam parte do patrimônio (terrenos em especial), algumas de forma até mais radical como a Viver que vendeu outros itens e fez redução mais radical de custos. Também renegociaram dívidas para alongar prazo de pagamento. Mesmo com tudo isto, frente ao cenário atual e expectativas para economia, juntando com ações de outras construtoras para dominar o mercado (exemplos: Cyrela e MRV), a sobrevivência destas 5 empresas para além de 2.013 é um desafio enorme. Só no 1T2013 todas tiveram quedas relevantes de vendas e ainda com novos prejuízos de alguns R$ milhões para maioria delas, com aumento da proporção de dívida sobre patrimônio e com redução muito pequena de estoques, apesar do corte radical de lançamentos.

      Uma coisa é venderem Alphavile, outra é conseguirem ajustar fusões e aquisições para salvar todas as 5 empresas acima, em termos financeiros, isto é inviável.

      Vamos aguardar as cenas dos próximos capítulos…

      • Reply Vilmar 7 de junho de 2013 at 11:02

        Sim, esta eu acompanho de perto faz tempo.

        • Reply Vilmar 7 de junho de 2013 at 14:46

          FMI alerta para alta de imóveis e expansão de empréstimos no Brasil

          WASHINGTON – A alta rápida dos preços de imóveis e a forte expansão dos empréstimos imobiliários no Brasil reforça a necessidade de se monitorar de perto os balanços dos bancos e a situação das famílias, diz relatório do Fundo Monetári o Internacional divulgado nesta quinta-feira.

          “Para fortalecer a capacidade de vigilância no setor imobiliário, o Banco Central terá que garantir a compilação e a publicação de um índice de preços de imóveis baseado em dados de negociações, com ampla cobertura geográfica”, diz o documento, acrescentando que o BC também “pode considerar implementar limites máximos para a relação entre o valor do empréstimo e o valor do bem (loan to value, em inglês) e para a relação entre a dívida e a renda, para evitar preventivamente a formação de riscos sistêmicos no setor imobiliário.”

          Concluído em janeiro deste ano, o estudo analisa o arranjo de política macroprudencial brasileira, uma das partes do Programa de Avaliação do Setor Financeiro (FSAP, na sigla em inglês) do Brasil. Em abril deste ano, o BC pass ou a divulgar um indicador sobre a variação dos preços de imóveis, o Índice de Valores de Garantia de Imóveis Residenciais Fina nciados (IVG-R).

          O relatório nota que o Brasil foi um dos países que mais cedo adotaram medidas na área macroprudencial, com a sua experiência tendo recebido muita atenção da comunidade internacional.

          “O Conselho Monetário Nacional e o BC tiveram um papel importante em monitorar e agir para garantir a estabilidade financeira durante crise financeira global. O BC, em especial, tem desenvolvido ativamente há tempos o arcabouço de política macroprudencial, devotando uma quantidade razoável de recursos para monitorar o risco sistêmico, implementar várias medidas macroprudenciais ou de administração de fluxos de capital, além de estabelecer um novo Comitê de Estabilidade Financeira (o Comef)”, aponta o FMI.

          O estudo do FMI analisa a experiência brasileira com medidas macroprundenciais. Ao tratar do aument o dos requerimentos de capital sobre empréstimos ao consumidor, a instituição diz que ele parece ter contribuído para reduz ir a velocidade de crescimento do crédito. “Depois da implementação da medida, em dezembro de 2010, a taxa de crescimento do crédito ao consumidor caiu de 22% naquele mês para 11% em dezembro de 2011”, observa o relatório, destacando que houve também um encolhimento do prazo médio dos financiamento de automóveis, com uma queda de 20 pontos percentuais da parcela de empréstimos com prazos superiores a 60 meses.

          O FMI também trata da introdução do Imposto sobre Operações Financeiras (IOF) para lidar com os fluxos de capitais externos.

          “O IOF foi eficaz em reduzir o volume de fluxos de carteira e em mudar a composição dos fluxos de capital, aumentando os de longo prazo. Evidências empíricas sugerem que uma alta de 1 ponto percentual na taxa do IOF induz a uma redução de 0,73 ponto percentual do PIB nos fluxos de carteira e a aumento de 0,64 ponto nos fluxos de investimento de longo prazo”, aponta o FMI.

          Para a instituição, o IOF foi bem sucedido em atingir o seu objetivo de reduzir tipos específicos de entradas de capital, mas a extensão do imposto para diferentes instrumentos e prazos sugere que os recursos passaram a entrar por outros tipos de fluxos depois de um pequeno período de tempo. Nesta semana, o governo reduziu de 6% para zero o IOF nas aplicações de renda fixa.
          valor.com.br/financas/3152790/fmi-alerta-para-alta-de-imoveis-e-expansao-de-emprestimos-no-brasil#ixzz2VXOzTARM

      • Reply Vilmar 7 de junho de 2013 at 15:05

        Mais um capítulo:

        11h40 : Gafisa discutirá no futuro eventual IPO de Alphaville

        SÃO PAULO, 7 Jun (Reuters) – A Gafisa discutirá com Blackstone e Pátria uma possível oferta inicial de ações (IPO, em inglês) da unidade Alphaville Urbanismo no futuro.

        A Alphaville tinha feito pedido para se tornar companhia aberta em março deste ano, antes de ter seu controle vendido para os dois grupos de investimentos.

        “Pátria e Blackstone são private equities e têm naturalmente fundos que eles gerem com prazos de investimento e desinvestimento, como qualquer empresa do setor”, disse à Reuters nesta sexta-feira o vive-presidente financeiro da Gafisa, Andre Bergstein.

        “Sempre na cabeça de um private equity, uma porta de saída possível é um IPO depois de um determinado período”, acrescentou.

        (Por Alberto Alerigi Jr.)

  • Reply Vilmar 6 de junho de 2013 at 21:16

    CA,
    Para ser bem sincero, eu sei que torcida, mandinga, reza, simpatia, etc., vai resolver nada, mas eu queria mesmo que estourasse de vez esta bolha imobiliária.
    Não tem mais condições.
    Eu moro num bairro de alto padrão e não tem mais o que construir prédio aqui, mesmo assim as construtoras seguem de vez em quando demolindo casas para novas construções.
    E quem que vai comprar isto?
    Os gringos que virão para a copa do mundo?
    Estão deixando o bairro mais feio, tirando o ar de tranquilidade de bairro residencial. Que porcaria!
    Apenas um desabafo.
    Como diz o ditado: “se macumba e torcida ganhasse alguma coisa, o campeonato baiano terminaria todo ano empatado”.
    Abraço

    • Reply CA 7 de junho de 2013 at 09:45

      Vilmar,

      Sem contar os problemas graves de trânsito que só tendem a piorar…

      Não há um planejamento para a cidade. O caso da cidade de São Paulo é gritante: grande maioria da população na Zona Leste e grande maioria dos empregos na Zona Sul, com poucos caminhos para ligação entre ambos.

      Daí tentam centralizar construções em áreas mais nobres que acabam virando zonas Sul e Oeste pela proximidade dos empregos, mas lá já está ficando super-congestionado de gente.

      Sobre copa do mundo, esta é uma grande piada, tem gente que acha que vai ficar rico alugando imóvel por um mês. Alguns poderão dar sorte e faturar bem, mas serão poucos e ainda assim, nada que justifique o estouro de preços dos imóveis, na conta final, se estiver dependendo disto, ficará com saldo muito negativo.

      Sobre os ganhos em infra-estrutura (ex: obras viárias) que seriam trazidos pela Copa, foram muito poucos realmente e também não compensam em hipótese alguma o reajuste de preços dos imóveis e muito menos, tornam melhor a vida das pessoas, que como você disse, só tem piorado com os excessos de construções.

      Como se não bastasse, construtoras tem que aumentar lançamentos para continuarem “sobrevivendo” (pagando contas das outras obras em andamento).

      Juntando tudo, este é outro ângulo do prejuízo social trazido expansão desenfreada e sem planejamento que é uma das características de uma bolha imobiliária.

      • Reply Vilmar 7 de junho de 2013 at 11:02

        Índice Nacional da Construção Civil varia -5,12%
        Por Enfoque em sexta-feira, 7 de junho de 2013 – 09:12

        O Índice Nacional da Construção Civil (Sinapi), calculado pelo IBGE em parceria com a CAIXA, apresentou variação de -5,12% em maio, ficando 5,81 pontos percentuais abaixo da taxa de abril (0,69%). O resultado do mês reflete a desoneração da folha de pagamento de empresas do setor da construção civil, em vigor desde primeiro de abril deste ano. A desoneração foi regulamentada através da Medida Provisória nº 601, de 28 de dezembro de 2012, tratando do cálculo dos encargos sociais, que retirou os 20% relativos à contribuição previdenciária incidente na folha de pagamento.

        Desta forma, considerando o período de janeiro a maio, a variação acumulada está em -3,42%, enquanto em igual período de 2012 havia ficado em 2,55%. O resultado dos últimos doze meses passou para -0,47%, ficando 6,07 pontos percentuais abaixo dos 5,60% registrados nos doze meses imediatamente anteriores. Em maio de 2012, o índice foi de 0,66%.

        A publicação completa da pesquisa pode ser acessada na página
        http://www.ibge.gov.br/home/estatistica/indicadores/precos/sinapi/default.shtm.

        O custo nacional da construção por metro quadrado, que em abril fechou em R$ 870,97, em maio caiu para R$ 826,34, sendo R$ 460,08 relativos aos materiais e R$ 366,26 à mão de obra.

        A parcela dos materiais apresentou variação de 0,46%, subindo 0,38 ponto percentual em relação ao mês anterior (0,08%); já a mão de obra teve variação de -11,32%, caindo 12,69 pontos percentuais em relação a abril (1,37%). Nos cinco primeiros meses do ano, os acumulados são 1,39% (materiais) e -8,86% (mão de obra), enquanto, em doze meses, foram de 3,03% (materiais) e -4,55% (mão de obra).

        Região Norte apresenta maior queda em maio: -5,60%

        A Região Norte, com variação de -5,60%, apresentou a maior queda, com a desoneração da folha de pagamento, em maio. Os demais resultados foram: -5,50%(Centro-Oeste), -5,20% (Nordeste), -5,12% (Sul) e -4,87% (Sudeste).

        Os custos regionais, por metro quadrado, mais altos são os do Sudeste (R$ 864,41), seguindo-se: Sul (R$ 833,81), Norte (R$ 833,07), Centro-Oeste (823,05) e Nordeste (R$ 776,47).

        A Região Sul ficou com a maior variação nos últimos doze meses, atingindo 1,89%.

        Paraíba (-1,29%) e Santa Catarina (-2,80%) registram as menores quedas

        Devido à pressão exercida pelo reajuste sal decorrente de acordo coletivo, Paraíba e Santa Catarina registraram as menores quedas, com taxas mensais de -1,29 e -2,80%. Tocantins (-2,89%), Alagoas (-2,92%), Sergipe (-3,70%), Espírito Santo (-3,40%) e São Paulo (-3,86%) também celebraram acordo coletivo, contribuindo para amenizar a queda derivada da desoneração da folha de pagamento.

        Estes resultados são calculados mensalmente pelo IBGE através de parceria com a CAIXA – Caixa Econômica Federal, a partir do SINAPI – Sistema Nacional de Pesquisa de Custos e Índices da Construção Civil. O SINAPI, criado em 1969, tem como objetivo a produção de informações de custos e índices de forma sistematizada e com abrangência nacional, visando à elaboração e avaliação de orçamentos, como também ao acompanhamento de custos. Em 2002, o Congresso Nacional aprovou, através da Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO), a adoção do SINAPI como referência para delimitação dos custos de execução de obras públicas.
        (por Alicia González)

      • Reply Vilmar 7 de junho de 2013 at 12:29

        Sim, concordo contigo.
        Segue outro artigo sobre bolha, deve ser algum colega seu lá do blog bolha imobiliária, presumo eu, para quem interessar, segue:
        http://www.bolhaimobiliaria.com/2013/06/02/artigo-o-tamanho-da-bolha-dos-usados-em-sao-paulo-por-thiago-fm/
        Abraço

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